Neste último fim-de-semana estive com amigos numa noite de jogatana, e como não pode deixar de ser, demos uso ao nosso vocabulário. O rico conjunto de vocábulos e expressões típicas que compõem o dialecto Javalim, a língua da Kanalha. Entre muito palavrão e frases estranhas para o mais comum dos mortais, lá nos fomos lembrando de vários vocábulos e expressões típicos de jogos… mas do tempo em que éramos putos (e pitas!). Quem não se lembra dos seguintes termos:
Arrebinchar – quando um jogo ficava sem efeito porque alguém fazia batota.
Coito – local de protecção em que ninguém podia ser “apanhado” ou “tocado”
Está quinado – dizia-se quando um dado era lançado e ficava de esguelha, não se conseguindo ler com certeza o resultado em pontos.
A primeira é de gesso – era o que se dizia quando se iniciava um jogo de cartas, monopólio ou de bola à parede.
Já agora deixo-vos uma expressão inventada há relativamente pouco tempo, mas que não será esquecida tão depressa… ou nunca: “Está a sair!! Está a sair!!!” Só posso dizer que tem a ver com o Uno!
só um complemento... para alguém que como eu nunca ouviu essa do gesso é preciso explicar melhor... quer então a expressão dizer, se bem percebi, que a primeira rodada não conta - servia para esclarecer regras e tal... há outra expressão que se usa nas mesmas situações, mas não me lembro exactamente qual..?
ResponderEliminarSim, é mesmo isso! "A primeira é de gesso" significa que não conta.
ResponderEliminarExemplos:
- a primeira mão de um jogo de cartas que se acabou de ensiar a várias pessoas, não contam os pontos, e por vezes até se joga com as cartas à vista de todos para que se assimilem as regras explicadas.
- quando se joga ao "rabeia" ou à "bola à parede", o primeiro pontapé não conta, só a partir do 2º.
;)
Não resisti a transcrever para aqui um comentário que me foi enviado em formato de e-mail. Espero que a pessoa em causa não se chateie com isto:
ResponderEliminar"Olá!
Cresci em Évora. Hoje procurei no ciberespaço um termos que sempre usávamos na escola primárias em São Mamede e encontrei-o apenas no teu blog. E encontrei outras de que me lembrava mas não me passavam pelo consciente há muito. Nestes dias subitamente frios de Agosto, com os dias a decrescerem, foi como me sentisse outra vez no regresso às aulas depois de férias.
Não queria deixar de te agradecer e cumprimentar por isso.
De onde virá aquela expressão?!
Um abraço,
Ricardo"