segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Tempo, momentos e felicidade

Este post dedico-o à minha avó...

Não há nada como uma boa dose de realidade para colocar as coisas nos seus devidos lugares… ou não! …os lugares, não a realidade, que essa tem tantos contornos, quantas perspectivas e contextos passíveis de existir. Podemos ter todas as expectativas construtivas e especulações edificantes, mas por mais análise, crítica e explanação argumentativa – como ensaio de interpretação da realidade como ela se nos apresenta – que haja, só haverá uma imutável e rigorosa certeza e essa estar-nos-á constantemente vedada, qual partida cósmica cujo sentido nunca será revelado. Se por uma mera contingência ou por rigorosa e esperançada convicção, roçarmos, ainda que tangencialmente, a esfera da incómoda verdade que subjaz a tudo o que existe, pelo menos na sua íntegra plenitude nunca estará disponível ao nosso nível de existência. Nem de outra forma isso seria possível, faz parte das regras e do sentido deste “jogo”. Quanto à sua justeza ou razão, num momento de uma vida também não nos será atingível, mas porventura existirá uma explicação para tudo o que vemos e sentimos. Há certos momentos nas nossas vidas que nos fazem questionar o porquê de todas as coisas e esses são comummente articulados com situações de ruptura, de desgosto ou de puro devaneio espiritual, como uma embriaguez ou demais alterações dos sentidos. A vida é feita de coisas boas, menos boas e más, e cabe a cada um de nós senti-las sempre como algo que nos marca e nos catapulta para mais longe do que fomos e mais perto do que podemos vir a ser. Independentemente da crença e da fé de cada um, pois calculo que ninguém seja verdadeiramente niilista no que ao sentimento religioso diz respeito – não acredito em religiões mas também admito que uso a mesma força motriz num sentido ligeiramente diferente ao de quem é crente – o tempo urge que nunca nos esqueçamos da mais fundamental das verdades que nos estão disponíveis: o sentido da vida consiste em vivê-la! Bem sei que é uma Verdade de La Palice, como estar vivo ser o contrário de estar morto, mas há certas pessoas que, teimosas, gastam tempo a satisfazerem-se em vez de o investir em serem felizes. Acredito genuinamente que o momento de uma vida é tempo suficiente para se ser feliz!

3 comentários:

Patrícia disse...

Levou toda a sua vida ligada de uma forma ou de outra a alguém que não esteve ao seu lado. Não quis por para trás, impossibilitando-a de ser feliz! Mas eu tenho a certeza que os filhos e os netos foram depois disso a maior alegria e orgulho da sua vida! Foi atrás de quem quis.. Será a nossa estrelinha e "lá" estará segura e em paz. Por ela e por nós temos que ser fortes e mentermo-nos unidos! *maior abraço primo*

Marta disse...

Emocionaste-me :)

Lua disse...

Este comentário dedico aos meus avós que nunca conheci...e ao meu pai!!!
Adorava ter tido um dos avós para poder ter sentido, feito, ouvido...falado...um monte de coisas que partilham comigo...Alías gostava que o meu pai ainda estivesse comigo, principalmente nos momentos em que tenho menos força...
Ele é parte de mim... :)