Em vez de um Especial Natal, porque não um Especial Dentistas!?
Com tanta clínica e tantos dias por semana para escolher, logo tinha de vir calhar a uma clínica em Portalegre onde também vem o dentista à quarta-feira. Tenho de gramar o diabólico e carnificínico som da broca o dia todo, todas as quartas-feiras. Má sorte!
Quando tinha sete anos, na minha última vez em que fui a um dentista, fui tratado (na verdadeira acepção irónica da palavra "tratar"... da saúde!) por um facínora sedento de sangue, envergando uma bata branca que mais parecia um talhante. O indivíduo de trato gentil, aparentemente, conquistou a confiança do meu avô, que na falta dos meus pais me acompanhava nesse fatídico dia, e por conseguinte a minha também. Esfregou com o seu dedo indicador (inquisidor até soava melhor) uma pasta azulada nas minhas gengivas e depois dedicou-se à tarefa de desvitalização de um dente molar como se de partir brita se tratasse, à bruta e sem controlo. Tanto a criatura da bata como o meu avô (o tal do coelho) passaram o tempo todo a referir-se à minha humilde e desataviada pessoa como "fiteiro", "menino" e outras desconsiderações do género. Pois que passados aqueles vinte minutos infernais, que ainda hoje me parece terem sido duas semanas de tormento, o imoral malfeitor acabou por reconhecer que se teria “esquecido” (mais uma vez um termo irónico) de me dar a injecção de anestesia antes de começar. Tudo isto foi presenciado por mim, à distância, enquanto o bandido me filava e prendia o antebraço do meu avô, barrando-lhe a saída do consultório, falando-lhe ao ouvido com a sua pérfida língua bífida de forma quase sussurrada. O monstro, que não tem outro nome, teve a sorte de eu ser muito novo e de ter má memória para quem me faz mal, senão estaria hoje deveras arrependido. O azar dele, mesmo não me lembrando da sua cara ou do seu nome, é que eu tenho um blog e uma forma muito imaginativa de relatar verdades… bem feito!
Por falar em dentistas (…arrepio!) tenho mesmo de contar uma história, também ela verdadeira, que acho fantástica e carregada de um humor do mais fino que há. O meu primo (o Super-Pai) foi a um dentista com todos os dentes, com 50€ no bolso e sem qualquer manifestação física de dor. Esteve lá meia hora e saiu sem um dente, sem os 50€ que trazia e com uma dor de dentes que durou uma semana e ainda o fez lá voltar mais uma vez… pagando, claro! Onde está a parte cómica da história? a graçola? …é aquele tipo de humor preconceituoso, tipicamente meu, que só dá para algumas mentes mais perversas e corrompidas alcançarem, assim muito ao género do exagero que compus com o post dedicado ao Senhor dos Anéis.
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