A vida dá muitas voltas e nem sempre conseguimos alcançar aquilo que mais desejamos, ou, pelo contrário, até acabamos por aceitar certas coisas que nunca pensámos ter de passar por elas ou que elas passassem por nós. Recentemente fui operado a um joelho e digo-vos que não é daquelas experiências radicais pelas quais alguns anseiam secreta ou inconscientemente experimentar. Também não foi a pior coisa que podia ter acontecido, mas é sem dúvida algo que dispensava. No entanto, como é meu apanágio – muita gente acha que sou realista ou até pessimista, mas não é inteiramente verdade, depende dos dias, e normalmente sou uma pessoa muito positiva – decidi reunir toda uma série de vantagens que garanti, assim em jeito de benefícios, para a minha pessoa, com este episódio que espero ter sido pontual ou, se possível, único.
Vantagens de se ser operado a um joelho:
- vencer o receio pelas cirurgias: como sou um caguinchas com sangue, feridas e todo o tipo de escoriações, decidi, em conjunto com a equipa médica, assistir a toda a operação;
- perder o medo de agulhas: além das variadas injecções a que fui sujeito durante todo o procedimento de cirurgia, recobro e recuperação nos dias que se seguiram, em ambiente hospitalar, ainda tive de trazer nada menos que 15 seringas para eu próprio administrar na minha pessoa (não era nas veias, apenas numa prega na pele da barriga);
- ganhar um joelho novo: espero, se tudo correr como o médico previu, estar a fazer desporto sem limitações daqui a 5 meses;
- avanços tecnológicos associados à minha pessoa: agora estou mais perto daquilo a que se denomina de “Homem Biónico”, visto que tenho um parafuso de titatium alojado na minha tíbia… só peca pelas chatices que me vai dar a passar nos detectores de metal dos aeroportos;
- ser transformado numa estação meteorológica ambulante: não sendo por causa do parafuso ou qualquer outra questão ligada a gadgets tecnológicos, agora consigo perceber, com um dia de antecedência, quando o clima vai mudar e dá jeito quando se está à porta de um fim-de-semana de passeio e convém saber que tipo e quantidade de roupa se deve levar;
- pretexto ideal para comer doses irreais de gelatina: sendo a minha sobremesa preferida, assim tenho justificação para ter uma prateleira do frigorífico só com taças de gelatinas de vários sabores, sendo que as gelatinas ajudam a regenerar cabelo, unhas e cartilagens;
- “férias” forçadas: dá para nos fartarmos de estar em casa, mas por outro lado descansa-se bastante e consegui pôr a minha papelada em dia, fazer o IRS a tempo, trabalhar na composição, escrita e arranjos das minhas músicas, escrever posts para o blog com quase 2 semanas de avanço e ver todos os filmes e séries que me apetece.
No fundo no fundo, nem tudo sabe a pato mas também nem tudo sabe a galinha…
(desafio-vos a conceber uma exposição interpretativa desta última frase, que saiu da minha mente assim de rajada e me espantou ao ponto de me deixar sem vontade de acrescentar fosse o que fosse ao post)
2 comentários:
Já dizia Charles Chaplin: "até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas."
E melhor fazem os chineses, trocam galinha por ratazana ;)
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