terça-feira, 29 de novembro de 2016

Música, temas e recordações

Que a música tem magia, ninguém duvida. Agora, que a música de alguns artistas é transcendental e nos transporta instantaneamente para o rebuliço ou a calma das nossas memórias mais vívidas, isso já é relativamente subjectivo.

Quando ouço temas de certos artistas, como Norah Jones, Alanis Morisette, James Taylor, Paul Simon, Bob Dylan, mas também The Beach Boys, The Doors ou K's Choice, entro num frenesim de emoções que só mesmo sonhando lá chegaria. É imediato e é uma viagem absolutamente fantástica!!

Os primeiros acordes do piano de Norah Jones, as harmonias vocais de Simon & Garfunkle, a sensibilidade de James Taylor ou Martin Sexton, os arranjos dos temas de K's Choice ou Dave Matthews Band, os solos de órgão de John Lord no Made in Japan dos Deep Purlpe de Manzarek no In Concert dos The Doors, o riff do Creep ou Paranoid Android dos Radiohead, a frescura de qualquer tema de Alanis no álbum Jagged Little Pill, as vozes inconfundíveis de Phill Collins ou Dave Matthews, a rouquidão de Bob Dylan ou Bryan Adams, o baixo de John Deacon no Millionaire Waltz em simultâneo com o piano de Freddie Mercury e os estrondosos coros nos temas de Queen, o Dark Side of The Moon dos Pink Floyd, o som da Guitarra semi-acústica tocada pelo Clapton no Unplugged ou a banda que acompanha o Rod Stewart no concerto ao vivo da mesma série da MTV na década de '90, o vozeirão de Janis com os Kosmic, Big Brother ou Full Tilt, a envolvência do Gravity de John Mayer ao vivo ou em estúdio, a brutalidade do Don't Let The Sun Go Down On Me de Elton John, a leveza de Ben Harper com a sua voz e a lap steel guitar... tanta coisa boa que me vem à cabeça e aflora na pele quando oiço estas (e tantas outras) músicas...

A Música é fantástica!!

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

House of Cards, Veep e a puta da loucura

Gostava de saber até que ponto a série House of Cards e forma como descreve com algum detalhe a maneira como os clãs e as famílias políticas funcionam em Washington trouxe à memória as famílias Clinton, Bush, Kennedy e outras... redundando numa expressiva votação em Trump, que, embora não o seja - longe disso, até - se afirma como um outsider anti-establishment...!?

Por outro lado, passamos da seriedade acutilante de House of Cards para a puta da loucura de Veep!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Selfies, egocentrismo e lições morais

Já há muito que venho dizendo que o culto da mediocridade que se faz com as redes sociais, a reality tv, a música a metro, o entretenimento fácil, as séries pejadas de violência gratuita, os filmes manhosos de domingo à tarde (Adam Sandler e companhia), os smartphones, as selfies, os 5m de fama no YouTube e a main stream media vinha minando e embrutecendo a cabeça de muita gente.

É nas eleições americanas, no resultado do referendo do Brexit no Reino Unido, mas também no golpe de estado no Brasil, nas sucessivas eleições em França, Áustria, Hungria, Países Baixos e outros, com a direita a ganhar terreno, que se prova isto mesmo. A ignorância fortalece o medo, em certa medida dando a ideia de o vencer, mas que acima de tudo o medo fomenta a ignorância que se alastra a passos largos, quase exponencialmente.

Como refere o MEC na sua brilhante crónica de hoje no Público, a Democracia está a ganhar em todas as frentes. Sejam outsiders, anti-estabelecimento, anti-sistema, hacktivistas ou o que for. Não são só os republicanos nos EUA mas também os Anounymous um pouco por todo o lado. Esta vontade de afirmação, de luta, de impor uma nova ordem não vem só de cima, dos senhores do mundo, vem de todo o lado, da maioria dos habitantes deste planeta.

Já ninguém se contenta com pouco. Pouca gente se conforma com a sua vidinha mediana. A Maioria das pessoas quer mais e melhor... e já!

O peso da individualidade que recai sobre as pessoas que se afirmam nas redes sociais, vestindo a pele de comentador e 'treinador de bancada', consumindo informação de páginas, blogs e sites e do eventual programa de televisão, rotunda num estrondoso egocentrismo que se revela uma verdadeira arrogância e prepotência que toma conta de assalto da opinião de muitos. E toda a gente tem a sua, claro! Anda tudo a vomitar as suas postas de pescada e a julgar que se é mais e melhor por isso.

Seja como for, vivemos tempos estranhos mas interessantes.

Há uma lição a retirar disto tudo and we must deal with it!!

Trump, brexit e medo

Ora bem... numa arriscada tentativa de tentar compreender o que raio se passou com as eleições americanas, só posso chegar a esta inusitada conclusão:

Quem realmente vence nesta noite, como aconteceu no Reino Unido com a vitória do Brexit, mas também um pouco por toda a Europa e com alguma relevância em países como na França e a família LePenn, mas também na Hungria, Países Baixos, Áustria e outros, é o medo! Quem sai destacadamente à frente, ainda que estatisticamente por uma margem relativamente pouco confortável, é a vontade de mudar 'só porque sim' e o receio da continuidade 'só porque já chega'.

A Hillary Clinton representa, aos olhos da maioria dos americanos, a imagem gasta e amarrotada do estabelecimento. Só assim se explica que tantos, que inicialmente votaram no Bernie Sanders, candidato também anti-estabelecimento, agora se tenham voltado para Donald Trump. Mas acontece que Trump não é só um outsider que tomou de assalto o Partido Republicano, um anti-estabelecimento. Trump é, principalmente, um anti-sistema! Senão, basta ver a sua postura ao avisar antecipadamente que não aceitaria os resultados caso perdesse as eleições, a sua briga constante contra as empresas de sondagem (nesta, se calhar até tinha razão, porque todas falharam!) e toda a sua forma de estar, de falar e de destilar veneno.

Donald Trump é o cúmulo do egoísmo, do egocentrismo, da má-educação, do desrespeito pelas regras, de uma total inadaptação a uma posição de base ou mediana numa qualquer hierarquia, da incapacidade de se retractar pelos abusos, disparates e mentiras que profere na sua verborreia habitual, enfim, a prova viva de que qualquer idiota pode chegar a Presidente dos EUA.

Mete medo!? Ah, pois mete! Porque este menino não venceu só as eleições, o Senado e a Casa dos Representantes, bem como o Supremo Tribunal, estarão sob o controlo de um Partido Republicano completamente esfrangalhado com o decorrer da campanha, desde as primárias até à noite das eleições. E o Tea Party, Ted Cruz e companhia ganham força com isto e alto lá, que esses, então, não são para brincadeiras e têm uma agenda muito bem definida. O Trump é um menino de coro ao pé de Ted Cruz.

No referendo do Brexit e nestas eleições americanas vence o medo, a ignorância, a mesquinhez, a xenofobia, o racismo e o chico-espertismo. Vencem aqueles que têm medo de perder o seu empregozito em vez de ficar do lado do que está certo e é justo. Ganha a vontade de mudar, mas mudar para pior, pois é mais que certo, porque estas pessoas não percebem um caralho de economia, de mercados, de princípios éticos e morais e do sentido da vida.

Que miséria franciscana!!

Haja coragem para viver num mundo que sucumbe ao peso das redes sociais, da desinformação geral, do entretenimento puro, dos 15m de fama, do culto da mediocridade e daquilo que já se sabe onde vai dar... os alemães e o 3º Reich deixaram bem patentes na História onde isto pode muito bem ir desembocar e é triste que não se tenha aprendido com o passado, triste.

Medo...

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Lembranças, enredos e traições

"Remember, remember
The EIGHTth of November
The gunpowder treason and plot
I know of no reason
Why the gunpowder treason
Should ever be forgot!"

"So this is how liberty dies... with a thunderous applause"