Decidido a mostrar o tipo de amigos que tenho à minha volta, dando luz e cor ao meu mundo acinzentado pelo trabalho, funções sociais, limpeza da casa e a ocasional apanha do cocó numa qualquer calçada, referindo-me, claro está, aos passeios com a minha cadela, lembrei-me de vir aqui revelar publicamente um episódio que teve lugar na semana passada.
Como forma de me persuadir a ir a Lisboa arranjar o seu computador portátil, uma amiga passou a semana toda, inteligente e oportunamente, a pontuar as nossas conversas telefónicas com pedacinhos de subversão em formato de comentários às suas mamas e ao facto de estarem maiores hoje, em relação à última vez em que a vi presencialmente. Pois que ao fim de algumas conversas pautadas por delicadas mas engenhosas insinuações, ainda foi capaz de enviar um MMS alusivo ao tema comum a todos os telefonemas, ainda que sub-reptício: fotografia do decote.
Não me importa se somos só amigos e tão pouco me interessa se é um favor inteiramente merecido. São manobras insidiosas, é jogo sujo e apesar de tudo não deixou terminar a semana sem referir, no meio de uma conversa completamente inocente que pairava à volta de tópicos tão mundanos e banais como tribunais, o clima, as eleições, ir buscar o filho e o amigo à natação… que nesse dia estava sem cuecas... e de vestido!!!
Ok, eu entendo perfeitamente o conceito da ‘rotatividade da roupa-interior nos ciclos da roupa’ e eu próprio uso, de quando em vez, um par de cuecas quando tenho todos os boxers a lavar ou a enxugar, mas uma referência destas, em cima de uma semana repleta de menções e alusões a mamas grandes, é realmente demais!! Bem sei que o computador está insuportável de se usar e mesmo a precisar de ser formatado, mas assim não vale, não é justo!
Seja como for, ainda assim, prefiro amigos sinceros, leais e perdidos na sua loucura, a gente monótona e sensaborona.
Bem espremido, o meu dia-a-dia dava uma belíssima sitcom!
