domingo, 29 de outubro de 2006

Mudança no tempo

É engraçado como me vou lembrando de certas coisas que nunca me viriam à memória a não ser neste tipo de ocasião. Ontem mudou a hora para o horário de Inverno, e ainda me lembro que, mesmo tendo uns pais tolerantes e arejados, um mais que outro, tive algumas situações em que tinha horas marcadas para chegar a casa. Nestas alturas podia sempre chegar a casa uma hora mais tarde e ter a desculpa da hora ter mudado, e até fazia questão de mostrar isso assim que estalava a discussão – “ah e tal, mas a hora mudou! Era para chegar às 2h e cá estou eu!” Já nessa altura, e devia ter pr’aí uns catorze anitos, gostava de confrontar o estabelecido. Agora que já sou adulto – pelo menos já tenho idade para ter juízo – não tenho tanto apetite por confusões, a vida já se encarrega disso e é coisa que nunca acaba nem tem descanso, mas continuo a gostar de confrontos e discussões, desde que tragam algo de novo... ou não!

sábado, 28 de outubro de 2006

Ah poi’sé!

Faço minhas as palavras do Augusto Inácio, treinador do Beira Mar de Aveiro:
“…no final eu só queria que o jogo continuasse, mesmo que fosse o Sporting a ganhar (…) acho que foi um jogo fantástico (…) é isto que faz com que as pessoas vejam os jogos, aqui ou na televisão (…) hoje foi o futebol que ficou a ganhar”.
Com tanta coisa má a rondar o futebol, suspeitas de corrupção, arbitragens manhosas, dirigentes sem escrúpulos, preços de bilhetes escandalosos, ainda vale a pena assistir a jogos de futebol, e o jogo de ontem é um bom exemplo de uma excelente partida de futebol. Sou Sportinguista e queria que o meu clube vencesse, mas se tivesse ganho o Beira Mar também me pareceria justo.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

I-K-E-Aaaaah já querias, pois!

Esta semana fui ao IKEA, e ninguém me tira da cabeça que aqueles nomes invulgares cheios de tremas e acentos manhosos que eles dão às mobílias não possam ser também coisas estranhas. E o que quero eu dizer com “coisas estranhas”? Pois bem, já explicarei. Com a quantidade de tralha que eles apresentam na loja, e algumas coisas bem miudinhas, estarão no limiar de terminarem as possibilidades que o dicionário sueco apresenta. Depois de esgotarem os nomes de objectos, e talvez já chamem Edalberto ou Jurema a uma estante para dvd’s e a uma cómoda de quarto, respectivamente, ninguém nos garante que eles não estejam também a utilizar uns nomes feios pelo meio. E perguntam vocês que nomes haverá que sejam mais feios do que Edalberto ou Jurema? Pois bem, ainda os há, mas refiro-me a “nomes feios” mesmo! Assim tipo: cabratino em folha de carvalho com 3 prateleiras amovíveis; putéfiazinha com revestimento de faia, duas gavetas e vários tipos de arrumação no seu interior; puto merdoso em várias cores e feitios para enriquecer o ambiente de um quarto de criança; ou cagalhão em mogno escuro, apresentando encaixes laterais para uma melhor acoplagem à sua bancada de cozinha… e quem diz isto, diz muito mais! Tenho de comprar um dicionário de Sueco-Português, está visto!

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Figuras tristes no elevador, parte 1

Uma pessoa vai de elevador a descer do nono andar para o lobby, mas vai tão distraída que nem se apercebe que parou no quarto andar para entrar mais gente. Como os corredores dos vários pisos são todos idênticos, essa pessoa saí do elevador disparada, sem se aperceber, e só quando vê o dístico com o número do andar colado na parede, ao lado do extintor e já depois do feto, três metros à esquerda depois da saída do elevador, é que se apercebe que não está no lobby. Nessa altura faz aquela expressão corporal e facial que os modelos exibem no final da passerelle, solta um grito envergonhado para que segurem a porta do elevador, volta para trás com cara de envergonhado, não olha ninguém nos olhos, e leva o resto da viagem, que deve durar aí uns bons vinte e oito segundos, a grunhir e a apertar o braço da mulher ou a bater na pala do boné filho, que não chegaram a sair mas também não o avisaram antes dele fazer figura triste. Mas o mais engraçado é que isto não é uma questão de feitio, embora haja quem seja mesmo distraído, porque estamos todos sujeitos a fazer esta cena num hotel qualquer. É assim a atirar para o ridículo, mas não é propriamente a coisa mais humilhante que nos pode acontecer.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Fosquitos, Bolo-Rei e políticos nojentos

Eu podia ser puto outra vez, inocente, até parvo, mas nunca cairia numa de comer um snack com o nome Fosquitos! Que raio de nome é este, Fosquitos? Eu até gosto muito dos espanhóis, acho-os inteligentes e determinados. Por mim até podíamos fazer parte de um único país, uma federação de nações ibéricas, mas este tipo de coisas teria de acabar: Fosquitos, Kinder Delice!? Naaa!! Mas mesmo assim ainda prefiro estes doces ao Bolo-Rei. Porque infelizmente, sendo que me sabia muito bem naquelas noites de Inverno, acompanhado com chá ou chocolate quente, desde aquela famosa cena televisiva do Cavaco Silva a comer Bolo-Rei de boca aberta para meio mundo ver, que não consigo papá-lo. Nem a ele nem ao bolo! E também tenho receio que haja favas em todas as fatias.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Bimbo, Super-homem e postas de pescada

Por falar em bimbos… aqui há dias passei por uma carrinha da Panrico na estrada, buzinei e chamei-lhe “bimbo”, o gajo riu-se e deu uma buzinadela amigável de volta! Acima de tudo, e com tanta contrariedade que apanhamos pela estrada fora (alegoricamente ou absolutamente, também poderia ter dito "vida"), há que se manter um nível mínimo de humor e de preferência nos limites do saudável. Fora dos limites, já a roçar a insanidade, mas por defeito (se não entenderam esta fiquem-se pelo "poderia querer dizer com"... ok, isto hoje está complicado, é do sono!), estão as vezes que passo por debaixo de viadutos e grito, de vidro aberto e a pleno pulmão, "Diiiiaaaaanaaaaa!". Não me perguntem porque o faço ou com que intenção. Apenas posso dizer que não é nenhum tributo, até porque ela não me dizia nada – e não disse, eu nem a conhecia! – mas também não é puro gozo, embora goste particularmente de contar aquela anedota sobre o Super-homem e a Princesa Diana. É apenas e só um pancadão que me dá! Todos temos coisas destas e convém não as perdermos, senão as pancadas que as vêm substituir podem ser bem piores, estas ao menos são inofensivas e "engraçadas".
Se tiverem coragem postem a vossa maior pancada, mesmo que pareça que estão a "arrotar uma posta de pescada"! Desculpem a redundância óbvia e ridícula, mas apeteceu-me construir a frase nesse sentido, às vezes dá-me para isso... são pancadas!)

domingo, 22 de outubro de 2006

Massas, povo e futebol espectáculo

Estou de saída para ver o meu primeiro jogo de futebol num estádio, e embora esteja mau tempo, faço-o com muito gosto e vontade, mas também porque a minha ida foi facilitada por um amigo que deixou usar a sua gamebox, porque se tivesse de pagar um bilhete teria de desembolsar entre 60 a 115€… para ver um jogo de futebol?

Então o futebol não é o desporto rei, do povo, das massas?

Das massas sim, do povo não!

E ainda por cima os bilhetes têm IVA a 5%, o que me parece ainda mais escandaloso quando temos de pagar IVA a 21% em produtos como pasta de dentes e desodorizante, supostamente, bens de primeira necessidade.

Incrível, não? E já nem falo de cultura, como cd's, dvd's, livros e concertos ou cinema, porque isso nem vale a pena, mas lá vou eu, estrear-me num clássico entre Sporting e Porto, e possivelmente ver o meu clube ganhar aos bimbos e isolar-se na liderança.

Nem quero saber da chuva!

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

É a puta da miséria!

Que raio de país é este em que vivemos? Tudo aumenta excepto o poder de compra! Preços, adversidade, ansiedades e frustração. Nem me vou referir a coisas que encaixam no conceito de vícios, como por exemplo tabaco, ou certos aumentos que se justificam, mais não sejam porque são impostos pela conjuntura económica global, que seria outra conversa. Eu refiro-me aos combustíveis, aos impostos directos, à “taxas moderadoras”. Francamente! Assim de repente, até parece que quem decide, ou quem manda em quem decide, que por sua vez em quem de facto decide, quer tirar as migalhas aos mais desfavorecidos e ainda por cima expô-los como alvo de chacota. Para que servem as taxas de internamento hospitalar? Não estamos a falar de taxas moderadoras, pois quem é internado é porque precisa, e não para ver se a coisa passa à base de caminha e comida de hospital. E o anunciado aumento de 16% e 8% na factura da energia eléctrica para os consumidores domésticos? E o ministro ou o secretário de estado, não tenho bem a certeza porque apanhei a reportagem a meio e era na rádio, ainda tem a lata de dizer que estes aumentos são culpa dos consumidores, que andaram uma série de tempo a pagar menos? Então e os lucros astronómicos da EDP? E as empresas não pagam mais porque têm de se manter competitivas? Já dizem tudo! Nos dias que correm, estes cabrões têm tomates para dizer qualquer coisa. Se não são os espanhóis a tomar conta deste país em quanto é tempo, isto cai num buraco sem fundo e nunca mais nos levantamos. Prevejo que este país se torne num resort para gente que pode, com umas praias porreiras, monumentos engraçados, gastronomia boa, bons hotéis, e tudo a que os ricos têm direito. E a gentalha, que se move com fome e maltrapilha, mais dia menos dia, sem acesso a seguros de saúde e reforma, acaba por ir morrendo aos poucos, longe das câmaras dos programas da socialite e das revistas cor de rosa, porque não dá jeito nenhum darem nas vistas, mas se vierem pedir uns trocos, lá de vez em quando haverá um ricaço que tenha pena e lhes dê uma milena, que é como quem diz uma nota de cinco árois. Em consciência e bem ponderado, não consigo votar nos dois partidos que têm as melhores possibilidades de formar governo. Para dizer a verdade, não os distingo. Mas não deixarei de votar nos que não se calam, custe o que custar, e eu também nunca deixarei de expressar a minha opinião, porque mesmo que passe mais tempo no sofá do que em marchas e manifestações, tenho a noção de que as ideias que se dizem e se lêem também podem ir longe e mudar muita coisa, devagarinho, mas podem!
Este blog já há algum tempo que tem um público mais ou menos certo, e são pessoas de certa forma militantes. E se voltam cá, e de vez em quando até deixam uns comentários interessantes, é porque não apreciam apenas a minha insanidade nos posts humorísticos, mas também a minha lucidez nos posts sérios. Mas mesmo as coisas sérias podem ser tratadas com alguma leveza e humor, porque já bem basta o que basta! E sendo assim, venham daí esses comentários. Façam-se ouvir! Digam que sim ou que não, contradigam-me, digam que eu não tenho razão, mas façam-no com fundamento e com vontade, que eu responderei de volta…

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Blusas de malha, t-shirts e muita parvoíce à mistura

Então e a briga que é tentar vestir uma blusa de malha justa com uma t-shirt por dentro, tudo ao mesmo tempo, que deixámos preparado de véspera? É preciso ser-se muito totó para nos perdermos dentro de uma blusa de malha, mas por mais que façamos jeitos aos braços e tentemos encontrar o buraco com a cabeça, não há meio de nos orientarmos. É ridículo, e nem sempre estamos sozinhos quando montamos este espectáculo. Mas mais parvos somos, quando despimos aquilo tudo (volto a repetir, 2 peças de roupa 2), ajeitamos e alinhamos os orifícios, ficamos uns sólidos três segundos a avaliar a melhor forma de as trespassarmos e voltamos à carga… escusado será dizer que mais uma vez sem sucesso! Se isto não é nem esperteza nem o nosso instinto animal a funcionar, então o que é!?

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Anedotas Reais x Realidades Anedóticas

Isto que vos vou contar agora é uma história verídica, e por muito anedótica que pareça aconteceu mesmo. Sem querer referir onde e com quem se passou, começo por dizer que foi um tipo, autêntico marialva, verdadeiro aficionado, apreciador de fado e caçador nos tempos livres (se calhar também batia na mulher!), que passou a ter como vizinho, um outro tipo que tinha coelhos. Tinha coelhos mas era um tipo normal! Mas atenção que não eram uns coelhos quaisquer, tratava-se de animais com pedigree, puros (não eram cubanos!), branquinhos, anões, de orelhas pequenas, e que valiam uma pipa de massa. Passados uns dias, o novo vizinho convidou o tipo para ir ver a sua casa, conversar um pouco de forma a conhecerem-se melhor. E foi então que lhe apresentou a sua criação de coelhos anões – devem ter um nome mas não me apetece ir à procura na net! O marialva, como caçador que era, tinha um perdigueiro em casa, e um dia, ao chegar a casa, vê o quintal todo pateado de terra e o seu fiel companheiro com um dos coelhos na boca. Ao ver aquele estavarneio todo, pensando que teria de pagar uma boa maquia ao vizinho em jeito de indemnização, pensou muito rapidamente, e mais célere foi a agir. Prendeu o perdigueiro, deu-lhe banho, limpou o quintal, pegou no coelho e lavou-o com Soflan, e na calada da noite decidiu restituir o coelho ao seu local de origem. Ok, até aqui tudo bem, bizarro, mas nada que surpreenda por aí além… não fosse ter acontecido o que vos vou contar de seguida! No outro dia pela tardinha, o dono dos coelhos, dando largas à recém adquirida intimidade com o vizinho, foi ter com o dono do cão e disse-lhe o seguinte:
- vizinho, queria dizer-lhe uma coisa que acho tão estranha, que nem tenho vontade de contar a mais ninguém. Então não é que noutro dia morreu um dos meus coelhos, enterrei-o no quintal, e agora aparece-me outra vez, morto, ao pé dos outros na gaiola!?
Escusado será dizer que esta história tem sido contada pelo dono dos coelhos.
Será que a maioria das anedotas tipicamente tugas nascem de histórias verídicas? E nos outros países e culturas, como é? Se já se fizeram estudos sobre alcunhas, porque não realizar um sobre anedotas? (desde que não usassem o Fernando Rocha como objecto de estudo, claro!)

relembro:
http://ctanganho.blogspot.com/2005/08/no-norte-tudo-gente-doida.html

domingo, 15 de outubro de 2006

Obesidade e cretinice mórbidas

A Organização Mundial de Saúde realizou um estudo que conclui que há mais pessoas a sofrer de obesidade do que a passar fome... que inflexões se podem conseguir com uma breve análise a esta frase? Quanto a mim é simples, não significa que haja menos pobreza, menos miséria e menos fome, mas sim que os mais pobres continuam a gastar mal o pouco dinheiro que têm. Se também há pobres obesos, isto só pode querer dizer que andam a gastar dinheiro em McDonalds e porcarias do género! E quanto dinheiro se gasta em tuning? E em cd’s de música pimba? E em espectáculos do La-Féria? Está tudo mal, mal! Deviam ter tacto e pensar melhor no que gastar o dinheiro.

sábado, 14 de outubro de 2006

Nobel da Paz

Nos dias que correm, e de forma acelerada, já não se pode falar em mundos distintos, ocidental e oriental, como duas realidades separadas. Serão coisas diferentes, e em certos casos opostas, mas a sociedade global é uma realidade e um facto intransponível. Hoje em dia não há buraco onde alguém se possa enfiar que as câmaras de televisão ou de satélite não cheguem ou os GPS não captem – vejam o caso do Saddam Hussein. O dinheiro, o poder, a luta de interesses e a conquista da informação são o mobile que fazem o mundo girar, sem dúvida, mas ainda assim vamos assistindo a pormenores muito interessantes e deveras significantes. Certas instituições, tidas como conservadoras e relativamente paradas no tempo e no espaço, têm dado mostras de um genuíno interesse pela diferença e pela originalidade, contrariando completamente o esperado. É o caso da Academia de Artes e Cinema dos EUA, que nos tem surpreendido nas escolhas para os Oscars mais importantes. Mais recentemente, coisa que me deixou completamente siderado, o exemplo do Nobel da Paz para este ano: a escolha deste ano foi para Muhammad Yunus, um tipo do Bangladesh que, nos anos 70, decidiu fazer um banco de crédito (Banco Grameen) que faz micro créditos para pessoas altamente carenciadas, sem a necessidade de garantias bancárias, o que seria impossível noutro banco qualquer, com o intuito de erradicar a pobreza e a miséria no seu país. Ok, até podem dizer que se trata de mais um banqueiro, coisa que não surpreende muito, mas basta verem o tipo ao lado dos outros, todos eles de fato e gravata, iguais a si mesmos, para ver que este é diferente, por fora e por dentro. O homem emana uma serenidade e equilíbrio que faz impressão, mas isso é outra conversa. Estou aqui a tentar mostrar que há esperança e que talvez valha a pena apostar na mudança. Há cada vez mais actos de rebeldia e tentativas de revolução apelidados de terrorismo, mas também há quem consiga, por dentro ou por fora, ir mudando e moldando o sistema, apelando às consciências de forma muito inteligente e lúcida. É a prova de que as ideias podem, de facto, mudar o mundo! Temos de começar pelas consciências, combater a idiotice e a ignorância, provarmos às pessoas que todos são válidos e determinantes, pois só assim as coisas irão mudando para melhor, digo eu cheio de fé!
Em Portugal existe a Associação Nacional de Crédito que assenta na mesma ideia.

relembro:
http://ctanganho.blogspot.com/2006/03/meet-me-at-oscars.html

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Ele há dias em que mais valia não ficar em casa

11 de Setembro e 11 de Março, 13 de Maio e 13 de Outubro são dias insuportáveis no que à televisão diz respeito. Não é que veja muita televisão, mas gosto de ir seguindo os telejornais para estar a par das notícias, se bem que apenas serve para ter uma noção dos países que os EUA têm na mira de próximos ataques ou invasões a pretexto da existência de armas ou pelo receio bacoco de possíveis ataques terroristas, para fazer uma ideia de quanto mais vão aumentar os combustíveis e as taxas de juro, e também para ir estando a par do quanto é que o governo tenciona tirar-me do bolso. Nestes quatro dias, que infelizmente não são os únicos, não se pode assistir televisão. É assim quase um suicídio intelectual premeditado, subtil mas doloroso ao mesmo tempo. São os directos, as reportagens idiotas em diferido, os comentários mentecaptos, documentários chatos e compridos, talk-shows com entrevistas de personalidades ligadas à situação em causa, de interesse relativo… não há pachorra!! Uma das poucas “coisas televisivas”, de certa forma intocável a este nível, é os Morangos Com Açúcar, mas qualquer dia o Bispo de Braga aparece como convidado especial a fazer bodyboard e a benzer as ondas ao mesmo tempo, com um crucifixo tatuado numa nalga e um smiley noutra, sempre muito bem disposto, a contar piadolas sobre a aparição da Fatúcha aos pastoritos. E quem era essa tipa afinal, que aparecia sempre com muito fumo à sua volta, envolvida em mistério e enigma, visível apenas aos olhos de alguns – normalmente surdo-mudos, lerdos ou deficientes!? Se isto fosse no tempo dos Riscos da RTP, e o Ricardo Araújo Pereira ou o Nuno Markl estivessem a escrever episódios para a série, ainda punham a Nossa (minha não é de certeza!) Senhora, com um cabelo oleoso muito do asqueroso, mal vestida, a fumar umas brocas e a pedir trocos no parque de estacionamento das traseiras do colégio. Isto da Religião Católica tá assim do bué ultrapassado pá, e a malta já vai tando farta mén! Ai tasse, tasse!!

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Partidas, fragrâncias e anti-histamínicos com fartura!

Se gostam de pregar partidas, podem apontar num post-it o que vou escrever: comprar o ambientador AmbiPur Casa com fragrância de erva acabada de cortar e colocar na tomada escondida por trás do sofá na casa daquele amigo que tem alergias ao pólen e fenos. Não é preciso muito tempo para ver o que acontece, e resulta!
Não há partida que não tenha o seu quê de malícia, certo? Pior seria colar um moupi com a imagem do José Sócrates na parede da sala, ou oferecer um cd com o discurso de tomada de posse do Cavaco Silva como presidente da república pelo Natal, ou um best of do Herman José só com sketches do Nélo e Idália em dvd pelos anos, ou ainda um isqueiro com a imagem do Santana Lopes e uma legenda a dizer "charme lusitano", ou um tapete de rato com uma fotografia da cabeça do La-Féria montada num corpo de uma mulher de 70 anos, ou uma t-shirt com a imagem do Eusébio a ir ao pacote da Amália (ok, esta eu até vestia!)... a lista é infinita e cada ideia é pior e mais original do que a anterior. A imaginação e o sentido de humor são os limites, e esses não têm restrições.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Xô prlusidente!

Um gajo vai a Elvas, dá umas voltas e pode ver: Praça Rondão Almeida, Rua José Rondão Almeida, Travessa Rondão Almeida, Coliseu José Rondão Almeida, Parque José Rondão Almeida (subterrâneo, mesmo na Praça da República), entre muitas outras placas que começam por “Inaugurada por José Rondão Almeida…” e coisas do género, espalhadas por tudo quanto é parede caiada. À primeira vista poderia parecer que se tratava de um benemérito, de alguém muito importante para o município ou para a região, ou até o novo Messias, mas não, nada disso. Trata-se do Presidente da Câmara de Elvas… o actual! Pode ser-se mais egocêntrico e vaidoso do que isto? Quanto a mim bate o Santana Lopes aos pontos. Em que outro país democrático pode passar-se uma situação destas? Só mesmo aqui, lol!
Que saiba, e aceitei o desafio de verificar se existia tal coisa, a Rua Rondão Almeida em Elvas é a única rua com nome de pessoa viva, mas ainda não reparei se há uma Rua Comendador Nabeiro em Campo Maior.

domingo, 8 de outubro de 2006

Medo de voar!?

Por vezes perguntam-me porque evito fazer viagens de avião. Será medo de voar, medo de atentados terroristas ou algo do género? Em primeiro lugar explico sempre que, de facto, não tenho medo de voar, é mesmo medo de cair! Por outro lado, e se não gosto de andar à pendura de mota, e sempre que posso levo o mau carro a qualquer lado, muito menos vou gostar de andar em transportes nos quais não vislumbro o condutor. Os aviões circulam pelo ar, onde apenas os pássaros se sentem confortáveis para o fazer com toda a naturalidade, além disso vêm-me à memória as 26 horas que passei enfiado numa lata de conserva (autocarro) para poder chegar a Paris, e outras tantas na viagem de regresso. Esta viagem já foi há uns bons anos mas continua no meu subconsciente. Até surgir uma oportunidade irrecusável ou um programa insubstituível vou andando cá por baixo, com os pés bem assentes na terra. Ainda assim, há duas coisas que me seduzem: passear de balão ou voar num planador. Fica para um dia destes.

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Comida para animais

Prometo que não vou escrever sobre políticos, banqueiros e donos de seguradoras neste post, refiro-me mesmo a uma questão que, de certo, muita gente já colocou. Como é que sabemos se a comida para animais é boa? Não tanto pela questão do sabor, mas para saber se tem qualidade ou não? Se ninguém a prova e os animais não nos dão qualquer tipo de feedback, como é que sabemos? Falo pelo menos da comida de lata, porque a ração sólida já provei e nem é assim tão diferente de Chocapic ou Smacks comidos sem leite como se fossem aperitivos. Aliás, foi isso mesmo que eu fiz aqui há uns oito ou nove anos, quando preparei uma partida a uns amigos numa festança. Toda a gente comeu, ninguém se queixou, e houve quem tivesse pedido mais.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Croquis de incêndio nos hotéis

Há uma coisa que me faz espécie – esta é daquelas frases que já há muito tempo queria utilizar. Porque é que os hotéis têm aquele mapa a dar indicações de fuga em caso de incêndio por detrás da porta? E ainda por cima emoldurado e com vidro? Por um lado, ninguém tem presença de espírito suficiente para se lembrar de consultar aquilo antes de se aventurar na retirada, por outro, não é fácil memorizar aquelas voltinhas todas até chegar às escadas, descer meia dúzia de lances, virar à esquerda na Sala de Reuniões Fénix (fónix!?), passar pelo hotspot da PT, voltar a descer, contornar a copa, descer mais nove degraus e sair pela porta dos fundos junto à zona de cargas e descargas. Não é fácil! Os hotéis deviam ter um porta-folhetos com mapas tipo brochura, para que as pessoas pudessem ir vendo o croqui à medida que fossem tentando escapar ao fogo. A tinta deveria ser fluorescente e resistente à água. Assim já parecia um bom plano de fuga e minimamente exequível, de qualquer outra forma será apenas um atraso. Quanto mais tempo ficarmos no quarto a tentar perceber as indicações, menos hipóteses temos de sair dali a tempo. E nesse caso, mais vale atabascarmo-nos com o conteúdo do minibar e fazer telefonemas para aqueles números de putaria, dedicando os nossos últimos minutos de vida a uma boa conversa porca.

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Leque e meias de golfe

O leque, pensando assim de repente, pode parecer amaricado, mas não é mais do que uma boa ventoinha de mão. E quantas vezes não vemos homens em reuniões de negócios a abanarem-se com leques improvisados com 3 ou 4 folhas do relatório que estão a discutir? E nos tempos clássicos, não nesta altura mais recente, de governantes e ditadores modernaços, em que os faraós e imperadores se deixavam abanar por pajens com leques de metro e meio, um de cada lado? Ah, se for para se ser abanado com um leque enquanto se comem bagos de uva não há problema, mas se for só o leque é roto!? Acho que não. Leque é de homem sim senhor! O que não é de homem é calçar meias de golfista, que nem aparecem por fora dos sapatos, isso é que não de homem.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Chaves, cotão e mau feitio

O que será que acontece dentro dos nossos bolsos das calças, para além de se verificar a existência de uma elevada concentração de cotão, para que as nossas chaves se misturem de tal forma que se enleiem umas nas outras e com as argolas. E ainda por cima é sempre nas piores alturas, como quando está a chover, tiramos o molho de chaves do bolso e a chave maior, que é a do carro, está enfiada na argola das chaves de casa. Seria de esperar que a chave do correio, sendo a mais pequena, fosse a que mais trabalho desse, pois está constantemente a passar de um lado para o outro, e nós queremos que ela se mantenha junto das chaves pequenas, apenas milímetros maiores do que ela, mas teimosa como é, acaba sempre por estragar a nossa organização por tamanhos e ainda interfere com a tentativa de desacoplagem da chave do carro de dentro da argola das restantes chaves. E porque é que nunca nos lembramos de mudar as argolas para umas menores, ou tirarmos a chave do carro, que é um trambolho por causa do alarme, do mesmo porta-chaves das restantes. É idiotice nossa, sem dúvida, mas algo de estranho se passa dentro dos nossos bolsos quando estamos distraídos. É como aquela altura em que um preso se tenta evadir e é posto a descoberto com o holofote contra a parede branca. É exactamente isto que acontece quando estamos à chuva a tentar desencarcerar a puta da chave do carro do meio da confusão das chaves e do porta-chaves. Que cena manhosa! É de loucos!!

domingo, 1 de outubro de 2006

Comandos, sofás e plásticos do demo

Começo este post por referir que não vou gastar tempo a escrever sobre militares – esses enconados! Antes voltar, mais uma vez, à questão dos comandos da televisão, dvd e afins. Na minha profissão actual, muitas vezes tenho de entrar nos lares das pessoas, e noutro dia reparei que um senhor tinha os seus comandos (3 comandos 3) envoltos em plástico… acontece que não se tratavam das embalagens originais em que vêm depositados os comandos, ainda por estrear, juntamente com as 2 pilhas de oferta coladas ao lado do comando com uma tira de fita-cola, eram sacos de plástico de supermercado, como podemos encontrá-los na zona da fruta e legumes. Eram tão baços e grossos que nem se distinguiam as inscrições e o senhor estava constantemente a enganar-se e a mudar de canal quando devia mexer no volume do som. Já tinha visto sofás embrulhados em plástico, carpetes cobertas por plástico, abajours de candeeiros envoltos em plástico, inclusive, há quem mantenha o plástico que vem a proteger o ecrã do telemóvel até à exaustão, muitos meses depois de já se ter iniciado o processo de degradação e auto-reciclagem do próprio material, além das inúmeras bolhas de ar que nem deixam ver o que aparece escrito no lcd, agora, comandos dentro de sacos de plástico que não sejam manipulados por talhantes ou massagistas, nunca até agora! Há sempre uma primeira vez para tudo, e há com cada maluco por aí!? F’lha da mãe!!