sexta-feira, 19 de junho de 2009

Síndrome Malucos do Riso

Tenho reparado que cada vez há mais gente que padece desta enfermidade grave que não tem uma só explicação quanto à forma de se ser afectado por ela e não reúne grande consenso. As pessoas são cada vez mais egoístas e voltadas para si e para os seus problemas e com um mundo em que estamos rodeados de câmaras de vídeo a todo o momento, nas caixas de ATM, nas filas dos bancos, nas lojas, nos recintos públicos, na rua, no número incrível de repórteres e jornalistas que vasculham tudo e todos à procura de notícias, pelos concursos televisivos que parecem cogumelos em tudo quanto é canal de tv, por causa dos telemóveis de qualquer um e muito também por causa dos turistas japoneses, passou a ser normal muitos de nós orientarem o seu comportamento, por vezes até de forma inconsciente, tendo a noção de que se pode estar a ser observado em qualquer sítio e a todo o momento. São estes idiotas que fazem as caretas tipo Malucos do Riso no punchline da piadola como se estivessem a ser estrelas de um reality show a que chamam o seu dia-a-dia. Basta reparar que cada vez há mais gente a falar sozinha no carro, a pé na rua, com um animal como se este fosse uma pessoa ou em casa, mesmo quando não há música, um rádio ou uma televisão ligada em background. É um fenómeno curioso, bizarro mas muito vincado e de difícil resolução. Não se sabe bem como se apanha nem parece haver indícios de se achar uma cura que deixe toda a gente satisfeita. São os ridículos sinais do tempo ou a parvoeira da tecnologia ou ainda a idiotice da individualidade face ao peso e força da comunidade. Recuso-me a fazer parte deste grande desígnio social e acho que se é para andarmos a fazer figuras tristes um pouco por todo o lado, que seja de forma desinteressada e em contexto de puro nonsense como nos Malucos do Circo (Monty Python). Vejam lá se conseguem imaginar o gesto com as mãos e a careta que eu estou a fazer enquanto releio este post antes de o publicar!?

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