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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Road songs, arrepios e três marias

É difícil descrever o que sinto a ouvir esta música. As memórias e as vontades futuras...

Típica Road Song americana que tem muito de Eagles, Skynyrd e até Dire Straits. É daquelas músicas que dão alcance à vista e uma súbita latitude à alma. Uma espécie de abraço instantâneo e surpreendente, que nos remete para coisas boas que arrepiam e nos levam para "sítios" bons. Como se estivessemos a rolar pela Route 66 ou parqueados frente à vastidão do Grand Canyon... mas também podia ser a estrada entre Beja e Ourique ou com o chaço parado frente aos Alteirinhos ou às Três 'Marias'.

A música... algumas músicas... arrepiam-nos de dentro para fora e preenchem-nos os espaços que guardamos para as memórias e os desejos.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Perspectivas, fotografias e viagens no tempo

«...a relentless collector of magical moments» - Stephen Wilkes

Este fotógrafo, como tão bem explica nesta TED Talk, consegue captar espaço e tempo numa observação privilegiada sobre paisagens, locais, animais, pessoas e atitudes, transformando uma fotografia numa verdadeira viagem no tempo, bem mais abrangente que qualquer fotografia já o era até aqui.

O resultado, o processo e a forma apaixonada como aborda o seu trabalho, é algo absolutamente fantástico!!

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Trump, trampa e outro planeta

Hoje acordei a pensar nas probabilidades de dois possíveis cenários, ainda que separados pelo tempo: Donald Trump vencer as eleições e eu conseguir mudar-me de armas e bagagens para um dos planetas descobertos esta semana pela NASA. ...hum... acho que vai ser difícil arranjar uma empresa de mudanças que leve a minha tralha até TRAPPIST-1.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Bom dia, boas notícias e vida boa

Epá, que boa maneira de começar o dia... especialmente depois de ter tido, ontem, mais uma daquelas conversas com amigos quarentões em que se aborda o tema de se estar a ficar velho, de doenças como a diabetes e outras.

Hoje li um estudo que refere que comer queijo prolonga a vida!! Txiiii... um dia destes ainda vou ler algures que chegaram à conclusão que o vinho tinto e o chocolate também prolongam a vida, isso é que era de valor! Prolongar não sei, mas que tornam tudo melhor e qualquer situação mais aprazível, isso sim. Há lá coisa melhor do que queijo, tinto e chocolate!? Só se for bem acompanhado, em viagem e com uma boa banda sonora.

Bem, vou atacar o brie que tenho no frigorífico!!

terça-feira, 17 de março de 2015

Filmes, géneros e filosofia

Interstellar... WOW!!

Escrito, produzido e realizado por um dos maiores realizadores de cinema dos nossos tempos, Christopher Nolan. Quanto a mim, a par com Terrence Mallick e os irmãos Wachowski (Andy e Lana), chegaram ao topo onde encontramos nomes como Stanley Kubrik e outros neste género, entre o Sci-Fi, o Thriller e a pura Filosofia.

outras referências:
Matrix (1, Animatrix, 2 e 3)
Cloud Atlas
The Thin Red Line
The Tree Of Life
2001, A Space Odyssey

...e não me incomodam nada as críticas de que o Nolan devia concentrar-se em ser o novo Hitchcock e não o novo Kubrik. Ele já trabalhou muito bem os dois géneros e é o Christopher Nolan e p(r)onto!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Vida, amor e viagem

A malta hoje em dia distrai-se facilmente com a 'festa' e a 'celebração' que vai dentro da carruagem. Ligam demasiado ao imediato, à ilusão da imagem e não vêem para além da maquiagem. Não conseguem apreciar a paisagem! Muitos até se deixam ficar, a curtir 'a cena', a viver o momento num vagão desacoplado e à deriva, que o comboio, esse, lá partiu e seguiu viagem.


"Solteiros 3.0: o amor deixou de ser para sempre?

O solteiro 3.0 muitas vezes nem se chegou a casar e aterra sem pára-quedas numa espécie de meia-idade prematura, cheio de energia e alegria, como se tivesse renascido da uma morte lenta

O mais provável é que nunca tenha sido para sempre. Não me refiro ao amor de pais aos filhos, esse doce sentimento familiar que raramente se corrói e subsiste a males e desgraças. Nem do amor ao próximo e aos animais. Falo do amor que nasce da paixão e fica quando ela não resiste. Estaremos perante um novo paradigma social, face à nova onda de relações assentes em contratos a termo?

Não me parece. A mudança a que estamos a assistir é condicionada e aparente. Condicionada, porque os nossos comportamentos só estão mais visíveis, mais transparentes e mais fáceis — socialmente esta mudança está a ser mais aceite. Aparente, pois há um século a esperança média de vida era de 50 anos e hoje ronda os 80. Vivemos mais! Portanto, muitos dos que achavam que amavam para sempre, simplesmente não viviam tempo suficiente para descobrirem que talvez não. O mesmo efeito acontece com a saúde: as doenças cardiovasculares só chegaram ao topo das causas de mortalidade porque as pessoas passaram a viver tempo suficiente para o provar, uma vez resolvido o problema das infecções.

Este é obviamente apenas um dos vértices da questão. Porque o argumento mais importante é que hoje as pessoas resistem menos a viverem num amor morto, numa relação que transforma o lar numa casa mortuária feliz, onde a câmara ardente se vive com a tranquilidade de quem se habituou à ideia que basta sobreviver. O tempo dessa condescendência já passou e, em parte, graças à tecnologia que vai denunciando as pequenas infidelidades e as grandes deslealdades. E uma vez descobertas, já ninguém aguenta. Até porque o solteiro 2.0 — o divorciado de há duas décadas — era um marginalizado social de que não há memória. O solteiro 3.0 muitas vezes nem se chegou a casar e aterra sem pára-quedas numa espécie de meia-idade prematura, cheio de energia e alegria, como se tivesse renascido da uma morte lenta. Mais do que tolerados, já são socialmente normais. Bem vistos, até, por terem tido a coragem de querer voltar a viver e a celebrar essa vontade em animados festins de grupo.

Essa celebração é saudável, porque é autêntica e genuína. Porque tudo o que faz querer viver mais e sorrir melhor vale a pena. Mas substituirá no longo prazo a necessidade de um amor que fique? Julgo que não.

Será o amor para sempre impossível? Não. Provavelmente só é muito difícil, como tudo o que vale a pena. Porque o mais fácil é apaixonar-nos. Complicado é manter-nos apaixonados, interessados. Não é obviamente em câmara ardente que se segura um amor para sempre, mas duvido que seja com renovação de roupagem que nos fazemos vestir de felicidade. Precisamos de saber dar aos outros como se fosse a nós mesmos e interessar-nos por quem amamos como se fosse conosco. Porque só assim nos mantemos interessantes, precisos, parceiros, nossos. Porque essa é a característica patente nas relações que duram: nas relações familiares, quase sempre imortais.

Embora fundamental, este altruísmo para com quem amamos não chega. Precisamos de saber renovar, de aprender e dar de novo, de começar tudo como se fosse hoje a última vez. Como se fosse a primeira vez, num rastilho com cheiro a pecado até o aroma ser doce outra vez. Porque um amor sem altos e baixos é como um deserto: adormecemos na monotonia de uma paisagem sem cor."

in P3, por Pedro Barbosa • 07/05/2014

domingo, 6 de maio de 2012

Comida, conversa e... fado!

Além de achar este programa 5* (numa escala de 1 a 3!), gostei particularmente de ver este em Lisboa e porque fiquei completa e irreversivelmente rendido à Carminho! Muito importante para quem não é entusiasta do Fado... porra, ainda estou KO! A mulher é um furacão de emoções a cantar!! Txiiiii...

segunda-feira, 2 de março de 2009

Cabo Verde, Ilha da Boavista

Estou de volta, embora certamente não tenham notado a minha falta pois os posts iam aparecendo. Esta semana decidi brindar-vos com posts que escrevi previamente e que foram sendo publicados automaticamente durante a minha ausência. Estive uma semana de férias em Cabo Verde, na Ilha da Boavista, e decidi incluir neste post uma música dos Oasis que acho fantástica! Vem bem a propósito, por duas razões que passarei a referir depois de terminar esta frase. Pois que a Ilha da Boavista, sendo a segunda maior ilha do Arquipélago de Cabo Verde, é uma ilha quase deserta e virgem. Há zonas da ilha verdadeiramente intocadas pelo Homem. As praias são muito bonitas e há-as por quase toda a ilha (55 km de costa), o mar é limpo e transparente, a água é tépida, as pessoas são extremamente simpáticas, o Carnaval é uma grande festa, há um deserto no meio da ilha comparável em tudo, excepto no tamanho, ao Deserto do Sahara (é de lá que vem a areia), há apenas uma estrada de macadame que liga, nos seus 7kms de extensão, o aeroporto ao ainda único resort, as restantes estradas são de calçada e há trilhos e caminhos de cabra que ligam as pequenas povoações umas às outras. Salrei é a capital da ilha, que foi extremamente importante em termos estratégicos e comerciais para os portugueses e para todo o tipo de pirataria marítima. A pastorícia e a agricultura são o sustento daquela gente que vê o turismo como um pau de dois bicos. A Morna foi inventada na Ilha da Boavista, embora a Cesária Évora seja da Ilha de Santiago, onde este estílo musical, juntamente com o Funaná, se tornou popular. É um local paradisíaco para quem gosta de praia e de férias sossegadas sem grandes preocupações ou gente incómoda à volta... pelo menos por enquanto, porque com o existente resort de 750 quartos e o novo, ainda em construção, com mais de 2000 quartos, ambos da cadeia RIU, não sei se a coisa se manterá assim por muito mais tempo.
A escolha da música para acompanhar este post, nada tem a ver com Cabo Verde per si, mas sim com a forma como eu experienciei esta semana por lá. Este tema dos Oasis vem a propósito das paisagens naturais e humanas que observei, vivi e fotografei, mas também com a letra... deixo-vos para vossa apreciação.



Notas:
http://www.rotas.xl.pt/0206/7200.shtml
http://dn.sapo.pt/2008/11/02/internacional/ilha_boavista_cabo_verde_enfrenta_gr.html

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Dinamarca (registada)

Em primeiro lugar gostaria de esclarecer que nada se passa de errado no Reino da Dinamarca, mas lá que é estranho, isso é! Imaginem só que aquilo é tudo gente civilizada, certinha e respeitadora de tudo quanto é regra. No trânsito, pura e simplesmente não atravessam as ruas fora das passadeiras e tão pouco o fazem com o sinal no vermelho para os peões. É engraçado brincar com eles e atravessar a passadeira antes de sair o verde... não reparam e vêm todos atrás, confiando! Copenhaga é a capital do design, do bom gosto, da comida gourmet - assim a atirar para a Nouvelle Couisine, mas com mais sustânca - e das bicicletas modernaças (lá está, o design). São todos loirinhos e branquinhos, gente bonita e vistosa. Vestem-se como se tivessem saído da passerelle (até me questiono como é que dará jeito elas andarem de bicicleta e saltos-altos!?) e uma coisa é certa, é só rabinhos, coxas e pernas bem tonificadas! Nunca tinha visto tanta mulher com pernas bonitas e bem feitas como lá!! Parecem modelos mas com as medidas certas, não são escanzeladas, e os homens têm todos bom aspecto. A cidade de Copenhaga não é grande mas é super espaçosa. As ruas são largas e os edifícios não são muito altos. Na zona de Nyhavn (novo porto), junto aos canais, podem apreciar-se os prédios coloridos, as esplanadas, os barezinhos e os restaurantes. Por falar em restaurantes, Copenhaga tem mais de 2000! E não dei por haver tascas, estamos a falar de restaurantes todos pipís. É normal, é tudo caríssimo! Uma sandocha (típica open sandwich dinamarquesa) custa em média 10€. Há museus por todo o lado, galerias de arte, lojas de roupa e de peças de design. Os dinamarqueses são conhecidos pelas peças de design em metal: faqueiros, chaleiras, etc. É um país com pouco mais de quatro milhões de pessoas, achatado (o monte mais alto tem 147m de altura), descendentes dos Vikings e são os maiores produtores de carne suína do mundo, mas garanto que não há porcaria nem cheira mal em lado nenhum. Pelo que pude indagar, e indaguei bastante, em média desconta-se cerca de 50% de impostos do ordenado individual, mas os quadros superiores das empresas chegam a descontar 60%. O ordenado mínimo ronda os 400 contos, não há desemprego, não há praticamente crime e é tudo de graça no que à saúde e segurança social diz respeito. É de facto um país de gente civilizada, madura. Lá por ser uma Monarquia não deixa de ser uma democracia, que funciona. O que mais me surpreendeu foi a postura deles no trabalho. Lá trabalha-se com gosto, motivação e proactividade. Nas fábricas e empresas não há escritórios, é tudo openspace, e abundam as cores e a ergonomia. Na sede da minha empresa perto de Copenhaga, o edifício é todo modernaço e há pormenores tão fantásticos como um ginásio, uma sala de massagens, uma sala de jogos (snooker e matraquilhos, são doidos por matraquilhos), uma sala de leitura com todas as revistas que se vendem no país, entre outros pormenores interessantes como a cantina que tem comida belíssima, tipo restaurante buffet, para a qual todos os trabalhadores descontam do seu ordenado, tudo o resto é gratuito. Os dinamarqueses são muito diferentes dos suecos, filandeses e noruegueses. Não se suicidam nem se desgraçam com drogas e álcool. Trabalham a sério e sabem divertir-se com tacto. É um mundo diferente, um admirável mundo novo! O frio e as poucas horas de luz não me fazem deixar de pensar que gostaria de ir para lá viver. Tirando o Alentejo, que também tem o seu ritmo próprio, e até ver, só mesmo em Copenhaga.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Brasiu!

O que dizer do Brasil? Bem, de facto eu não conheci o Brasil, estive na Bahia, que é bem diferente. Aquela zona do país caracteriza-se pela harmonia perfeita entre povos: africanos, europeus e nativos. Não há brancos em lado nenhum, só os turistas (portugueses, espanhóis, italianos, americanos). Oitenta e tal porcento da população são pretos ou mulatos, os brancos não se notam porque estão torrados do sol. Aquela gente respira e transpira talento, na música, na dança, nas artes plásticas, em tudo e mais alguma coisa; no resto do Brasil costuma dizer-se que na Bahia tem muito talento… talento, tá lento… são os alentejanos lá do sítio! Não há stresses nem complicações. São calmos, pacíficos, profundamente ecológicos e preocupados com a Natureza, exageradamente religiosos e extremamente supersticiosos. Cumprem os rituais do Cristianismo (catolicismo e protestantismo) e do Candomblé no que a festas e feriados diz respeito. Costumam dizer que pelo sim, pelo não, mais vale rezar a todos! Festas é com eles, estão constantemente em festa. Dezembro, Janeiro e Fevereiro é tempo de Verão e Carnaval, uma só festa contínua e sem fim. No resto do ano é festa também, sempre. Eles lá vão arranjado desculpas e justificações para a boa disposição, que essa nunca falta. E tem de ser assim, porque a vida no Brasil é muito difícil! É uma dos países mais ricos do mundo em termos de recursos naturais e de facto há muita gente rica e podre de rica – vários prédios com cerca de vinte andares em que cada andar é um duplex com uma área brutal (talvez mais de 250m2) por volta dos 300.000 contos, com estacionamento para 3 carros por apartamento, marina privativa, varandas rotativas, muito ao jeito do Dubai, foi o que pensei na altura em que via e iam descrevendo, etc. – mas há muito mais gente pobre (pobreza extrema, se é que sabem o que isso é!) do que classes média, media-alta, alta, altíssima e extratosfericamente alta. Os combustíveis são praticamente do mesmo preço que em Portugal (são independentes na exploração de petróleo!), os restaurantes, cafés, bares, supermercados e shoppings têm preços tão ou mais altos quanto os nossos, e o nível de vida é, em média, igual ao nosso, mas o salário mínimo anda por volta dos 300R$ (+/- 150€). Só não percebi como seriam o preço das casas, apartamentos, carros e custos de água, gás e electricidade, mas fiquei espantado ao perceber que não há carros velhos e é raro ver-se um fusca a circular – a lei obriga a actualizar os carros velhos e torna-se incomportável, só os mais endinheirados têm carros antigos e clássicos e esses estão em garagens. A zona do Estado da Bahia, próxima do Equador que está, só tem duas estações: o Verão e a estação de trém. Está sempre calor e as temperaturas oscilam entre os 27ºC no Inverno e os 35ºC no Verão. Chove quase todos os dias mas eles não se preocupam em nadjica de nada – quem anda a pé ou de mota (só há motas de 50cm até 250cm), por exemplo – porque para eles não chove… rega! …e é uma chuva quente que não altera em nada a temperatura ambiente. As gotas são pouco espaçadas mas muito miudinhas, molha mesmo mas seca tudo num instante. A Baia de Todos os Santos é enorme e tem 55 ilhas, algumas delas do tamanho da cidade de Évora. A cidade de São Salvador da Bahia é linda e muito parecida com as nossas em Portugal (365 igrejas católicas na zona velha e zona histórica, uma para cada dia do ano, referem eles) em termos arquitectónicos e urbanísticos. Foi a primeira cidade e primeira capital do Brasil e tem Portugal presente em todos os recantos e pormenores (calçada à portuguesa, painéis de azulejos, etc.). A zona histórica, denominada de Pelourinho, ou Pelô, é composta por ruas de calçada antiga, casas todas recuperadas e de todas as cores, igrejas até mais não (carregadinhas de ouro que até faz impressão), barezinhos com esplanadas e muita música, música também na rua (Samba, Axé e alguma Bossa Nova), dança, baianas e mães de santo em quase todas as esquinas, escolas de artes patrocinadas pelos músicos e artistas baianos como o Carlinhos Brown, Caetano Veloso, Ivete Sangalo, Netinho, entre outros (destinadas a tirar as crianças das ruas e educá-las), casas de artesanato, lojas de roupa, a casa do Jorge Amado (Fundação e Museu), a casa do Preto Velho, onde se vende rapé que cura tudo: dores de cabeça, sinusite e roncaria (é mesmo a casa dele com a porta e a janela aberta, a malta entra lá dentro, espreita, conversa com ele e compra rapé), e muita vida e Axé – significa energia e força. É de facto uma cidade fantástica! As frases “Alegria, alegria, que estamos na Bahia!!” e “muito axé p’rá você!!” ouvem-se repetidas quase até à exaustão, novos e velhos, transeuntes, guias turísticos ou vendedores ambulantes. Aquelas pessoas são intrinsecamente alegres e transmitem isso a toda a gente, sem excepção. A eterna questão da insegurança nas ruas não se nota, acreditem. Eu andei em grupo mas fiz algumas escapadelas por ruas estreitas para fotografar tudo e mais alguma coisa e nunca tive problemas. Há câmaras de segurança em todo o lado (ruas, lojas, onibus, praias) e muita polícia (militar, não há polícia civil, isso é que se estranha, mas é uma questão de hábito). Vi também muitos estrangeiros, típicos gringos brancos, completamente à vontade com câmaras fotográficas reflex, digitais compactas, roupa normal (não é só t-shirt, calção e havaianas como no Rio ou São Paulo… atenção que São Salvador da Baia é a 3ª maior cidade do Brasil, 3 milhões de pessoas só na cidade e 4 milhões e meio na zona metropolitana) e comportamento comum de turista. Fiz a zona da baia de barco, fui à Ilha dos Frades, onde deixavam os escravos trazidos de África a engordar antes de serem vendidos – eles convivem muito bem com o passado, não têm vergonha de nada. Visitei a Praia do Forte (“na praia do forte com o farol apagado”, Milla do Netinho), que é um sítio incrível e verdadeiramente indescritível, vão lá vocês ver! Fiquei a perceber que o preconceito que nutria (subconscientemente) sobre a alegada ou suposta música pimba brasileira não faz sentido algum. Axé Music não é pimba, são temas bem tocados por excelentes músicos, de ritmo vibrante e revitalizante/revigorante, com letras simples e por vezes românticas (naif). Cá soa estranho, mas lá faz todo o sentido! As praias são paradisíacas, coqueiros, palmeiras e bananeiras quase até ao mar e a água, que sem ser caldo, é bem quente. A comida é belíssima (fruta, saladas, carnes, bobó, moqueca, etc.), os sucos e as caipirinhas são excelentes (caipiroscas feitas com fruta esmagada no momento). Finalmente, uma última nota menos positiva: os tugas só estranharam o marisco e o peixe (não sei, porque não aprecio), que aparentemente não é tão bom como o de água fria e não é preparado/cozinhado como cá, pelos vistos é barato mas não é bom! Não há mais descrição ou detalhe que possa mostrar o que é a experiência de lá estar e viver aquele ambiente. Vale a pena lá ir!