Mais um início de Dezembro e a abertura oficial das hostilidades festivas.
Em Évora comemora-se o 1º de Dezembro como se fosse mais uma espécie de passagem de ano e embora a coisa tenha vindo a perder algum gás com o passar dos anos, porque antigamente se centrava mais na lógica da ceia que só terminava com o nascer do sol e evoluía noite dentro com muita comida, bebida e maluqueira à mistura, hoje acaba por ser mais um jantar de amigos do que uma festa, porque lá está, agora alguns de nós são pais, estão casados e têm responsabilidades acrescidas. Mas a "fessta" faz-se sempre mesmo que dure pouco tempo, pois a importância do 1º de Dezembro reside em juntar os amigos nem que seja por breves instantes à volta de uma mesa e pôr a conversa em dia. Com o tempo, os festejos do 1º de Dezembro vieram, no seio do meu grupo, a tornar-se o "aniversário dos amigos", principalmente porque já vai sendo raro conseguir juntar toda a gente na passagem de ano e assim esta noite torna-se ainda mais especial.
No final da noite de ontem, já bem pela madrugada dentro, deu-se algo que espero não vir a tornar-se numa espécie de tradição à medida que a malta vá envelhecendo e perdendo algumas faculdades mentais. Um dos amigos perdeu a chave do carro e a filha de um outro perdeu a chupeta. Quando já só restavam 4 de um total de 15 convidados, decidimos vasculhar a casa para tentar perceber onde é que a gaiata tinha enfiado a chupeta e, possivelmente a chave do carro também, uma vez que o desgraçado não fazia ideia de como a tinha perdido e agora apostava na hipótese da gaiata ter brincado com ela e a ter deixado sabe-se lá aonde... numa casa como a minha, com guitarras por todo o lado, muitos móveis e prateleiras cheias de tralhas, as possibilidades eram ínfimas. Só vos digo que depois de termos virado a casa toda do avesso, de termos visto no quintal e na rua com uma lanterna enquanto pisávamos e chutávamos os montinhos de folhas secas, de termos abanado todas as guitarras espalhadas pela sala e quarto, de termos aberto os sacos do lixo e espreitado dentro de todas as latas de atum e pacotes de iogurte do Lidl (sorte a nossa de eu passar tudo por água por causa da reciclagem... ontem já ninguém me chamou maluquinho!), de ver dentro do balde da esfregona, de espreitar entre e por debaixo das máquinas da cozinha e até no "copo" que contém o vasculho de limpar a sanita, o nevoeiro lá me passou e ainda que compensado pelo cansaço e sono nefastamente galopantes àquela hora, o meu raciocínio baseado na minha memória fotográfica me levou à conclusão de que estariam no carro de outro amigo porque eles tinham ido buscar cadeiras antes do jantar começar. Instalou-se a incerteza, claro, mas depois da equipa do CSI ter passado a pente fino todas as divisões da casa, não restavam mais dúvidas! Já hoje, com a luz do dia e por volta das 13h da tarde, recebi o telefonema que confirmava a minha teoria. Pena que a magana da ideia só me tivesse aparecido depois de tamanho empreendimento... lá está, todos vamos perdendo faculdades mentais e físicas... ou então já não aguentamos o álcool como antes. Entre uma e outra venha o diabo e escolha!
O cromo da chave vem cá agora almoçar e buscar o carro que pernoitou frente à minha casa.
Bom feriado!!
Sem comentários:
Enviar um comentário