terça-feira, 5 de outubro de 2010

U2, tintol e Coca-Cola

Porra, alguém tem de dizer isto! Os U2 não são, nunca foram nem nunca serão a maior banda de Rock seja lá de que época ou área geográfica pudermos vir a considerar. São uma banda de Pop e pouco mais. Quanto muito de Pop/Rock, mas de Rock não são de certeza! Digo isto como ouvinte de música, como melómano, músico e até crítico de música. É claro que no panorama geral são uma grande banda, ou antes, já foram uma grande banda - agora são apenas e só uma banda grande em termos de logística e receitas de impostos - mas desde que começaram a debitar álbuns, uns atrás dos outros, baseados na mesma receita estafada (de sucesso, é claro, mas o público mainstream sabe lá o que é bom) que, para mim, perderam o interesse. Continuo a ouvir as suas músicas, têm um ou outro tema interessante por cada novo cd que lançam, mas já desde os tempos do Zooropa ou do Achtung Baby que não fazem música "nova", brilhante e reveladora. Já foram uma grande banda, já marcaram a diferença... agora são a maior fonte de rendimento de todo um país e pura e simplesmente não podem parar de tocar senão seria o caos na economia irlandesa, ainda para mais em tempos de crise. Ainda dão bons concertos? Não digo que não! Se calhar porque a maioria das pessoas gosta mais de efeitos sonoros e de luzes, da grandiosidade de palcos montados em estádios, de imagens em gigantescos videowalls, do pseudo-glamour de esperar noites acampados à espera de um bilhete que vale quase tanto como a reforma miserável de quem muitas vezes nem tem televisão para assistir aos fantásticos videoclips que os U2 têm a circular no VH1 ou na MTV, do que de música a sério. Sim, música a sério como os próprios U2 já souberam tão bem fazer! Estou cada vez mais farto da Lady Gaga e do seu vestido de carne crua, das pancadas da Cher, da 'imortalidade' da Madonna, das idiotices da Britney Spears, da falsidade do Eminem, da cambada de idiotas que são os gangster-musician-wannabes que há aos magotes pelos EUA, dos abutres que se alimentam da carcaça ainda meio morna do Michael Jackson, e de todo um exército de gente energúmena que acha que a música é barulho, chocar visualmente, incentivar ao consumo ou uma miscelânea de acordes, melodias e riffs batidíssimos misturados a martelo como o vinho que é feito na Suécia. Neste momento da minha vida, admito que gosto mais de cantares alentejanos e de vinho tinto do que de U2 e Coca-Cola!!

5 comentários:

iS disse...

Caro Pedro.

Melómano como se afirma, diga lá... qual é a música então que vale a pena ouvir?

É que fartou-se de criticar, mas não deu nenhum exemplo do contrário de toda a "máquina industrial" que descreveu...

Cumps*

Pedro Pinto disse...

uich, tantos e tão bons!

(só coisas contemporâneas e sem qq tipo de ordem, hierarquia ou cronologia)
Dave Matthews Band
Ben Harper
Alison Krauss
Amos Lee
The Gabe Dixon Band
Harry Connick Jr.
Bobby McFerrin
Jamie Cullum
Jane Monheit
Lisa Ekdahl
Nnenna Freelon
Silje Nerggard
Stacey Kent
Esperanza Spalding
Jacinta
Jorge Palma
Sérgio Godinho
Fausto
José Mário Branco
qq projecto de Manuel Cruz
Tiago Bettencourt
Tito & Tarantula
Robert Plant
The 88
Radiohead
John Mayer
Joan Osborne
Maria Rita
Caetano Veloso
Chico Buarque
Djavan
Pato Fu
Mutantes
Pink Martini
The Reindeer Section ou Snow Patrol
Weezer
Everclear
Alanis Morissette
Bjork
Corine Bailei Ray
James Morrison
Fiona Apple
Tori Amos
Alanis Morissette
Sheryl Crow
K's Choice
Kula Shaker
Ladysmith Black Mambazo
Rodrigo Leão
Cake
Lynyrd Skynyrd
The Derek Trucks Band
KT Tunstall
Donna Maria
Deolinda
Cristina Branco
Ana Moura
Sister Hazel
Counting Crows
Angelique Kidjo
Estrella Morente
Wolfmother
Jets
Paul Simon
Norah Jones
Aimee Mann
Sarah Bareilles
Porcupine Tree
Prince
Chris Isaak
Aqualung
Mafalda Veiga
Maria João e Mário Laginha
Solomon Burke
Joe Cocker
Monstro Mau
Anaquim
Xutos & Pontapés
Lamb
Zero 7
Portishead
Sigur Rós
Sarah McLachlan
Beck
Mark Knopfler
Tom Waits
The Dixie Chicks
Fato/Feto
Brad Mehldau
Gotan Project
E TANTOS OUTROS!!!


...mas ainda assim refiro e sublinho que a minha opinião não é vinculativa e é apenas e só isso, uma opinião!

Pedro Pinto disse...

o que importa ainda dizer é que não rejeito algo só por ter sucesso comercial ou mesmo por ser comercial! Gosto do trabalho dos Anjos ou dos Bon Jovi, por exemplo, ou ainda de músicos que sairam de programas de tv como a Sara Tavares ou a Katharina McPhee (Chuva de Estrelas, Ídolos, American Idol, Britain's Got Talent, etc.). Não me incomoda que alguém chegue depressa ao estrelato se tiver talento para provar que merece essa oportunidade criada de forma quase sintética. Até é importante referir que não tenho nada contra aquilo que não gosto, como certos artistas pimbas como o Quim Barreiros ou a Ana Malhoa ou ainda de outras nacionalidades. Adoro Country, Folk, World Music e Corais Negros ou o Cante Alentejano, melodias de qualquer canto do planeta e até mesmo música pesada ou electrónica. Não deixo de fora qualquer estilo. Costumo dizer que para mim só há música boa e música má, pouco me importam os estilos ou as tendências! Aquilo que me incomoda MESMO é o seguidismo acrítico (que se revela ser por demais inquietante para quem observa "de fora") e principalmente os "artistas" que se apropriam do trabalho dos outros como o Tony Carreira, os Coldplay ou a Avril Lavigne. Covers e versões são importantíssimos para a cultura musical e para Música em si. Basta verificar que os temas de Bob Dylan ou dos Xutos & Pontapés ficam invariavelmente melhores quando tocados por outros músicos e bandas. É bom quando um músico ou intéprete começam ou enriquecem o seu repertório com músicas de outros, até mesmo versões tão diferentes que possam vir a dar músicas novas e originais. Nada me incomoda a não ser quem não presta ou não merece o talento que desperdiça quando faz plágio.

iS disse...

Ok.

Cumps*

Bypassone disse...

Conheces Theresa Andersson? Procura por qualquer video com "live at the petite" no título. Se não conheceres, garanto que vai ser uma agradável surpresa.
Bom dia a tod@s