quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Híbridos, espaço e japoneses estranhos

Tenho andado atento ao fenómeno dos carros híbridos e eléctricos e não consigo perceber a lógica dos japoneses na construção deste tipo de veículos. Bem sei que são apostas de futuro e conceitos evoluídos de sustentabilidade, mas os responsáveis dos departamentos de design da Toyota e da Honda devem achar que quem gosta de carros tecnologicamente avançados deve igualmente apreciar linhas futuristas e espaciais. Só podem ter associado o facto das gerações em idade activa e com capacidade financeira serem do tempo do Star Wars, Star Trek, Buck Rogers e Galática, ou simplesmente porque vêm o mundo em Pal Plus e, na tentativa de imitar a Ferrari ou a Lamborghini, os seus olhos em bico acabaram por criar carros como o Prius e o Insight. Por favor, aquilo é mais feio que um Skoda dos anos 90!! Já a Nissan vai quase pelo mesmo com o Leaf, não percebo! Se virmos os modelos eléctricos da Smart, da Ford, até da Jaguar e da Porsche, reparamos que são modelos em quase tudo idênticos, excepto nalgumas funcionalidades e na motorização... os japoneses são um povo estranho!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Rebuçados, mordidelas e o acordo ortográfico

Recentemente descobri que tenho um problema sério de adicção. Em primeiro lugar porque não respeito o novo acordo ortográfico, escrevendo sempre as consoantes mudas, como acontece com a palavra 'adicção', em segundo porque não consigo comer rebuçados, gomas, bolachas, bolinhos, biscoitos, chocolates, batatas fritas de pacote, frutos secos e outros produtos alimentícios do género de forma moderada, e em terceiro porque nada que seja doce se aguenta muito tempo na minha boca sem ser completamente reduzido à sua ínfima significância! O que acontece é que sempre que abro um pacote - ou outra pessoa, numa casa que não a minha onde eu esteja como visita, o que é sempre interessante de ver - sinto-me compelido a devorar tudo até ao fim ou, num segundo e mais que provável cenário, até ser assaltado por uma súbita e indesejada má disposição, qual delas venha primeiro. É algo que me transtorna a nível digestivo, por razões óbvias, mas também porque fico sempre mal visto quando como o tipo que comeu ‘aquele’ último Mon Cherrie. Vendo bem, só estou completamente à vontade em festas tipo casamentos e baptizados (lá está o 'p'), porque nem a minha mãe, nem uma namorada ou um amigo terão de se preocupar comigo e poderei andar à vontade de mesa em mesa, embora acabe por dar muito nas vistas ao acampar à selvagem junto aos queijos, fumados e fruta. É mais forte que eu!! Além disto ainda há outra situação que me incomoda, como acontece com rebuçados, gomas e chocolates, deixando-me, por vezes, quase a roçar a histeria: quando começo a chupar um doce, mesmo que seja um drop para a dor de garganta ou rebuçado para refrescar o hálito, dou comigo a pensar: “este vou comer até ao fim!“ Mas ainda esta frase não chegou à palavra ‘fim’ no meu pensamento e já destruí completamente o que tinha na boca, qual perdigueiro com um coelho de peluccia entre as suas desregradas mandíbulas. Um dia destes ainda dou comigo a dizer… “olá, sou o Pedro e tenho um problema; não consigo parar de comer rebuçados!”

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Adeus, o sr. do adeus e um último adeus

Sinceramente, para quem acha que estamos a enfrentar a pior crise de sempre e que isto está feio, as coisas vão ficar bem piores agora que o sr. do Saldanha faleceu. Quem é que vai dizer adeus aos transeuntes que se deslocam enraivecidos no trânsito de Lisboa? Quem irá felicitar os peões desatentos e devoradores de montras com um olá espontâneo? Agora que o sr. disse adeus pela última vez, Portugal vai ficar bem mais triste, taciturno e melancólico. Eu conversei uma vez com ele em frente ao Saldanha e, tirando o tom por demais abichanado e mais um ou outro pormenor que aqui não vou revelar, era um tipo excêntrico mas extremamente simpático e prestável. Não o fazia só por sua vontade, era a forma de tornar a vida dos outros mais positiva, nem que fosse num breve instante, respondendo sempre com surpresa, com um esgar, um sorriso ou até um palavrão incompreendido. São estes seres corajosos e desviados que dão alguma cor ao padrão social a tender naturalmente para o cinza acastanhado, quase tom de cocó. São estas almas que dão profundidade às nossas histórias e recordações. Ficarás para sempre na memória de quem te viu, de quem te ouvi, de quem te respondeu. Adeus sr. do adeus. Um grande e eterno bem-haja! Quem é o próximo...!??

(não a lerpar, mas a passar-se dos carretos... a julgar por este e outros posts, eu já estou na calha)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Bola, surpresas incríveis e um frango

Ok, sou sportinguista...

Ontem queria ter visto o Porto x Benfica mas não estava perto de um rádio, de um computador com internet ou de um café com SportTv e telefonei a um amigo, o qual ficou indignado comigo porque pensou que estava a gozar, além da minha namorada ser do Benfica (mais pela família do que por vontade própria, me parece) e de me ter sujeitado à sua ira (essa é mesmo dela, embora talvez seja característica da grande família benfiquista, porque ninguém os atura quando vence, quando perdem, quando empatam, quando não jogam, e noutros momentos). Depois de lhe explicar que não, que apenas queria saber como estava a correr, explicou-me que já estava o Porto a vencer por 3 a 0 aos 28 minutos de jogo!! Meti-me no carro de regresso e apanhei os comentários à primeira parte do jogo, uma vez que estava no intervalo, em que referiam uma metade de jogo com um Benfica muito apagado, incapaz de progredir no ataque e de parar o "incrível Hulk" e das más escolhas do Jorge Jesus para a defesa e meio campo... cheguei a casa e fui espreitar um bocado do jogo à internet. Estava muito lento o feed e só consegui perceber que já estavam a levar 4! No final apareceu um amigo meu - adepto do FiêCiêPiê - em casa, que me disse que tinham arremessado pedras ao autocarro à chegada para o estádio, jogado bolas de golfe à equipa encarnada durante o jogo, que tinham soltado uma galinha preta na zona da baliza do Roberto, guarda-redes do Benfica, em pleno jogo e que o mesmo tinha terminado com uns incríveis e surpreendentes 5 a 0!!! Fiquei completamente espantado, verdadeiramente estupefacto, quase atónito e a roçar a total perplexidade...

...UMA GALINHA NO CAMPO!?!?!?

Ok, eu avisei!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Gordura, migalhas e o Universo

Mas porque é que de quando em vez a manteiga enrola e custa tanto a sair? Uso sempre a mesma faca, ok não exactamente a mesma, mas uma igual, é retirada do frigorífico com a mesma antecedência, acontece tanto de Verão como de Inverno, o cenário consiste em 2 ou 3 fatias de pão torrado num prato raso em cima da bancada da cozinha, já experienciei isto em vários pontos do globo... sinceramente não percebo! Haverá uma ruptura na espacio-temporalidade da minha relação com a manteiga no preciso momento de a barrar no pão tostado? Será que ali e nesse preciso momento se encontra o nexus do universo, no meio da gordura, das migalhas e do meu desespero? Terá a ver com a forma como acordo e o feitio que trago comigo para a cozinha? E se levar a manteiga para o quarto? Não entendo, juro que não entendo!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Smart phones, dumb technology, normal me

Chegou um momento crítico de dizer o que acho e marcar uma posição sobre a velocidade alucinante a que a tecnologia evolui nos dias de hoje. Sinceramente detesto o 3D e o HD, o Hi-Fi e o Wi-Fi, os cd's remasterizados com a música esquartejada pelos processos de filtragem de ruídos e suposta "sujidade", os filmes passados de cinza para cores, os frangos com nitratos e o peixe com mercúrio, a água da piscina com cloro e a água da rede com alumínio, os vegetais com bom aspecto mas sem sabor, a fruta de plástico e os plásticos com fruta... prefiro o natural ao sintético e o analógico ao digital - em tudo excepto no relógio da minha mesa de cabeceira, pois que dá mais jeito ter um LCD luminoso do que ter de ligar a luz para ver as horas, mas de resto tudo é melhor com ponteiros, até o cockipt do carro, aliás, especialmente no cockpit do carro - e tolero todos os avanços tecnológicos nas áreas da Medicina, Química e Física, até aí tudo bem, agora mudarem tudo para ecrãs digitais, alterarem as formas e os sabores da comida, brincarem com a genética em animais e humanos já me parece exagerado, francamente desajustado e até estúpido! Tenho um telemóvel que só serve para fazer chamadas e enviar/receber SMS, não preciso de um smart phone com touch screen; não me interessa ter um GPS para me levar onde quero por sítios onde não me apetece passar; não tenho vontade de vir a substituir a comida por comprimidos e estou particularmente farto de publicidades engenhosas, notícias incríveis e reportagens insidiosas e manipuladoras que tendem a fazer-me crer que certas coisas que não preciso, ou não são fundamentais, são de facto o que há de melhor e mais imprescindível na minha vida. Estou a começar a irritar-me!