O que será que acontece dentro dos nossos bolsos das calças, para além de se verificar a existência de uma elevada concentração de cotão, para que as nossas chaves se misturem de tal forma que se enleiem umas nas outras e com as argolas. E ainda por cima é sempre nas piores alturas, como quando está a chover, tiramos o molho de chaves do bolso e a chave maior, que é a do carro, está enfiada na argola das chaves de casa. Seria de esperar que a chave do correio, sendo a mais pequena, fosse a que mais trabalho desse, pois está constantemente a passar de um lado para o outro, e nós queremos que ela se mantenha junto das chaves pequenas, apenas milímetros maiores do que ela, mas teimosa como é, acaba sempre por estragar a nossa organização por tamanhos e ainda interfere com a tentativa de desacoplagem da chave do carro de dentro da argola das restantes chaves. E porque é que nunca nos lembramos de mudar as argolas para umas menores, ou tirarmos a chave do carro, que é um trambolho por causa do alarme, do mesmo porta-chaves das restantes. É idiotice nossa, sem dúvida, mas algo de estranho se passa dentro dos nossos bolsos quando estamos distraídos. É como aquela altura em que um preso se tenta evadir e é posto a descoberto com o holofote contra a parede branca. É exactamente isto que acontece quando estamos à chuva a tentar desencarcerar a puta da chave do carro do meio da confusão das chaves e do porta-chaves. Que cena manhosa! É de loucos!!
1 comentário:
Parabéns! Acabas de dar sentido à mala das mulheres, aqui já tão abundantemente glosada( e gozada)!
As chaves, o cotão e os buracos nos bolsos são atributos masculinos. O mau feitio acho que é coisa dos dois generos.
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