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quarta-feira, 11 de março de 2015

Kanalha, expressões e um site que já é um clássico

Numa conversa no Facebook com uma amiga, a propósito de uma expressão que inventei há mais de uma década e que parece ter finalmente pegado - "há piores / up yours" - embora muitos não acreditem ter sido eu a criá-la, mas isso também não interessa nada, acabei de me aperceber que o site que eu e dois amigos criámos em 1995, dedicado ao nosso grupo de amigos, carinhosamente baptizado de Kanalha, faz este ano 20 anos de existência.

As expressões que usamos são criadas por alguém e muitas das que eu amigos meus usamos nas nossas conversas e no dia-a-dia, foram de facto criadas por nós. Muitas foram adaptadas e a grande maioria foram criadas por outros, mas é sempre um regalo lembrar-me que este site começou por uma brincadeira e que, 20 anos depois, ainda está online!

Este site foi criado no tempo do mIRC, nos primórdios da internet com imagens e no tempo dos modems de 33Kbps... WOW!!!

Deixo-vos não com o site, mas com uma das suas páginas, esta dedicada às expressões:
http://ctanganho.no.sapo.pt/kanalha/dicionario.htm

Ainda sobre o site e o grupo de amigos, tenho de acrescentar o seguinte...

Porquê 'Kanalha'? porque o Velho Barrocas, saudosa personagem que viveu na rua onde curiosamente hoje eu vivo e há mais de 20 anos atrás passava as minhas tardes e noites, na Garagem do Gordo, ocasionalmente aparecia aos berros a bater com um pau de marmeleiro no portão da garagem e a proferir uma frase que ficou para a história e hoje, depois dele ter morrido e da sua casa ter sido demolida, fica para sempre: "canalha dum cabrão, andam só a gozar com o velho". Convém dizer que não fazíamos nada, na altura, que os adolescentes normais não fizessem e de facto, salvo raras excepções, não gozávamos com ele, mas o desgraçado não gostava das movimentações que muitas vezes as mais de 15 motorizadas levavam a cabo nas proximidades da sua casa, praticamente ao lado da referida garagem... pois, era um martírio para ele!!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Fim-de-semana prolongado em jeito de revista automóvel ou cor-de-rosó-social

MAIS / IN:
- concerto brutalíssimo de Fato/Feto em Portel
- ensaio 6ª feira de Spankin'Alpargatas
- goleada do Sporting com hat-trick do Djaló
- jantarada com a Kanalha, jolas e tintol a gastar!!
- ensaio sábado à tarde do novo projecto de covers tugas
- noitada de Fifa2010 com a Kanalha, jolas com fartura!!
- ensaio domingo de manhã com a Kazoo Love Orchestra
- almoçarada de família, borrego e outras iguarias, doces até dizer chega!!
- ensaio domingo de Spankin'Alpargatas
- bom tempo e um sol simpático
- o sossego de uma casa de solteiro
- banhinho quente... tão bom!
- all hail Eno!!!

MENOS / OUT:
- máquina da loiça cheia de loiça (suja!)
- bancada da cozinha coberta de loiça e todo o tipo de artefactos e gadgets, caricas, garrafas de minis, médias e montes de copos usados
- sacos de plástico pelo chão (wtf!?)
- só ter sobrado um par de meias com o Daffy Duck que me deram quando fiz 13 ou 14 anos e pensei nunca chegar a usá-las... e os boxers que também estavam todos a lavar e tive de vestir uns - até custa pronunciar - slips! bah!!
- ter de andar a tratar da roupa num domingo à noite, incluindo fazer a cama de lavado
- trânsito lento e o dobro do tempo para se chegar a qualquer lado
- voz rouca e dor de costas de alancar com as guitarras este tempo todo em que fiquei de pé (não dá jeito cantar sentado)
- azia


Diria que o saldo é francamente positivo... quantitativa e qualitativamente falando!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Festança, pouco tacto e CSI madrugada fora

Mais um início de Dezembro e a abertura oficial das hostilidades festivas.
Em Évora comemora-se o 1º de Dezembro como se fosse mais uma espécie de passagem de ano e embora a coisa tenha vindo a perder algum gás com o passar dos anos, porque antigamente se centrava mais na lógica da ceia que só terminava com o nascer do sol e evoluía noite dentro com muita comida, bebida e maluqueira à mistura, hoje acaba por ser mais um jantar de amigos do que uma festa, porque lá está, agora alguns de nós são pais, estão casados e têm responsabilidades acrescidas. Mas a "fessta" faz-se sempre mesmo que dure pouco tempo, pois a importância do 1º de Dezembro reside em juntar os amigos nem que seja por breves instantes à volta de uma mesa e pôr a conversa em dia. Com o tempo, os festejos do 1º de Dezembro vieram, no seio do meu grupo, a tornar-se o "aniversário dos amigos", principalmente porque já vai sendo raro conseguir juntar toda a gente na passagem de ano e assim esta noite torna-se ainda mais especial.
No final da noite de ontem, já bem pela madrugada dentro, deu-se algo que espero não vir a tornar-se numa espécie de tradição à medida que a malta vá envelhecendo e perdendo algumas faculdades mentais. Um dos amigos perdeu a chave do carro e a filha de um outro perdeu a chupeta. Quando já só restavam 4 de um total de 15 convidados, decidimos vasculhar a casa para tentar perceber onde é que a gaiata tinha enfiado a chupeta e, possivelmente a chave do carro também, uma vez que o desgraçado não fazia ideia de como a tinha perdido e agora apostava na hipótese da gaiata ter brincado com ela e a ter deixado sabe-se lá aonde... numa casa como a minha, com guitarras por todo o lado, muitos móveis e prateleiras cheias de tralhas, as possibilidades eram ínfimas. Só vos digo que depois de termos virado a casa toda do avesso, de termos visto no quintal e na rua com uma lanterna enquanto pisávamos e chutávamos os montinhos de folhas secas, de termos abanado todas as guitarras espalhadas pela sala e quarto, de termos aberto os sacos do lixo e espreitado dentro de todas as latas de atum e pacotes de iogurte do Lidl (sorte a nossa de eu passar tudo por água por causa da reciclagem... ontem já ninguém me chamou maluquinho!), de ver dentro do balde da esfregona, de espreitar entre e por debaixo das máquinas da cozinha e até no "copo" que contém o vasculho de limpar a sanita, o nevoeiro lá me passou e ainda que compensado pelo cansaço e sono nefastamente galopantes àquela hora, o meu raciocínio baseado na minha memória fotográfica me levou à conclusão de que estariam no carro de outro amigo porque eles tinham ido buscar cadeiras antes do jantar começar. Instalou-se a incerteza, claro, mas depois da equipa do CSI ter passado a pente fino todas as divisões da casa, não restavam mais dúvidas! Já hoje, com a luz do dia e por volta das 13h da tarde, recebi o telefonema que confirmava a minha teoria. Pena que a magana da ideia só me tivesse aparecido depois de tamanho empreendimento... lá está, todos vamos perdendo faculdades mentais e físicas... ou então já não aguentamos o álcool como antes. Entre uma e outra venha o diabo e escolha!
O cromo da chave vem cá agora almoçar e buscar o carro que pernoitou frente à minha casa.
Bom feriado!!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Norte, lenha e gente doida

Então tomem lá outra história meio chanfrada mas verídica...

Aqui há uns anos, estava eu a passar o ano em Sortelha com uns amigos, quando se passou um dos episódios mais insólitos que já testemunhei na primeira pessoa. Interessa saber que alugámos uma casa para 8 pessoas e tínhamos lenha e uma cozinha industrial à nossa inteira disposição; normalmente, quando chegávamos a casa (foram vários dias) já tínhamos a lareira acesa e 1 ou 2 baldes de lenha à porta para a alimentarmos durante a noite. Na noite da passagem de ano acabou a lenha mais cedo do que nas noites anteriores, que também elas tinham terminado a horas mais decentes, e aqui o yours truly ficou incumbido de ir procurar mais uns pauzinhos para manter a casa quente. Passados 3 minutos de busca, dei com um brutal monte de lenha mesmo encostado à parede traseira da nossa casa. Partindo do princípio que estava no terreno da casa – no Alentejo temos outra noção de espaço físico, terrenos, campo, hortas, etc. – limitei-me a retirar uns míseros 4 ou 5 pauzinhos (1º erro, ingénuo) de um monte que quase tinha a minha altura. Já tinha alguns entre braços quando me aparece uma criatura - pessoa, que isto não é um filme de terror… é de suspense! - aos berros do outro lado da rua, num 1º andar, proferindo a seguinte barbaridade:
- “Gatuno! Gatuno! Tá-ma’roubar a madeira!!”
Ao que eu retorqui, sem recalcitrar:
“Não, não! Tou só a tirar uns pauzinhos para a lareira” (2º erro, crucial).
Então não é que o velho saca de uma espingarda enquanto esbracejava violentamente à janela do prédio de dois andares, do outro lado da rua? – parece algo de loucos? esperem pelo final.
É óbvio que larguei tudo, pus-me a andar dali e desatei a correr para casa. Abri a porta repentinamente, ofegante e incrédulo e, enquanto retirava a chave do lado de fora da porta, disse:
- “Vem aí um velho louco atrás de mim por causa da lenha”.
Toda, mas TODA a gente se desatou a rir. Imaginem o cenário: tudo com os copos a jogar às cartas, tocar viola e a cantar e deparam-se comigo neste preparo... também eu me ria! Passados 15 segundos de risota batem violentamente à porta! Neste momento calam-se todos e até parecem acreditar que de facto algo de estranho se passava. O mais bêbado de todos ainda deu uma risada solta, mas depressa lhe passou a besana e pôs-se de pé. Depois de uns bons 20 minutos, a situação ficou encaminhada, com a ajuda do proprietário da casa alugada, mas não resolvida… festejámos até às 3h da manhã no pátio frente à casa, sempre com o olhar vigilante do velho na sua varanda do segundo andar do outro lado da rua e fizemo-nos à cama sem pensar na sequela. No outro dia de manhã, por volta das duas da tarde, não havia um pauzinho, uma casca ou sequer um aparo no local onde, na madrugada anterior, havia alguns 300€ de lenha. O velho insano, talvez ajudado por filhos, primos e sobrinhos – ai o que faz a consanguinidade – carregou orgulhosamente toda aquela lenha para dentro de casa, mais propriamente para a varanda do segundo andar, de onde tinha passado toda a noite a bispar o pessoal a divertir-se.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Férias, campainhas e palavreado descontextualizado

O post anterior fez-me lembrar uma história engraçada dos meus tempos de adolescente, que é como quem diz de há meia dúzia de anos ou coisa do género…

Tinha tirado a carta de condução há pouquíssimo tempo e encontrava-me legalmente apto para conduzir nas estradas públicas, quando eu e uns amigos decidimos fazer uma viagem até à Costa Alentejana, mais propriamente até à Zambujeira do Mar, para passar uns dias de férias naquela que seria a primeira vez que iríamos de carro a algum lado. Na altura, folgando de ideias e váipes bem piores, andávamos com a pancada de nos tratarmos no feminino quando queríamos gozar uns com os outros, e na manhã em que estava acordada a partida, sendo que tinha ficado planeado que eu apanharia todos, cada um à porta de sua casa e por uma determinada ordem, encaminhei-me para ir buscar o último contemplado na ronda e ele não estava à porta na hora combinada. Pode parecer estranho, mas numa altura em que ninguém tinha telemóvel, a melhor forma que encontrámos de o chamar foi mesmo atirando pedras ao estore da janela do seu quarto enquanto lhe chamávamos marrã, cocozito, tortulho e coisas bem piores. Como não respondia, partimos do princípio que estaria a dormir, e como estavam todas as outras janelas com os estores levantados, presumimos que seria o único a estar em casa – nesta altura alguém se lembrou que os pais dele estavam no Algarve – e foi sugerida a ideia de se tocar à campainha como se não houvesse amanhã… e não haveria se o sacana não acordasse rapidamente e se despachasse em pouco mais de 15m e ai dele se a mala não tivesse já feita de véspera!! Fui o eleito para dar a volta ao prédio e colocar o dedo indicador no botão, sem o retirar da dita cuja até que o desgraçado aparecesse à porta. Assim fiz até ouvir uma voz meio entaramelada do sono que dizia algo que não entendi num primeiro momento porque o som da campainha se ouvia pelo intercomunicador. Tirei o dedo e disse:
- vá minha puta, toca a acordar!!!
Do outro lado do intercomunicador ouvia-se então:
- …hum!?
E eu:
- abre a pestana minha cona de sabão; levanta o cu da cama, orienta a tua tralha e põe-te a mexer!
Então a voz aclarou um pouco e passou a ouvir-se:
- mas quem é?
Com o entusiasmo não estranhei e continuei:
- é o boda, troll! Vá a ver!!
Nisto a voz mudou radicalmente de tom, frequência e género e então ouviu-se:
- mas que raio de brincadeira… a uma hora destas da manhã… onde é que já se viu...
Nem 3 segundos se passaram do início da frase anterior, ainda com o dedo no intercomunicador, e uma segunda voz, decididamente masculina e grossa demais para ser quem eu esperava, aparece do outro lado entrecortando a primeira, que também não era, de todo, quem eu pensava… isto enquanto se abria a porta do rés-do-chão esquerdo e se ouvia numa estranha estereofonia de mistura entre o som roufenho do intercomunicador e o eco das escadas:
- que raio de coisa vem a ser esta!? quem é esse tipo que está praí a grasnar alarvidades e a tocar à campainha que nem um louco logo pela manhã!?!?
…depois disto tudo, e já com os restantes por trás de mim a rir que nem desalmados, como é que eu explicaria aos pais do meu amigo que era normal a gente tratar-se no feminino, apenas e só como forma de brincar uns com os outros e especificamente sem ofender qualquer um dos intervenientes, em particular a mãe, que já tinha ouvido tanto desaforo pelo intercomunicador???

Com o meu poder de argumentação, mesmo com muita confusão e nervosismo à mistura, porque era o mais velho e supostamente o mais responsável do grupo, lá me safei e seguimos viagem.
Ficou para a história!


Nota: afinal havia outro... este!