quarta-feira, 17 de junho de 2015

Modas, pancadas e vaidades

Ele há, de facto, pessoas para tudo! Não entendo esta moda - assim como não percebo nem sigo outras - da proliferação dos runners.

Primeiro foi a fossanguice dos ginásios, depois das selfies e agora... pois, tinha de dar nisto do vício da correria, das apps de smartphones que controlam tudo menos o quociente de totozíce e os gadgets em formato de relógio, pulseira ou colar de fitness que monitorizam e avisam em relação a qualquer coisa excepto quanto à falta de tacto. São os posts de estatísticas no Twitter, os desafios aos amigos no Facebook, as selfies por vezes até com selfie-sticks on the run (e a malta não aparenta ter receio de tropeçar enquanto não olha para a frente)... a sério que não entendo esta história do culto do corpo, juro que não entendo!!

Eu cá gosto de fazer exercício porque como e durmo melhor e porque no cômputo geral me sinto bem comigo, até com o meu próprio corpo, mas estes exageros não são sintomas de gente saudável, não são! Mostram-se embriagados da superficialidade e futilidade que os dias efémeros nos oferecem, porque no fim disto tudo podem correr os quilómetros que quiserem, malhar o que bem entenderem, conseguir aqueles abdominais xpto ou aquele rabinho todo pipi, que não tenho nada a ver com isso, mas vai tudo dar ao mesmo. E porque raio acham que meio mundo quer ver isso espalhado pela internet? O que não falta na net são fotografias com bem melhor enquadramento, luminosidade e qualidade geral e até com a malta descascada ou a fazer coisas bem mais interessantes. Quem é que quer ver uma foto com uma luz manhosa, cores azuladas, cheia de grão e uma queixada desproporcional face ao cocuruto da cabeça!? Esta malta acha que vai durar para sempre ou então que, não durando, finta a velhice...

Acredito genuinamente que andamos neste mundo para deixar obra feita, uma marca, mas que as nossas carcaças não são obras de arte nem tão pouco telas para nos marcarmos "artisticamente" - o que me remeteria para a questão das tatuagens, que é outra moda que me incomoda particularmente - sendo apenas veículos para uma viagem que se quer interessante e em certa medida, e até em determinados momentos, com paragens que se revelem revigorantes. Considero que devemos de facto tratar bem o corpinho para se viver melhor, mais saudáveis fisicamente e, por consequência, mais sãos psicológica e emocionalmente. Mas não devemos esquecer que os nossos cascos estão irremediavelmente condenados à decrepitude, vaticinados à extinção e a ser irremediavelmente consumidos por bicharocos (salvo a eventualidade da irmos parar a um forno ou a uma exposição). Envelhecer com dignidade e orgulho é uma arte, encarar o corpo como algo que naturalmente e de forma sistemática se torna mais "feio" com o passar do tempo e o acumular das experiências e vivências é uma vantagem competitiva para com nós próprios e esse é o nosso maior desafio enquanto meros mortais.

Quem sou eu para criticar o que motiva os outros, quando ainda por cima é algo que não faz mal objectivamente a ninguém!? Mas há por trás destas modas extemporâneas algo que me incomoda. Este clima de miserabilismo de ideias é esvaziante e profundamente desnorteante, principalmente quando se nota que as conversas, os posts, as apps e o tempo em que outros trabalham e uns se mimam, redundam nesta feira de vaidades. Por vezes parece que importa bem mais a tatuagem no braço, a marca dos headphones, a pochete transparente com o smartphone da berra, a roupita condicente da cabeça aos pés e os logos das marcas bem visíveis em tudo o que se traz "vestido"... do que aquilo que trazemos dentro, para além do que é palpável mas que se reflecte tremendamente no olhar, na postura e na forma como nos mostramos aos outros. A motivação do(s) acessório(s) face ao interesse no fundamental. Como diz um amigo meu, "o pavoneamento dos objectivos de vistas tão curtas é que me maça, como me maça um noticiário da TVI".

Cada um faz o que entende com o seu tempo e eu também gosto de partilhar no éter o que faço no meu tempo livre... parece que somos todos vítimas das nossas vaidades, pelos vistos.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Ego, eco e o feedback dos imbecis

A propósito de uma referência a Umberto Eco – "redes sociais deram voz a legião de imbecis"...

Os imbecis, onde incluo idiotas, fuinhas e chicos-espertos, são o resultado da pobreza de espírito e não (necessariamente) da falta de cultura ou de inteligência. Há por aí muita gente menos dotada nos campos do raciocínio lógico, destreza matemática, capacidade de memória, orientação geográfica/espacial/ tridimensional, intuição e até mesmo da inteligência emocional e não se armam em totós, carapaus de corrida ou bestas! Os imbecis estão condenados, ou antes, nefastamente inclinados, a dar cabo da Liberdade, pois teimam em atropelar objectiva e contundentemente as liberdades individuais dos seus "pares"... ou melhor, de quem lhes está próximo ou tem a má sorte de se atravessar nos seus caminhos, caminhos esses especial e particularmente rectilíneos, porque essa gente não se dá ao trabalho de ajustar minimamente a direcção quando mete uma coisa na cabeça, é sempre em frente e a todo o gás!!

Hoje em dia os imbecis proliferam de uma forma absurda porque se lhes dá condições para isso. Dá um jeitão a quem governa! Já não vivemos na "era do vazio" mas sim do orgulho em esvaziar tudo... vale tudo menos tirar olhos e vazer vistas, porque olhinhos interesseiros são vitais para comprar revistas, ver televisão, ir a festivais (onde a música já passou para segundo ou terceiro plano, atrás das personalidades e do ‘barulho das luzes’), apreciar a arte da Joaninha ou os concertos do Toni... e não ver para além desta neblina do faz de conta, que de facto até é!

Contudo, ainda há algo mais a dizer sobre isto, pois os imbecis não devem de todo ser confundidos com os psicopatas! Os primeiros fazem-no a eito e à toa, já os últimos (que são sempre os primeiros) ajustam as condições climáticas da estufa para que estes floresçam e proliferem.

É o culto da mediocridade, onde impera o diletantismo e o aperfeiçoamento constante e a cada milésimo de segundo do amadorismo, na apenas aparente ditadura dos sargentos onde todos se intitulam donos do seu destino, sem se aperceberem que seguem em fila indiana, de olhar toldado e fixo em tudo o que brilha, a caminho do matadouro... antes fosse do cadafalso... e tudo sobejamente registado em formato de 'selfi'sh' e videoclips caseiros.

Os imbecis ferem a Liberdade, de morte... haja paciência para tanto Ego à solta!!

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Futebol, má educação e falta de ética

A forma como o Sporting está a tratar o Marco Silva, mete nojo!
A forma como o Benfica está a tratar o Jorge Jesus, mete nojo!
A forma como o Jorge Jesus está implicitamente a tratar o seu colega de profissão, Marco Silva, mete nojo!
A forma como a maioria dos adeptos de todos os clubes de futebol se comportam, mete nojo!
O Futebol mete nojo!
As televisões e os jornais metem nojo!

Porventura, até este post meterá nojo e como tal, torna-se o meu último comentário público sobre futebol, para que eu próprio não venha a meter nojo!

Não pode valer tudo (menos tirar olhos). Detesto a forma como as pessoas se comportam no mundo do futebol. Estou fora!!

terça-feira, 2 de junho de 2015

Séries, análises e críticas

Depois de Flashforward e The Event, agora cancelaram mais uma série que prometia tanto após uma belíssima temporada de estreia, que forçosamente se tornaram únicas para as três. Agora foi Forever, uma série quanto a mim brilhantemente idealizada, muto bem escrita a nível de argumento e diálogos, com personagens fortes e bem entrosadas entre elas e também com a história e os plot-twists que se sucediam, de grande nível cultural e histórico, repleta de pérolas e grandes ideias, muito mais do que uma mera série de polícias, qualquer outra série passada em NYC e até bem mais esgalhada do que tantas outras séries sobre viagens no tempo, imortalidade ou questões sobrenaturais. É com muita pena que me apercebi da decisão da ABC de não lhe dar continuidade. Não sei se não passo a pegar numa série só após saber que terá pelo menos uma segunda temporada...

Um outro exemplo de uma série absolutamente fantástica e que me marcou é The Newsroom. Que colosso televisivo! Embora pouco conhecida do público em geral, durou mais uma temporada do que inicialmente o criador queria e porque o público e o canal televisivo pediram e valeu a pena (3 no total). Ao nível e ao jeito de House MD na irreverência, genialidade e imaginação vs. realidade.

Vou começar a ver estas...
Aquarius (só vi o primeiro e promete, muito bem feita e original)
Mozart in The Jungle
Outlander (vi três episódios e conquistou-me; nada do outro mundo mas bem escrita)
Penny Dreadful
The Leftovers
The Messengers
Wayward Pines

Continuando a seguir estas...
Better Call Saul (tal como o Breaking Bad, começa devagarinho e depois agarra forte... a ver vamos)
Homeland (ansioso pela 5ª temporada, a 4ª começou menos bem mas terminou em grande)
House of Cards (fiz uma pausa a meio da 3ª temporada porque já me irritava, mas hei-de terminar)
Orphan Black (as primeiras 2 temporadas muito boas, a 3ª está mais fraquita mas vou continuar)
Satisfaction (interessante mas nada de especial; acho que não vai ter uma 2ª temporada...)
Shameless (ou se adora ou se detesta... não consigo ver de seguida mas gosto quando lhe pego)
The Blacklist (todos os argumentos para uma grande série e não é, no entanto prende e gosto)
The Last Ship (todos os argumentos para uma má série mas não é, quero ver mais)
The Strain (todos os argumentos para ser péssima, não é grande coisa mas quer ver mais)
The Walking Dead (é das que quando começa a irritar dá-nos um chapadão e deixa com vontade)
True Detective (nova temporada, nova história e novos personagens... tudo diferente!)
Under The Dome (não é uma grande série, mas prendeu-me)

Não incluo aqui as sitcoms, isso é outra conversa!