Distopias, apatias e cinefilia

Hoje vi mais um filme que me surpreendeu a vários níveis, embora não seja um grande filme, e me deu vontade de fazer mais uma das minhas listas. Acho interessante a ideia de fazer filmes sobre realidades alternativas, sociedades possíveis e futuros prováveis em formato de cinema de acção, que acaba por ficar disponível a um público mais vasto em quantidade e qualidade. Embora cada um faça a sua leitura, estou convencido que as ideias de base acabam por passar mesmo que sub-repticiamente. São bons exercícios filosóficos e até algo pragmáticos. O filme Surrogates a que assisti hoje, por exemplo, já estava na calha há algum tempo mas tinha vindo a ser preterido face a outros que me inspiravam mais interesse e confiança, mas estava enganado. Está bem feito, bem escrito e bem... esgalhado! Não é um must see, mas é sem dúvida uma boa filmaça de entretenimento with a twist!
Depois de ter visto à tarde os filmes Paycheck e Brazil, e agora à noite o Surrogates, lembrei-me de empreender a tarefa de realizar um cardápio de filmes sobre distopias possíveis e exequíveis que nos alertam, de forma interessante e até curiosa, para os perigos do poder, da tecnologia e da nossa própria apatia política, social e humana.

Surrogates (2009)
Idiocracy (2006)
A Scanner Darkly (2006)
V For Vendetta (2005)
I, Robot (2004)
Paycheck (2003)
Matrix Trilogy: The Matrix (1999), Matrix Reloaded (2003) e Matrix Revolutions (2003)
Pleasantville (1998)
Dark City (1998)
Twelve Monkeys (1995)
Demolition Man (1993)
Delicatessen (1991)
Total Recall (1990)
They Live (1988)
RoboCop (1987)
Brazil (1985)
Nineteen Eighty-Four (1984)
Le Dernier Combat (1983)
Escape From New York (1981)
Sleeper (1973)
A Clockwork Orange (1971)
Planet Of The Apes (1968)
Farenheit 451 (1966)
Alphaville (1965)
The Trial (1962)
1984 (1956)
War Of The Worlds (1953)
Metropolis (1927)

Post Scriptum: outros filmes faltarão, claro, mas será porque (ainda) não os vi ou porque pura e simplesmente não gostei; e se estranharem não haver um único filme do Steven Spielberg nesta listagem, como o A.I. (projecto de Stanley Kubrik que lhe foi entregue para dar continuidade após a sua morte e o filho da mãe estragou completamente refazendo o guião e filmando - embora com uma técnica soberba de se lhe tirar o chapéu, pois parecia ter estado o próprio Kubrik por detrás das câmaras - tudo à sua maneira, saindo um filme totalmente diferente e merdoso, embora bonito de se ver, e que mancha o trabalho de uma vida do grande realizador que Kubrik foi e ele nunca será!), o Minority Report ou o War Of The Worlds (remake muito bem realizado até aos últimos 5 minutos em que o magano do Spielberg estraga tudo com o seu toque disneyesco em que tudo tem de acabar bem), é porque eu embirro com ele e não o acho digno de constar neste apanhado de coisas interessantes em formato de arte e entretenimento.