sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Doors, rock e bandas de referência

Quando me perguntam qual é a minha banda preferida de todos os tempos, a minha resposta vai invariavelmente cair em algo deste género: "epá, não posso só escolher uma... talvez os Queen, os Beatles e os Pink Floyd (com Roger Waters!!) como Top3 ou em primeiro lugar ex aequo"

Depois contrapõem com Led Zeppelin, AC-DC, Deep Purple, Jethro Tull ou mesmo os Rolling Stones... até que que se lembram de me dizer: "e os Doors, pá!? Tu até tocaste numa banda de tributo a Doors!?"

Então aqui fica a minha opinião sobre este assunto...

Eu adoro The Doors, mas não foram tão influentes nem eram uma banda tão completa e eclética como Queen, Beatles ou Pink Floyd - noutra área menos abrangente do Rock. Até Jethro Tull, Barkley's James Harvest, Yes ou Chicago batem os Doors neste capítulo, embora os Doors sejam uns monstros e das minhas bandas preferidas.

The Doors tinham um mínimo denominador comum entre eles que assentava em algo profundamente humano e básico: melodias simples e envolventes, arranjos interessantes e originais com referências fora do comum no Rock dos anos '60 - Brecht, Wagner, flamenco, jazz..., letras desconcertantes e uma poesia lindíssima e arrebatadora, a teatralidade da banda em palco e a irreverência de Morrison, que tem sido sempre tão mal (re)tratado no cinema e vale a pena ler algumas das biografias que por aí andam para conhecer o homem para além da banda. Eram uma banda de luxo e posso dizer que assistir a um concerto deles (já sem o Morrison e o Densmore, em 2003), conhecer o Robbie Krieger e o Ray Manzarek pessoalmente e estar à conversa com eles durante mais de 30m e ter feito parte de uma banda de tributo em que tive a oportunidade de ser baterista, o que me deu uma posição privilegiada para curtir quase tanto como o público nesses concertos que demos entre 2000 e 2003, como quanto músico em palco, só posso dizer que é algo de soberbo, tocar o 'The End', o 'When The Music's Over' ou o 'Light My Fire' com mais de 6m de solos de hammond e guitarra eléctrica ao vivo. Belos Tempos!!

Outra banda que é uma grande, grande referência para mim são os Clã, mas isso já é conversa para outro post...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Cinema, adrenalina e música

Porra, acabei agora de ver o 'Whiplash'... e agora quem é que vai dormir!? Até hoje, só um filme de terror valente é que me deixava neste estado... que final domoníaco!!

...bem, lá tenho eu de ir ver uma comédia romântica para ver se pego no sono, nem que seja só mais lá prás 5h.

...naaah, vou mas é ver o 'Ocean's 11' ou o 'Casino Royale'!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Humanismo, cultura e medos

Já meio fora de contexto, várias semanas depois do ataque ao Charlie Hebdo, reparei que um amigo tinha publicado um post no Facebook e que mostrava uma perspectiva muito interessante sobre o assunto das guerras e da intolerância.

«Só se resolve com humanismo. Um olhar profundo aos erros perpetuados insistentemente pelo negócio da guerra e interesses pelas riquezas alheias que tem feito das nações do médio oriente os escombros dos países economicamente desenvolvidos. Milhões de famílias tem há gerações as suas vidas anuladas emergidas em ódios de ignorância sem culpa e sem esperança. Perpetuam-se fundamentalismos em ambas as faces tornando o futuro da humanidade impraticável.»

Haja Humanismo, Cultura, vontade de vencer os medos e a consciência de quer podemos mudar o mundo começando primeiro por nós, pela nossa postura e pelas decisões que tomamos face a questões e assuntos sérios e fundamentais. Neste contexto, condescendência, passividade e silêncio são crimes de guerra.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Sacos, impostos e publicidade

Já tenho lido e ouvido muita opinião sobre a questão dos sacos de plástico nos supermercados e do imposto verde a eles associado. Tendo já comprado vários sacos daqueles grandes que custam 0,50€, não me importo de pagar 0,10€ pelos sacos de plástico, mas acho que há duas condições que deviam ser cumpridas: serem mais resistentes e não trazerem publicidade, pelo menos que não ocupasse o saco todo, porque senão estamos a pagar para fazer publicidade e é injusto e nisso não alinho.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Birdman, bom cinema e os filmes que marcam

Desde Pulp Fiction em 1995, Fight Club em 1998 e a trilogia Matrix (e Animatrix e Enter The Matrix) entre 1999 e 2003 que um filme não me surpreendia tanto e tão instintivamente, na forma, conteúdo e principalmente impacto ao nível da realização/cinematografia. Num segundo lugar ex aequo, poria outros como V For Dendetta, Crash, Cloud AtlasInglorious Basterds, Stranger Than Fiction e mais recentemente a belíssima surpresa que foi assistir ao Secret Life of Walter Mitty e perceber no fim quem o realizou.

São filmes que mudam a face, estrutura e história do mundo do cinema, sobem bastante a fasquia do que é fazer bons filmes! Tanto a nível técnico como numa perspectiva mais de sensibilidade artística e da dimensão humana, porque Alejandro González Iñárritu escreveu, dirigiu e produziu Birdman, é um filme super completo: direcção técnica, direcção de actores, fotografia, história, argumento, banda sonora, efeitos especiais, efeitos visuais... Visualmente arrebatador, em que tudo se passa em tempo contínuo, contrastando interiores exíguos de um teatro com a paisagem envolvente de prédios e ruas movimentadas de New York, principalmente na zona da Broadway. Realidades claustrofóbicas, apontando sempre para dentro das próprias personagens e daquilo que vivem individualmente, dos seus dilemas e dramas enleados em si e entre si. A banda sonora está brutal, de tão crua e desconcertante e o argumento muito mas muito bem esgalhado, levando-nos por vezes a confundir a realidade do passado de Keaton com a ficção da história de Riggan, o que dá uma dimensão deveras interessante à narrativa que tem um ritmo, em certos momentos, alucinante. Edward Norton está soberbo, Emma Stone e Naomi Watts ao melhor nível e Zach Galifianakis está irreconhecível, transformado num bom actor dramático! Os restantes actores e actrizes acompanham muito bem o elenco principal e não há falhas a apontar a nada nem a ninguém. Ficará certamente na história como um clássico… digo eu!

Mesmo que a Academia se incline mais para Boyhood ou para Theory Of Everything, porque serão tipicamente filmes mais “à americana” e bons para vencer Oscars, Birdman tem arrecadado inúmeros prémios e reconhecimento pelo mundo fora, mesmo nos EUA e é para mim e muito boa gente o filme do ano.

http://www.imdb.com/title/tt2562232/

Futebol, racismo e exemplos

A propósito das faixas e t-shirts nos derbies de futebol e futsal entre SLB e SCP, exibidas por claques e representantes de claques de ambos os clubes. Quem é que está certo ou tem a postura mais válida (porque digna nenhum tem)!? ...Sporting?? ...Benfica?? Sinceramente, para exemplo de carácter o Chelsea é que fica bem na figura e num nível muito acima destes dois clubes, aqui representados pelos seus presidentes.

Em Londres há uma investigação em curso para apurar quem foram todos os adeptos (brancos) do Chelsea que em Paris impediram um passageiro (preto) de entrar no metro e proferiram frases e cânticos racistas, sendo que três já foram identificados e impedidos de entrar no estádio e porque com estas coisas não se brinca e as consequências têm de ser duras e marcantes, para que não voltem a acontecer.

O Bruno de Carvalho e o Luis Filipe Vieira são uns meninos... birrentos e idiotas! Haja paciência para aturar esta canalha do futebol português.

E para quando a proibição de claques organizadas em Portugal? Isso é que era de valor! Só assim é que se podia voltar a ir ver jogos de futebol em família, bom ambiente e segurança. Vou esperando sentado...

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Fome, campanhas e gente estuporada

Os idiotas que andam a alimentar a polémica das tatuagens do Ibrahimovic no vídeo, pelo facto de serem provisórias, que vão todos passar fome durante um mês para ver o que custa. ...cambada de miseráveis!

805 milhões de pessoas a passar fome no mundo e estas centenas de abéculas, curvadas sobre as suas secretárias com dedos nervosos nos teclados, provavelmente obesos de tanto enfardar hambúrgueres e malhar refrigerantes, só podem ter (má) celulite em vez de massa cinzenta na cabeça e um calhau no peito no lugar onde devia estar um coração.

Que lhes caia um piano de cauda em cima quando finalmente largarem o computador e saírem de casa para ir às compras ao supermercado, provavelmente para encher o carrinho de morraça enlatada e porcarias embaladas.

Façam bom proveito e não se engasguem, seus bácoros desgraçados!!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Pensamentos, regras e uma vida melhor

Pensamento do dia:

Regras básicas que deviam ser obrigatórias em prol de uma sociedade mais saudável:

- votar (num partido, em alguém, branco ou nulo, mas ir sempre votar!)
- evitar e condenar as cunhas e os favores (principalmente as borlas profissionais)
- ser-se frontal, sincero e assertivo no dia-a-dia... e sorrir!!
- deixar de ver televisão, procurar as notícias na internet, ver documentários e TED talks como se não houvesse amanhã e LER!!!
- fazer piscas nas putas das rotundas
- não usar o novo acordo ortográfico e evitar dizer palavrões como "lemites", "stúpido" e outros do género, porra!
- não comer fast food e moderar os açucares (nomeadamente os refrigerantes)
- trocar pastilhas elásticas e rebuçados por tomates cherry (não fazem balões mas dão um gozo desmedido ao rebentar na boca com a primeira trincadela)

...e o resto!? Bem, o resto vinha logo a seguir e quase como que naturalmente!!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Vida, blog e maluqueira

Não sei quantas 'vidas' tem um blog ou qual a expectativa de tempo da sua vida útil, mas depois de muita coisa reflectida, escrita e partilhada, fico extremamente satisfeito e orgulhoso com a significativa, marcante e importante (redundância tríplice!) marca de 10 anos de existência.

Mais de 1500 posts e cerca de 55.000 visitas depois, sem qualquer publicidade e apenas divulgação maioritariamente entre amigos, ainda por aqui anda e eu ainda de roda dele.

Agradeço as visitas, os comentários públicos, as mensagens privadas e principalmente a força que muita gente me tem dado para não desistir desta maluqueira que é o 'Triplicidades'... e costumam dizer-me "olha lá, não tens escrito nada porquê!? gosto de passar pelo teu blog para me rir um bocadinho, tirar umas ideias e por vezes até aprender qualquer coisa... vá lá!!"

Tem sido uma viagem interessante de partilha com alguns amigos mas principalmente com pessoas que tenho conhecido virtual e presencialmente, que de repente e contra todas as expectativas se tornaram próximas e passaram a fazer parte da minha vida real.

Epá, pensando bem é obra... e é giro, isto!

Obrigado

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Arte, comédia e ligações humanas

As artes performativas têm características únicas, principalmente no que toca à ligação com o público. Este vídeo é muito interessante e mostra que os momentos mais marcantes na carreira de um artista não são necessariamente os 'pontos altos' em termos comerciais, como as vendas ou records de assistência em espectáculos, ou mesmo participações neste ou naquele programa de televisão, festival, etc. Não me vou adiantar porque vale a pena ver o vídeo...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Arte, música e feeling

Na música, como em quase tudo na vida, há coisas boas, más e menos conseguidas, apesar do talento, trabalho e esforço. Mesmo sendo bom e tentando fazer bem, há o over singing e o trigger happy, por exemplo e borra-se a pintura com relativa facilidade e até sem darmos por isso, pois no momento até estamos lá a dar o que temos, mas será tudo o que temos!?

O Joaquín Sabina refere que "uma boa música deve ter uma boa letra, boa melodia, ser bem cantada e ter mais qualquer coisa... e as três primeiras até podem falhar".

Este tipo já tinha falhado noutra edição do programa, borrou a pintura no primeiro tema desta edição com tanta vontade de fazer bem, ouviu as críticas que tocaram num ponto altamente pessoal e sensível e com humildade, largou a guitarra, fechou os olhos e cantou com feeling... from the gut... e a tal 'quarta coisa que torna uma música fantástica' apareceu.

É por isto que a música é uma linguagem universal e uma forma de arte tão completa e incrivelmente interessante e genuinamente humana.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Amor total, de meio-termo e amor nenhum

«Entregar-nos a alguém não pode ser uma coisa de meio-termo. Podemos dizer que amamos, jurar novas galáxias e atingir picos de satisfação, mas rendermo-nos a alguém é oferecer-lhe o que temos de melhor, a começar pelo coração. Não pode correr mal porque se correr, a palavra 'mal' será demasiadamente pequena para ser usada. A tragédia de nos tornarmos órfãos afectivos é a constatação de não nos poderem devolver aquilo que demos. Ficamos sem uma parte do que nos fez ser especiais, porventura a melhor. Ficamos ocos.»
(Luís Osório)

...ocos e sem norte e quem já amou pelo menos uma vez na vida sabe que há uma quase imediata e até estranha certeza, funcionando como uma ténue mas fixa luz ao fundo do túnel: há vida depois de um grande amor e há ainda outro amor a cuidar, que precisa igualmente de uma entrega total: o amor-próprio!