terça-feira, 31 de março de 2009

A luz e as cores

A luz do sol é branca porque é constituída por todas as cores misturadas.
As nuvens são brancas porque são compostas, entre outras coisas (gases, por exemplo), por gotas de água e ocorre uma dispersão de luz generalizada em iguais quantidades de verde, azul e vermelho.
O céu é azul devido ao efeito de prisma que a atmosfera provoca na luz que vem do sol.
O mar é normalmente azul porque essa é a tonalidade reflectida pelas partículas de areia e micro-organismos mais comuns na sua superfície. Noutros locais há outras partículas e a cor reflectida será diferente, Próximo das ilhas o tom é verde porque há pigmentos amarelos da matéria orgânica, de corais, de algas e de vegetais. No Mar Negro há bactérias que produzem ácidos escuros, enquanto que no Mar Vermelho, a poeira rica em ferro torna as águas vermelhas.
Na altura do nascer e do pôr-do-sol, a cor predominante é o vermelho e o laranja porque a luz solar tem que atravessar uma maior quantidade de atmosfera e há praticamente a ausência da cor azul no espectro visível.
A chuva é cinzenta transparente mas pode variar consoante a maior ou menor carga das nuvens, mais ou menos carregadas, o tom do céu, quando visível, e os objectos e edifícios que nos rodeiam.
As caixas-negras dos aviões são cor-de-laranja para serem mais facilmente achadas nos destroços.
Os Ultra-Violetas e os Infra-Vermelhos não têm cor, são invisíveis.
A cor do cavalo branco de Napoleão é, de facto, branca.
A “cor de burro quando foge” é castanha.
Este blog é assim pró azul e beije, o que não o favorece muito, é certo, mas também não é dos piores.
A cor da internet é a cor do interesse e da parvoeira combinados, o que resulta em algo muito difícil de descrever.

terça-feira, 24 de março de 2009

As velhas põem-se doidas, parte 3

Ainda estou para saber qual era a probabilidade de vir morar para uma casa com quintal, que tem, tanto de um lado como do outro, as duas velhas com as vozes mais irritantes de todo o sistema solar? Uma tem uma voz rouca, aguda e assustadoramente desafinada, a outra tem uma voz distorcida, tipo high pitch, altamente dissonante e que mais parecem duas vozes ao mesmo tempo, num estranho e desarmónico equilíbrio tímbrico. E quando se juntam a falar alto (entenda-se gritar!) de um quintal para o outro? E quando isso acontece logo de manhã enquanto estou no quintal do meio a estender roupa, ou no quarto com a janela aberta e a tentar dormir o que resta da minha manhã primaveril? E se a isto tudo juntarmos uma inusitada conversa à volta do seu tema predilecto!? Acho alguma piada quando as velhas, num contexto genérico, se juntam na conversa e o assunto acaba por ir dar sempre ao mesmo: as doenças! Até podem ser mais de uma dezena, mas acabam sempre por agrupar-se duas a duas – até basta serem só duas para fazer estragos – e tornam-se extremamente competitivas com o escalar da discussão e o evoluir da argumentação:
- “Tenho andado tão aflita com esta gripe que aí anda.”
- “Gripe? Quem me dera a mim ter gripe, trocava a minha espondilose pela sua gripe em qualquer altura!”
- “Espondilose!? Txiii… para isso basta a minha ciática, que tanto me apoquenta nesta altura do ano!”
- “Ai não! Trocava o bócio que me aflige há mais de vinte anos por essa ciática, todos os dias e duas vezes ao domingo!”

…e a coisa vai progredindo até uma delas decidir que tem de ir fazer o almoço ou um dos maridos, corajosamente, se intrometer para chamar a atenção para um telefonema da filha, algo que tenha a ver com comprimidos ou o resto do programa da Fátima Lopes. Se num contexto geral tudo isto poderá conter algum sainete, garanto-vos que se tivessem que aturar isto de vez em quando, e bastava uma vez para ser uma vez a mais, não iriam achar qualquer réstia de piada. Um dia destes compro uma casota para pássaros, penduro-a num dos varões do estendal da roupa, mesmo no campo de visão de ambos os quintais adjacentes e convenço-me a adoptar uma ratazana vil e corpulenta como animal de estimação. É que as velhas põem-se doidas!!

(Parabéns pai, este post dedico-o a ti)

relembro:
As velhas põem-se doidas, parte 1
As velhas põem-se doidas, parte 2
O fenómeno do capacete
Velhos, porra frita e mercas para todos

segunda-feira, 23 de março de 2009

Moda, domingos e porrada de criar bicho

Este domingo, num daqueles filmes típicos de fim-de-semana à tarde, ouvi a boca mais inteligente a juntar moda e pancadaria, alguma vez inventada – sim, porque muitas vezes vejo certos desfiles de moda e o que mais me apetece é sovar alguém por ter inventado tal parvoeira, principalmente pelos adereços e ornamentos nos cabelos das(os) modelos. Tendo em conta a noite de sábado, não me lembro bem do canal em que deu, quanto mais o filme que era, mas recordo vivamente a frase que me deixou mais bem disposto do que as quatro conchas de sopa da minha avó que ingeri num almoço-lanche: “levas uma carga de porrada tão grande e tão forte que a próxima vez que abrires os olhos a tua roupa já terá saído de moda”.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Casos, operações e investigações

Tenho vindo a reparar nos nomes que a Polícia Judiciária ou o próprio Ministério Público dão às investigações e cada vez me surpreendo mais. Depois de alguns nomes coincidirem com títulos de músicas de bandas portuguesas, como os Rádio Macau (Operação Anzol) e outros, estou a contar os dias até chegarem aos Xutos & Pontapés. Já estou a ver o filme todo:

"Fontes do Ministério Público e das forças policiais revelaram aos média que deram início, ontem à noite, à Operação Chuva Dissolvente que visa a investigação de uma série de empresas ligadas ao tráfico de substâncias químicas que apareceram há duas semanas atrás nas águas da Barragem de Alqueva"

O mesmo pode acontecer com outros títulos dos Xutos:

- Operação Torres da Ciciberlândia: investigação a empresas de construção civil e obras públicas;

- Operação Fim do Mês em conjunto com a Operação Dia de S. Receber: investigação a insolvências falsas de certas empresas sob falsos pretextos

- Operação Ai Se Ele Cai: seguimento da investigação Apito Dourado, desta vez centrada apenas no presidente do FCP, Jorge Nuno Pinto da Costa

- Operação Dados Viciados: investigação a um grupo que detém casinos e a sua ligação com a Braga Parques e o Parque Mayer

- Operação Negras Como a Noite: investigação sobre as empresas da noite em várias cidades do país

- Operação A Minha Casinha: investigação sobre o alegado financiamento ilegal e facilidades no acesso ao crédito por parte de alguns membros do governo na aquisição de casas de luxo na Quinta da Marinha

- Operação Circo de Feras: investigação sobre actividades paralelas de alguns membros do governo regional da Madeira

- Operação O Homem do Leme: continuação da investigação sobre o caso Freeport

quinta-feira, 19 de março de 2009

"Assim vamos nós..."

Eu cá faço a minha parte. Sempre crítico, não me calo e exponho o que por aí encontro e vou sabendo.

"Assim vamos nós...
in Expresso, por Clara Ferreira Alves

Não admira que num país assim emirjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.

Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA – mas não de construção económica – aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada mas mais honesta que estes bandalhos.

Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades. Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.

A justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca. Tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso.

Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada. Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve. Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças e habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas" como se vivêssemos ainda em ditadura. E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém quem acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos.

Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?

Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma. No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.

E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina? E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade. Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.

Este é o maior fracasso da democracia portuguesa."

quarta-feira, 18 de março de 2009

Partidos, lideranças políticas e o Badaró

Descobri um blog todo castiço que tem, pelo menos, um tipo que eu conheço a postar as famosas "arrotadelas de pescada"... ou será ao contrário!? Não sei, mas o que interessa é que li um post sobre a actual líder do PSD e ao responder em formato de comentário, decidi vir até aqui elaborar um pouco mais a questão apresentada por eles. E o “até aqui” pode significar, em termos cibernéticos, milhares de kms percorridos em cabos de fibra óptica e foi uma deslocação que se deu em apenas 15 segundos. A tecnologia é uma coisa fantástica! Continuando… Com a actual crise política – já que estamos em tempo de crise financeira, económica e social, porque não também política? – e o cada vez maior peso da máquina socialista no governo, administração central, regional e local, acho que os restantes partidos deveriam repensar estratégias e mudar alguns dos pilares de base da sua agenda e programação política para as eleições legislativas que se aproximam. No que diz respeito ao “maior partido da oposição” e por falar em pilar, dada a elevada erecticidade da actual líder do PSD (por momentos ainda pensei em utilizar o termo “hirto”, mas dada a implícita assexualidade da pessoa em causa, decidi que o termo “erecto” seria mais apropriado), acho sinceramente que no partido em causa deveriam questionar-se a fundo sobre a escolha que fizeram em termos de liderança.

Francamente, penso que o Badaró (no seu actual estado) conseguiria uma melhor reacção do eleitorado.

blog: http://menageatroz.wordpress.com

terça-feira, 17 de março de 2009

As maganas das gotas de água

No extremamente rico cardápio de coisas chatas e irritantes, este que vos descrevo é dos mais curiosos que existem. Estamos no wc a preparar o duche que vamos tomar de seguida. Temos tudo o que precisamos à nossa volta e ao alcance de um braço esticado – a toalha para quando terminarmos o banho e a roupa interior – o ambiente previamente aquecido e a porta ligeiramente aberta, pois só nos preocupamos com a humidade da casa quando chega a Primavera e altura das limpezas e pinturas. Ajustamos a torneira misturadora para conseguirmos um jacto de água ideal, tanto em temperatura como em força. Entramos na banheira e já com a água aberta, cobrindo milimetricamente o fundo da banheira de forma homogénea, proporcionando uma entrada, num primeiro contacto entre a água e os nossos pés, aconchegante e confortável, e passamos o fluxo de água da torneira para o chuveiro, apontando provisoriamente a torrente de alinhados filamentos de gotas de água para a parede, de forma a não sentirmos o impacto da diferença de temperatura entre a água do cano e a sua primeira passagem pelo tubo que liga a torneira ao chuveiro. Estamos revigorantemente consolados debaixo daquele jorro de gotas alinhadas há pouco mais de minuto e meio quando reparamos que algo embirra com a perfeição daquele duche. O chuveiro, que tão bom aspecto tinha no folheto há uns meses atrás, quando comprado naquela promoção fantasticamente apelativa, agora adquiriu calcário e aparece um fiozinho de água desalinhado dos restantes. Pronto, estamos a tomar banho e é normal molharmo-nos. Até estamos habituados à ideia de levar com água na cara e no corpo, mas aquele fiozinho de água bastardo e implicante, está precisamente apontado à zona da nuca, quando de costas para a água, ou do nariz quando de frente, e se nos desviamos por breves instantes do caudal de água para ensaboarmos o cabelo, sentimos aquilo que mais parece um moleste e bizarro arrepio. É exasperante! Só comparável à maliciosa cortina quando esta se encosta ao corpo durante o duche.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Mais velho que o “cagar de cócoras”

Quando posso fazer o número dois sentado e na minha casa, é sem dúvida algo a que dou muito valor. Mas quando tenho de fazer o cocó num wc público e não confio no asseio do local, o que acontece quase sempre (em parques de campismo, áreas de serviço, bombas de gasolina, restaurantes, bares, cafés, entre outros), saio de lá todo esbaforido, moído e transpirado, dando a nítida sensação de que andei à briga com um Doberman dentro do cubículo do wc. Não é fácil para um homem com raízes na cidade e hábitos tipicamente urbanos, ter de cagar de cócoras – que é das práticas mais antigas que os seres humanos operam desde que há memória – pois acontece que se trata de um ritual que deixou de ser comum faz alguns séculos e sempre que se tem de pôr em uso, deixa um tipo repleto de dores nas pernas e na coluna. É mais um exemplo vivo de que não se devem perder alguns bons hábitos do campo. Embora nesse ambiente ainda seja preciso acrescentar-se mais um adereço: o sacho!

sexta-feira, 13 de março de 2009

O que é a distância de segurança no WC?

Assisto todos os dias a reportagens e notícias que mostram que a ASAE entra em tudo quanto é estabelecimento público e só estou à espera do momento em que os fiscais da referida autoridade de segurança entrem em casa dos particulares para medir a distância a que está colocado o autoclismo de parede em relação ao tampo da sanita, quando este esteja aberto. Pois que na maior parte dos casos não há distância de segurança e o tampo não consegue ficar aberto e imóvel enquanto um tipo mija de pé e isso torna-se profundamente irritante. Por um lado nem todos somos artistas ou estamos, por vezes, minimamente sóbrios para o fazer em condições de higiene e segurança perfeitas, por outro, torna-se um convite a fazer o número 1 sentado e isso acarreta outras preocupações. Além disso dava jeito para me ajudarem a orientar com o fiambre e outros produtos altamente perecíveis que guardo no frigorífico e que nunca sei quando estão prestes ou já a passar do prazo de validade.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Tríade Tuga-Típica

No decorrer das minhas divagações em forma de posts neste blog, vou tentando explanar toda uma série de questões que me assolam a consciência – e a subconsciência, uma vez que muitos me aparecem a dormir – em forma de pensamentos gasosos, quase voláteis e com a premência de registo em algum local digno de avaliação para posterior análise e consequente discussão, minha comigo mesmo e vossa, comigo ou sem migo, mas tento tocar apenas ao de leve na questão da Religião, embora tivesse muito a dizer mas pois que opto por fazê-lo pessoalmente com quem se interesse por um tópico tão carregado de sordidez e desconformidade. Adoro escrever sobre música mas ainda não me debrucei sobre o fenómeno do Fado. E o tema do Futebol é coisa rara nestas paragens, ou não fosse herculiana a tarefa de manter o bom gosto por estas paragens cibernéticas. Mas como bom português que sou, umas vezes mais orgulhoso que outras, que este país é rico em paradoxos e contradições, hoje tenho de desabafar sobre o Sporting! Estou deveras embaçado com a derrota da equipa do Sporting anteontem na Alemanha frente ao Bayern de Munique, que resultou num estrondoso resultado de 7 a 1 e que muito menos moça faz, face à prestação em si. Foi a pior derrota de sempre nas competições europeias. Uma hecatombe com “H” grande (toma lá Cavaco Silva!) levada a cabo por homens com “h” pequeno, que recebem verdadeiras fortunas para jogar à bola – coisa que muitos haverá que o desejem fazer e não têm capacidades técnicas ou de oportunidade, mas que de certo teriam estofo anímico para não se deixar sovar daquela maneira. Parecia que estavam a bater em defuntos e o que mais soava naquele estádio era o som típico de uma flatline numa daquelas máquinas dos hospitais, entrecortada pelo ressoar de uma ou duas descargas pontuais de um desfibrilador timidamente enraivecido. Não me lembro de nada assim… ah, espera… é verdade… ainda há duas semanas tínhamos batido este mesmo record em casa! Que vergonha!!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Porque é que não há uma “razoável”?

Existem cervejas Minis, Médias, XL e De Litro… porque é que ainda não inventaram a garrafa de tamanho “razoável”? O problema das bebedeiras talvez assente neste preciso ponto. Se nos pedem constantemente para bebermos com moderação e não há uma dose razoável de cerveja em garrafa, haverá sempre a possibilidade de bebermos duas ou três Minis a mais, aquela Média que não caiu bem, uma XL a que deitámos o olhos e emborcámos até ao fim armados em garnaneiros e foi demais, e uma De Litro que foi um perfeito exagero. Com tanta sinistralidade, gente parva e invenções idiotas de cerveja com groselha, limão e sabe-se lá o que mais – já há gelados com sabor a Bacalhau à Gomes de Sá – ainda me espanto!

terça-feira, 10 de março de 2009

Qual é a temperatura dos pensamentos?

Se as sinapses se dão a uma velocidade específica, nuns mais rápidos que noutros, é certo, então há atrito! E se há atrito, há fricção. E se há fricção, há calor. Se há calor, a temperatura aumenta quando se pensa. E quantos graus atingi eu neste bocadinho de divagação!? Dará para poupar energia eléctrica no Inverno se me dedicar a ler a Metafísica dos Costumes ou a Crítica da Razão Pura de Kant ou outros livros do género durante os serões!? Dará para cozinhar vegetais em lume brando com a testa? E será que durante alguns sonhos poderei acidentalmente puxar fogo à manta da cama num episódio pontual de combustão espontânea? É o tipo de questões que não conseguimos ler numa revista da Deco ou numa publicação do Ministério da Indústria e Energia, mas que fazia muita falta!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Qual é a cor do nevoeiro?

É cinzento, branco ou pardo? É fosco, baço ou turvo? É quase opaco ou ligeiramente transparente? Experimenta-se ou assimila-se? Respirar-se ou inala-se? E cheira a mofo ou a bafio?

sábado, 7 de março de 2009

...na Moda em Portugal #5

Na Televisão…
As telenovelas mais vistas são as portuguesas, onde raramente aparece alguém nu, a realidade retratada nada tem a ver com os habitantes da Linha de Cascais, os assuntos são todos corriqueiros e mundanos, as performances dos actores são por demais comoventes e a sua rotatividade entre canais de televisão e produtoras associadas é uma coisa meramente pontual.
O Programa Prós e Contras da RTP às segundas-feiras ser (semana após semana) sobre a crise e banca, e no painel de convidados aparecer toda a cabranagem que se alimenta à volta de ambas, quais moscas esfaimadas.Passa-se mais tempo por dia a ver o programa Tá a Gravar do que qualquer noticiário.
Vai aparecer um quinto canal de televisão que vem revolucionar, não a grelha de programas ou o editorial de informação, mas sim a palete de cores passíveis de serem usadas em cenários de estúdios de televisão.O novo canal de informação TVI24 consegue emitir ininterruptamente durante 25 horas por dia, revolucionando completamente todos os conceitos universais em que assenta a Física moderna.

sexta-feira, 6 de março de 2009

...na Moda em Portugal #4

Premissas para um filme tuga:
o Nicolau Breyner entrar como actor,
a NBP (Nicolau Breyner Produções) é a produtora,
o Nicolau Breyner dá uma perninha como realizador,
a Teresa Guilherme vai para a cama com o protagonista masculino e entra como actriz a tentar fazer o papel de mãe dele,
a Soraia Chaves, a Marisa Cruz ou uma das Lilianas aparecerem nuas,
a história é chata, irreal ou profundamente absurda e sem sentido,
a SIC ou a TVI fazem publicidade até à exaustão e o filme tem muito sucesso porque teve 20.000 zombies a assistir em todo o país no fim-de-semana de estreia!

quarta-feira, 4 de março de 2009

...na Moda em Portugal #2

Dizer mal do governo.
Dizer mal da oposição.
Dizer mal dos partidos.
Dizer mal da política.
Dizer mal dos dirigentes.
Dizer mal dos árbitros.
Dizer mal das claques.
Dizer mal dos jogadores.
Dizer mal do trabalho.
Dizer mal dos patrões.
Dizer mal dos chefes.
Dizer mal dos colegas.
Dizer mal do almoço na cantina.
Dizer mal da sra. da limpeza.
Dizer mal do segurança do parque.
Dizer mal dos polícias.
Dizer mal do clima.
Dizer mal do carro.
Dizer mal das gasolineiras.
Dizer mal das oficinas.
Dizer mal das seguradoras.
Dizer mal dos bancos.
Dizer mal dos Hospitais.
Dizer mal das revistas e dos jornais.
Dizer mal da televisão.
Dizer mal dos restaurantes.
Dizer mal dos supermercados.
Dizer mal dos aperitivos.
Dizer bem da cerveja!
Dizer mal da mulher ou do marido.
Dizer mal dos filhos.
Dizer mal da sogra!

terça-feira, 3 de março de 2009

...na Moda em Protugal #1

No seguimento dos posts mais recentes, lembrei-me de começar uma nova saga de posts sobre o que está na moda em Portugal no momento. Aqui fica, então...
Consultar sites antes de sair de casa para saber qual é o supermercado com os preços mais baixos e a bomba com os combustíveis mais baratos.
Comprar tudo o que não seja frescos nas lojas dos chineses.
Os bancos aumentam as taxas e as comissões de todos os serviços na inversa proporção em que as taxas de juro de referência vão baixando.
Despedir gente de empresas e fábricas para manter a margem de lucro e não tanto pelo risco de falência.
Escolher bem o local e o público antes de contar uma anedota ou uma piada sobre o Sócrates.
Ter um Nissan Qashqai.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Cabo Verde, Ilha da Boavista

Estou de volta, embora certamente não tenham notado a minha falta pois os posts iam aparecendo. Esta semana decidi brindar-vos com posts que escrevi previamente e que foram sendo publicados automaticamente durante a minha ausência. Estive uma semana de férias em Cabo Verde, na Ilha da Boavista, e decidi incluir neste post uma música dos Oasis que acho fantástica! Vem bem a propósito, por duas razões que passarei a referir depois de terminar esta frase. Pois que a Ilha da Boavista, sendo a segunda maior ilha do Arquipélago de Cabo Verde, é uma ilha quase deserta e virgem. Há zonas da ilha verdadeiramente intocadas pelo Homem. As praias são muito bonitas e há-as por quase toda a ilha (55 km de costa), o mar é limpo e transparente, a água é tépida, as pessoas são extremamente simpáticas, o Carnaval é uma grande festa, há um deserto no meio da ilha comparável em tudo, excepto no tamanho, ao Deserto do Sahara (é de lá que vem a areia), há apenas uma estrada de macadame que liga, nos seus 7kms de extensão, o aeroporto ao ainda único resort, as restantes estradas são de calçada e há trilhos e caminhos de cabra que ligam as pequenas povoações umas às outras. Salrei é a capital da ilha, que foi extremamente importante em termos estratégicos e comerciais para os portugueses e para todo o tipo de pirataria marítima. A pastorícia e a agricultura são o sustento daquela gente que vê o turismo como um pau de dois bicos. A Morna foi inventada na Ilha da Boavista, embora a Cesária Évora seja da Ilha de Santiago, onde este estílo musical, juntamente com o Funaná, se tornou popular. É um local paradisíaco para quem gosta de praia e de férias sossegadas sem grandes preocupações ou gente incómoda à volta... pelo menos por enquanto, porque com o existente resort de 750 quartos e o novo, ainda em construção, com mais de 2000 quartos, ambos da cadeia RIU, não sei se a coisa se manterá assim por muito mais tempo.
A escolha da música para acompanhar este post, nada tem a ver com Cabo Verde per si, mas sim com a forma como eu experienciei esta semana por lá. Este tema dos Oasis vem a propósito das paisagens naturais e humanas que observei, vivi e fotografei, mas também com a letra... deixo-vos para vossa apreciação.



Notas:
http://www.rotas.xl.pt/0206/7200.shtml
http://dn.sapo.pt/2008/11/02/internacional/ilha_boavista_cabo_verde_enfrenta_gr.html