Há uma coisa que me faz espécie – esta é daquelas frases que já há muito tempo queria utilizar. Porque é que os hotéis têm aquele mapa a dar indicações de fuga em caso de incêndio por detrás da porta? E ainda por cima emoldurado e com vidro? Por um lado, ninguém tem presença de espírito suficiente para se lembrar de consultar aquilo antes de se aventurar na retirada, por outro, não é fácil memorizar aquelas voltinhas todas até chegar às escadas, descer meia dúzia de lances, virar à esquerda na Sala de Reuniões Fénix (fónix!?), passar pelo hotspot da PT, voltar a descer, contornar a copa, descer mais nove degraus e sair pela porta dos fundos junto à zona de cargas e descargas. Não é fácil! Os hotéis deviam ter um porta-folhetos com mapas tipo brochura, para que as pessoas pudessem ir vendo o croqui à medida que fossem tentando escapar ao fogo. A tinta deveria ser fluorescente e resistente à água. Assim já parecia um bom plano de fuga e minimamente exequível, de qualquer outra forma será apenas um atraso. Quanto mais tempo ficarmos no quarto a tentar perceber as indicações, menos hipóteses temos de sair dali a tempo. E nesse caso, mais vale atabascarmo-nos com o conteúdo do minibar e fazer telefonemas para aqueles números de putaria, dedicando os nossos últimos minutos de vida a uma boa conversa porca.
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