domingo, 31 de julho de 2005

Frases emblemáticas e kitches

Frases como “Oh chefe!?”, “Eh xerife!?”, “Jovem!”, “Óó boa!!”, normalmente usadas pelo típico tuga, vão bem com certo tipo de acessórios e apetrechos ou determinados cenários, senão vejamos (ordem aleatória): palito, buzina de camião, trolha devidamente colocado em andaime, GNR barrigudo em operação stop, um tipo a pedir a conta num tasco qualquer, tuga ostentando orgulhosamente o seu vasculho, amolador de facas e tesouras (e a sua gaita), … e por aí adiante. Se há coisas que nos caracterizam, como povo, é os exemplos da nossa cultura e folclore (não é só os ranchos que são folclore). Nós somos o que dizemos e aquilo que fazemos.

quarta-feira, 27 de julho de 2005

A sorte não se faz, têm-se!

É segundo este postulado que eu nunca jogo no totoloto, no euromilhões ou seja lá no que for. Se estiver escrito que vou ganhar uma dessas coisas, ganho mesmo sem comprar o boletim e o preencher. Sorte é um dia destes virem-me dizer que ganhei o jackpot sem ter mexido uma palha! lol
Eu gosto mais de jogar Sobe&Desce, Lerpa, Poker, Sueca ou King a dinheiro. Nos jogos de cartas há o elemento sorte mas também há o saber jogar, sempre se tem algum controle… se calhar, o único controle que se tem é saber quando desistir: estando a ganhar (para não se perder) ou estando a perder (para não perder mais).Também é giro ir ao Bingo, estar-se ali a conter o entusiasmo e a ansiedade para gritar “linha” ou “bingo” na altura certa, mas para isso prefiro ir ao futebol e gritar golo quando o Sporting marca. Aiii, esta época é que vai ser!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2005

“E aquele cheirinho a roupa lavada!?”

Ora aí está uma frase que não se esquece. Bem como “é que é já a seguir”. Quem não se lembra dos reclames do Boca Doce, ou do Mokambo… ah!, a boa publicidade sempre nos deu que falar. Chegava a ser, ela própria, motivo de conversa. Eu lembro-me, nos tempos áureos do Herman José (Tal Canal, Hermanias, Casino Royal, Herman Enciclopédia) que ele tinha a capacidade inata de encher as conversas do dia-a-dia com frases, bocas e clichés provenientes das mais ricas personagens por si inventadas. No dia a seguinte a um programa dele, toda a gente tinha aquela frase na ponta da língua, era impressionante! Agora que ele se vendeu, está podre e decrépito, temos outro tipo de humor para nos salvar. Os Malucos do Riso, Fernando Rocha, Camilo de Oliveira, Fernando Mendes, Marina Mota e afins, são um bom exemplo do humor básico, revisteiro e kitch, que sempre teve o seu espaço, mas nunca de destaque. É como a música Pimba, ouve-se mas não se faz notar. Recentemente apareceu o humor com base nas Produções Fictícias, que nos trouxe o Gato Fedorento, Bruno Nogueira, Nuno Markl, Marco Horácio, Aldo Lima, entre outros. Estes são a coqueluche e a nata do humor nacional nos tempos que correm. Voltámos a ouvir em toda a parte frases como “qual papel?” ou “o que tu queres sei eu!?”, até mesmo na publicidade. Voltámos a ser nós próprios! Depois de anos de cinzentismo e de crise humorística, temos outra vez com que nos entreter… mas atenção!?, o bom humor que se faz nos dias que correm não é um humor fácil e despreocupado, é um humor que nos faz pensar e reflectir sobre nós próprios, sobre o status quo e como as coisas chegaram até aqui. Agora sim, temos Humor!

O Humor é a segunda melhor coisa do mundo, e sabe bem melhor quando se partilha, tal como a primeira, o Amor

quinta-feira, 21 de julho de 2005

Enganos e expectativas

Hoje parei num semáforo atrás dum carro que tinha o seguinte autocolante no vidro de trás (juntamente com o da RR): “O dom grátis de Deus é a vida eterna”. E eu que sentia que andava enganado por pensar que mais dia, menos dia, ainda dava de caras com a Laetitia Casta ou a Jennifer Garner. É que nem a Conceição Lino!!! (eu tenho uma pancada séria com a Conceição Lino desde que a ouvi e vi cantar numa das primeiras festas de aniversário da SIC; é bonita, tem pinta, canta bem, tem um sorriso daqueles que enche a sala como o sol às seis da tarde no verão pela janela do alpendre, e é uma jornalista séria… quantos jornalistas sérios há neste mundo, vá lá… 24???).
Se foi o Forrest Gump a inventar o “Shit Happens” e o Have a Nice Day”, quem foi o toni que se lembrou desta frase? E terá um Q.I. inferior a 75!?

Ataque imundo

Lord Cotton à cabine de som... Lord Cotton à cabine de som...
Podes parar com a invasão, por favor? O meu quarto está imundo!

quarta-feira, 20 de julho de 2005

Alter-Lego

Mas que raio será um alter-lego?
Um trolha de Alfama com as mãos sujas de estuque que pensa que ainda é um puto que brinca com blocos de Lego?
Um rato vegetariano politicamente alternativo…? (p.joke, lol)
E para que servirá este tipo de reflexão?
Vou-me deixar tar quieto.

segunda-feira, 18 de julho de 2005

Meio cheio ou meio vazio?

Esta é uma das mais intrigantes questões existenciais de todos os tempos. Algo com o qual toda a gente já se confrontou e debateu, por certo, quase tão intrigante como o laxante em dias de caganeira. A derradeira solução para este enigma já se me ocorreu há algum tempo, não vem de agora, mas eu tenho todo o gosto em compartilhá-la convosco, simpáticos leitores (digo eu cheio de fé! lol). Eis que se faz luz neste mundo obscuro, cinzento e entediante.
Na minha visão, muito própria e pessoal (gosto de redundâncias, são fixolas!), vejo a coisa da seguinte forma:
- um copo que se enche até ao topo e se vai bebendo até meio, estará meio vazio;
- um copo que se enche até meio, estará meio cheio.
Nada mais fácil!!

segunda-feira, 11 de julho de 2005

Para o Rui...

"And so it is / Just like you said it would be / Life goes easy on me / Most of the time"

Começo este post com uns versos da música do Damien Rice que me fazem pensar em inúmeras coisas. Entre elas, uma pessoa que morreu esta madrugada. Era das pessoas mais vivas e vividas que conheci até hoje. Sempre cheio de vontade de fazer e acontecer, com aquele brilho cintilante nos olhos e um sorriso aberto e sincero. Morreu estupidamente, afectado por um cancro que começou nos pulmões. Ele fumava imenso!

Este post vem no seguimento do “Papel Decisivo” e serve para mostrar que o Rui teve um papel decisivo na minha vida, postura e forma como encaro os meus dias e o meu futuro. Recentemente vi o filme Million Dollar Baby e fez-me lembrar outro filme, Magnólia. Passo a explicar...

Ainda não “assisti” a muitas mortes, mas as que presenciei, ou pelas quais passei de perto, afectaram-me sempre. Recentemente o meu avô materno, há pouco tempo o meu cão, pouco antes disso a minha gata de dois anos que me deixou dois leais companheiros, há algum tempo um amigo de família, pouco mais tempo que isso um tio/avô, e há mais tempo o meu gato, companheiro de dez anos que morreu velhinho e fui eu que o enterrei, tal como ao cão do meu primo aqui há tempos. Isto não vos diz nada mas serve de desabafo, para mostrar que é péssimo quando se perde alguém que nos é próximo e querido. Pior ainda, quando perdemos a hipótese de estar com quem está próximo ou quando nos perdemos de nós mesmos.

A vida é uma coisa estranha e por vezes sem significado, mas vale sempre a pena ser vivida. Tenho muito respeito por quem cá está, tanto quanto por quem parte. Sei bem que não há nada depois do que sentimos e vivemos aqui. Não há ali nem mais tarde! Só há a ausência de dor e sofrimento desnecessário, como aconteceu agora, neste caso. Ninguém pode travar o caminhar para a morte, mas há outra postura que se pode ter: caminhar pela vida. Quero com isto dizer que além de se ter objectivos, expectativas e um querer chegar lá, importa também gozar a paisagem, ver umas árvores "pela janela", tirar umas notas e umas fotos, observar, reflectir... Talvez resulte melhor em inglês: a journey through life!

Há vícios que são bons de ter e isso é MESMO com cada um! Mas há vícios estúpidos que, irreflectidamente, vamos tendo e deixando estar e seguir, sem que nos apercebamos do possível e mais que provável resultado. Quando pensarem em vícios como o álcool ou o tabaco, que são, DE FACTO, as piores drogas do mercado (e legais!!!), pensem numa pessoa, que uma vez irradiava vida e depois, ainda cedo, sofria à espera do fim… e que fim estúpido, morrer-se doente! QUE FIM ESTÚPIDO!!!

Não quero ser pessimista, muito pelo contrário! Idealizo a vida como uma viagem com destino certo mas sem rumo. E cada pessoa que morre não deita abaixo. Não perco força nem vontade de viver. Faço a celebração da vida. Da minha e de quem morre. De quem parte e de quem fica. Porque a vida pertence aos que fazem por ela e a sentem.

"Get busy living or get busy dying”.

sexta-feira, 8 de julho de 2005

O que é o papel decisivo?

Um papel decisivo é, por exemplo, o último quadradinho de papel higiénico num wc público; ou a última folha A4 para se imprimir um documento de 8 páginas; ou pode ser a carta da escola, dizendo que o gaiato atingiu o número máximo de faltas em todas as disciplinas; ou aquela cábula que não conseguimos encontrar durante o exame; a folha de rascunho que tanto jeito dava durante um telefonema… mas nem caneta há!?; pode também ser aquele impresso que é preciso ir buscar às finanças para se poder comprar a merda do selo do carro; também pode ser aquele post’it com a data e local da entrevista de emprego que não conseguimos encontrar de feitio nenhum, e aquilo é já amanhã!; ou pedaço de papel com o número de telefone daquela miúda gira que conhecemos no bar há 3 noites atrás; o guardanapo de papel com aquela ideia fantástica ou a anedota que queríamos decorar; ou aquela folha com os pagamentos que estava em cima da secretária, no topo duma pilha de tralha, que o gato conseguiu espalhar pelo chão todo; ou aquele papel de Romeu na peça da escola que ficou para o loiro estúpido, e agora ele é que vai beijar a rapariga de quem nós gostamos desde o 7º ano; a nota de 10€ que escondemos no sapato enquanto estávamos na praia, e que desapareceu; pode até ser o papel de consumo do bar que não sabemos o que aconteceu porque estamos com uma cardina do caraças e os nosso amigos já todos pagaram e saíram do bar e agora estamos entalados mas bêbados demais para perceber as implicações, e os porteiros são enormes, e o barman também é grande, e isto fica longe de tudo…
Há sempre coisas importantes que são menosprezadas, esquecidas ou que nos passam ao lado, às quais nunca damos a devida atenção, e são de extrema importância… por vezes até vital! Em suma, o que quero mostrar é que as coisas simples são as que nos fazem rir e nos deixam bem dispostos, mesmo que seja só ao fim de uns tempos, quando a história nos for contada em forma de piadola e nós até achamos piada.
Quem é que nunca se riu de si próprio? Mesmo que muito tempo depois da situação ter acontecido!? Ah!, é verdade, há uma frase do John Lennon que eu gosto sempre de dizer a toda a gente: “a vida é o que nos acontece enquanto fazemos planos”; e é bem verdade! Agora uma frase minha: “a vida é curta mas pode ser uma curte. Apreciem-na!” ;)