quinta-feira, 26 de abril de 2007

Liberdade...

Estive estes dias a pensar no que escrever sobre liberdade, pegando no tema do 25 de Abril, e não consigo pensar em mais nada além do que estas duas frases me dão para reflectir... e não é pouco:

"freedom is just another word for nothing left to loose" - Janis Joplin

"none of us are free" - Solomon Burke

Somos livres? ...parece que sim!
Somos verdadeiramente donos de alguma coisa? ...sim, o livre-arbítrio!
Se somos seres possuidores de livre-arbítrio, então somos livres de escolher e decidir, e depois de tudo o resto temos apenas isso a perder, essa última condição que nos caracteriza enquanto seres humanos. Mas se só somos livres quando não temos mais nada a perder, então não somos totalmente livres e estamos infinitamente condicionados pela nossa própria opinião e juizo numa espécie de destino a escrever pela nossa própria mão. Estamos então irreversivelmente condenados a não ser livres.
Hum... Dá que pensar!

segunda-feira, 23 de abril de 2007

"Tá a sair, tá a sair!!!"

A Primavera é uma coisa fantástica! Há três dias atrás o meu quintal era só erva verde e sem graça, agora tenho rosas cor-de-rosa e vermelhas, lírios, jarros e outros dois tipos de flores que não conheço pelo nome. Mas não é só tempo de flores, são as andorinhas a voltar e os passarinhos todos a avoar, os peixinhos andam contentes a boiar, a malta sai à rua a assobiar, voltam as pessoas a passear e a fazer desporto até fartar, mas o que eu mais gosto de ver é o mulherio todo a descascar...-se! Esta é a minha ode à primavera, assim em jeito de poema, mas seja como for, tentando ser positivo, uma vez que esta é a melhor altura do ano para isso, deixei de fora as maganas das alergias que já me andam a irritar!

sábado, 21 de abril de 2007

A morraça da televisão

Não sei se isto acontece com toda a gente ou mais alguém, mas eu que não sou muito de ver televisão, aliás, só a tenho acesa enquanto estou a trabalhar, lavar a loiça, etc., dei comigo um dia destes a fazer esta pergunta a mim mesmo: “quem era o tubarão?”. Para quem não consegue alcançar o significado desta questão, eu passo a explicar. Se pouca televisão vejo, é sem dúvida impensável que possa seguir telenovelas, mas aquilo é tão bem feito que afecta até o tipo mais alérgico a estas. O tubarão era uma personagem de uma novela da TVI que acabou há semanas (se calhar já foi há meses, but who the hell cares!?), e escusado será dizer que não segui, não quis saber do final e nem me apercebi de quando foi que a dita novela terminou, mas pelos vistos fiquei com uma curiosidade latente e inconsciente que me levou a pensar nisso num destes dias enquanto lavava a loiça… com a televisão desligada! A televisão é um vício tão grande que nem quando a temos ligada só ao longe e com o som baixinho ela passa despercebida. Pior que isto foi as duas ou três vezes que já papei aquele programa de discussão sobre a jornada de futebol com comentadores, público ao vivo e gente a participar em directo por telefone ou o programa A Bela e o Mestre. Para que me interessa aquilo? Um é completamente idiota e o outro é de uma estupidez quase visceral, mas eu lá fiquei a ver até ao fim aquela morraça. A partir de hoje, tirando séries e filmes, apenas vou passar dvd’s de música na televisão da minha sala. Assim tenho som e imagem e o vício é só com coisas boas. …mas afinal quem era o tubarão???

terça-feira, 17 de abril de 2007

Peixes, Disney e fantasias bizarras

Como é que os peixes se podem constipar e apanhar pneumonias? Parece uma pergunta estúpida e despropositada, mas é verdade. Eles passam o tempo todo dentro de água, num ambiente mais do que húmido, só se for quando vêm à tona, assim como nós quando conduzimos com o vidro do carro aberto logo após termos tomado banho. Se é certo é que se constipam e apanham pneumonias, também é certo que têm saúde pública e privada para os atender, médicos e drogas próprias para eles, mas mais importante do que isto, se estiverem mesmo mal têm quem se preocupe com eles e pague qualquer quantia para resolver o problema, já certas pessoas não podem dizer o mesmo. Ele é taxas moderadoras, clínicas privadas caríssimas (ou pagar a deslocação para ir a Espanha, que sai bem mais barato), medicamentos com cada vez menos comparticipação do Estado e caros, urgências e maternidades a fechar, enfim, o que está a dar é ser animal de companhia. Não que os peixes façam muita companhia, mas quem os tem em casa cuida deles e tem prazer nisso… ou não! A Disney tem algum peixe?? Quando era mais novo tinha fantasias com a Pequena Sereia, mas isso foi até conhecer a Lara Croft e isto era só um aparte.

domingo, 15 de abril de 2007

Disney… esse grande mistério!

O mundo, tal como o conhecemos, está prestes a acabar. Sem qualquer tipo de insinuação homofóbica, porque não tenho nada contra, devo admitir que foi com pura estupefacção e algum entorpecimento intelectual que assisti à notícia na televisão de que já se podem fazer casamentos gay nos parques temáticos da Disney nos EUA… abstenho-me de qualquer comentário consequente, deixando isso ao vosso critério, se assim o entenderem… ok, não consigo! Então aquele país de mentecaptos e retrógrados, altamente pudicos e puritanos (relembro que são o maior produtor de pornografia do mundo), deixam isto acontecer? Mas está tudo louco!? Até admito que viesse a ser possível a realização de casamentos homossexuais em determinados estados, como o Novo México e o Nevada, onde já se fazem casamentos heterossexuais a la minute, mais rápidos até que as fotografias tipo passe, apenas rivalizando com as polaroid, mas isto deixa-me completamente atordoado e sem reposta. Primeiro o Bush ser presidente sem ter sido o mais votado, depois o seu segundo mandato, e agora isto? Com tanto avanço e recuo do ponto de vista civilizacional, qualquer dia ainda os apanhamos a cumprir o Tratado de Quioto ou a puxarem fogo a tudo quanto é livro.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Páscoa, essa desgraceira infernal!

A Páscoa, de entre as épocas festivas, será talvez a piorzinha de todas. É, pelo menos, pior que o Natal. São três dias praticamente de caixão à cova. Como que nem um animal em cada refeição, arrastando-me sem dó até ao sofá e quedo-me horas a fio a abobrar como se não houvesse nada mais simpático para fazer… e não há! Onde não se passa nada interessante é na televisão, porque o best of do Cecil B. de Mille já enjoa, mas assim que consigo mexer mais do que os dedos da mão que controla o comando da televisão lá como mais qualquer coisa. Desaperto o cinto e o botão de cima das calças, e passados uns vinte minutos chamo-me todos os nomes porque devia ter antecipado o facto daquela última amêndoa poder estar estragada, e a magana deixou-me mal disposto. É engraçado que normalmente é sempre aquele último copito ou aquela terceira dose de sobremesa que nos deixam ko. Depois dos três dias típicos de improbidade para com o corpinho, para os alentejanos vem um quarto dia em tudo semelhante aos primeiros três, mas desta vez o cenário é outro, literalmente! Trata-se de ir comer o borrego ao campo. E o que este dia tem de fantástico é que torna uma cidade como a de Évora exactamente igual aos outros dias da semana: há muito menos carros na estrada, porque as famelgas levam as carrinhas e monovolumes atulhados de gente e comida para o campo, mas andam todos a vinte à hora e demoramos o mesmo tempo nas deslocações do que num dia normal durante a hora de ponta. Mas é engraçadíssimo ir a uma barragem alentejana e ver aquilo pejado de gente, em grande estamine, a gozarem à grande e à portuguesa, claro está. No resto do país é um dia normal, mas no Alentejo é feriado. É caso para dizer: “que bem que se está no campo, Adelaide!”.

domingo, 8 de abril de 2007

Cartazes, humor inteligente e fascistas ordinários

Queria deixar aqui o meu reconhecimento e solidariedade para com os 'Gato Fedorento'. À luz da realidade fria que é a sociedade dos nossos tempos, ainda percebo porque é que um tipo como o Pequito anda com escolta policial. O homem foi contra o sistema e tem de ser protegido para não acabarem com a vida dele (para quem não conhece o caso, refiro-me ao tipo que testemunhou contra a Bayer e foi ameaçado de morte, chegando mesmo a tentarem matá-lo por duas ou três vezes, pelo menos que eu tenha conhecimento). O que me deixa seriamente preocupado, e isto no seguimento da descrença geral na política e nos políticos, na falência do sistema democrático, na censura silenciosa dos média, e mais recentemente com a vitória do Salazar naquele programa/concurso idiota e irritante da RTP1 em que o tipo nem pôde sequer receber o prémio, é o facto dos humoristas do Gato Fedorento estarem também eles com escolta policial depois de terem sido responsáveis pelo fantástico cartaz de humor inteligente, ácido e acutilante que figurava na rotunda do Marquês de Pombal, lado a lado com um outro, o ridicularizado, do PNR – Partido Nacional Renovador. Para quem não conhece a situação, o PNR, que é um partido de extrema direita e de extrema pobreza intelectual, condição sinequanon para se pertencer a um partido ou movimento xenófobo e racista, colocou um cartaz na referida rotunda com as seguintes frases: "basta de imigração”, “façam boa viagem". Escusado será dizer que esse cartaz, e aqui tenho de mencionar que me refiro a outdoors gigantes e não a cartazes tipo moupi ou de tamanho comum (tipo poster de cinema), foi vandalizado e completamente desvirtuado em poucos dias, mas não antes de muita gente dar por ele e o Gato Fedorento ter tido a feliz e genial ideia de o criticar com um outro, quase idêntico, mas a satirizar o primeiro cartaz. Este segundo cartaz, entretanto retirado compulsivamente pela Câmara de Lisboa com base no pretexto de ter sido colocado ilegal e furtivamente, contrapunha com: “mais imigração”, “bem vindos!”, “a melhor maneira de chatear estrangeiros é obrigá-los a viver em Portugal” e “Nacionalismo é parvoíce”. Tudo bem que é uma situação que mexe com coisas sérias, principalmente num país que apenas vive há trinta anos em democracia e ainda mal se habituou a ela (e já muitos querem voltar ao regime antigo, mas isso são outros quinhentos), mas se há coisa que se pode fazer com quase tudo é humor. Pena que estes tas ordinários não saibam o que é uma piadola. Sinceramente, trocava qualquer punhado de vinte ou trinta imigrantes por dois ou três fascizóides nacionalistas, mas para onde é que os mandávamos? Ninguém merece esse mal!

Por último, deixo uma lista de sites com a notícia onde podem ver também a imagem dos cartazes e também uma citação interessante de um membro (seguidor?) do PNR:

"Para os felicitar creio que terei de fazer um destes dias uma visita à hora de saída do colégio (...), onde um destes burgueses esquerdistas tem os seus filhos a estudar e assim parabenizá-lo pessoalmente pelo brilhante cartaz", escreve no fórum um nacionalista que se assume como "Nuno NS", da Costa da Caparica.”

in Diário de Notícias

Expresso | http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=384882
RR | http://www.rr.pt/InformacaoDetalhe.aspx?AreaId=23&SubAreaId=79&ContentId=202875
Jornal Digital | http://jornaldigital.com/noticias.php?noticia=14050
Portugal Diário | http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=794862&div_id=291
SIC | http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/20070405-Contra+a+mensagem+xenofoba+do+PNR.htm
Diário de Notícias | http://dn.sapo.pt/2007/04/06/nacional/os_gato_fedorento_estao_ameaca_extre.html

domingo, 1 de abril de 2007

Escovas de dentes, investigação militar e o armaguedão ambiental

Aviso desde já os interessados que este post não terá a mínima referência à Teresa Guilherme… tarde demais, mas será apenas e só esta insignificante menção. Depois de ter reflectido exaustivamente sobre a questão das escovas de dentes, a sua evolução e utilização prática, cheguei à conclusão que esta nova vaga de escovas que têm aparecido nos escaparates, bem como na publicidade, pouco ou nada trazem de novo. Para que servirá aquela borracha nas costas da escova com o intuito de limpar a língua, se já o podíamos fazer com os pelos da própria escova? Ninguém se apercebe do ridículo disto? Os tipos do marketing e da publicidade conseguem bater recordes à custa da ignorância e insciência do público em geral. Consigo compreender que dê jeito ter um aspirador normal, de chão, e um outro de mão que esteja sempre à mão, perdoem-me a redundância, mas esta questão das escovas de dentes parece-me risível e caricata. Se ao menos essa gente pusesse a sua mente ao serviço da investigação militar, de certeza que resolveríamos prontamente a questão da nossa sobrevivência de forma muito mais célere. Parece-vos estranho? A mim não! Desde que vi o documentário do Al Gore que penso nisto, e lembrando-me também do célebre monólogo do Agent Smith para o Morpheus, do primeiro filme do Matrix em que ele compara os humanos a vírus, que de certa forma me reconforto com a ideia de que não vamos ter um bom fim. E sem dúvida que o merecemos, pois que ao contrário do Rei Midas, como civilização, tudo o que tocamos transformamos em merda, e o planeta, a ter de fazer reboot, antes o fizesse mais cedo que tarde. Pode ser que a próxima geração de humanóides cuide bem melhor de si e do que a rodeia. Entretanto vou pensando, escrevendo, dizendo as verdades, embora proferindo algumas alarvidades, e fazendo o que posso para travar esta máquina bem oleada. Porventura, quando decidir que não compensa, eu próprio ajudarei a puxar fogo a isto tudo. Até lá, vou separando o lixo, vendo e lendo tudo o que é pertinente para este problema e a sua resolução, conversando muito com pessoas interessadas e outras que nem tanto mas me vão aturando, e lavando a dentuça e a língua com uma escova de dentes banalíssima.