quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vida, criação e simplicidade

"Any intelligent fool can make things bigger and more complex but it takes a touch of genius and a lot of courage to move in the opposite direction."
Albert Einstein

Já tive muitas discussões sobre a questão da 'simplicidade'.

Existem 'n' clichés (keep it simple), livros ('Fernão Capelo Gaivota' - Richard Bach), músicas ("the best things in life are the simple things" - Joe Cocker) e filmes (American Beauty - Sam Mendes) que referem que as coisas simples são as mais valiosas, as que levamos connosco em forma de recordações e que, não pesando, nos marcam indelevelmente e que devem ser preservadas em detrimento das complicações, stresses e naturais idiossincrasias inerentes à complexidade da vida em sociedade. Há quem dê valor ao dinheiro, às conquistas, ao poder que se exerce - seja de que forma for - sobre os outros, há quem se agarre à liberdade de expressão, quem defenda com unhas e dentes a sua perspectiva e opinião, há quem se defenda em silêncio e até há quem se retire completamente da orgânica social e se mantenha como um pária para com tudo o que é moral e eticamente defensável pelas regras e paradoxos da maioria, há de tudo!

No processo criativo, de elaboração de um tema musical, por exemplo, há quem defenda que as músicas muito trabalhadas, quase saturadas, mostram verdadeiro arrojo intelectual e originalidade técnica. Muitas partes, solos altamente complexos, arranjos de voz extra exigentes, alterações rítmicas, mudanças de timbre e paisagens sonoras melodicamente apaixonantes em contraste com pinceladas de acidez e dissonância levadas ao extremo da bizarria, ambas entrelaçadas de forma estranha e... complexa! Confesso que adoro a imponência de Queen, Pink Floyd, Aerosmith e Extreme, como exemplos de bandas que trabalham os temas em estúdio ao milímetro e não deixam nada ao acaso, mas fico completamente rendido com the Beatles, the Doors, Damien Rice ou Ben Harper, na sua simplicidade e descomprometimento, tanto em estúdio como ao vivo, e na forma como remetem a grandiosidade para pormenores absolutamente e genialmente simples.

Não nos devemos esquecer que tudo à nossa volta é simples, desde que encarado e abordado pela perspectiva "certa". É a nossa forma de encarar a vida, as coisas e o universo que acrescenta complexidade à equação.

1 comentário:

E. Rosado disse...

"The little things... there's nothing bigger, is there?"
:)