Nunca tive a mais ínfima intenção de pôr termo à minha vida. Nem tão pouco pensei nisso! Era coisa que nunca me tinha passado pela cabeça. A minha vida estava inquieta, empolgante, quase descontrolada. Sucediam-me, em catadupa, uma quantidade incrível de ideias e projectos para realizar, ou somente para pensar e dedicar mais tarde. A minha cabeça não parava, estava, como eu gosto de dizer, num turbilhão de ideias e emoções – sempre gostei desta noção, dá uma sensação de frescura – mas ao mesmo tempo pensava como é engraçado pararmos para reflectir sobre a nossa vida, em tudo o que nos acontece e encarar as coisas sob uma outra perspectiva. Nestes momentos deparamo-nos com uma certa letargia ao nível das ideias, só compensada com o fluir da nossa imaginação, que essa, nunca pára. Não são raras as vezes em que nos questionamos acerca das imutáveis e eternas dúvidas, aquelas do tipo: quem sou eu realmente?, qual o sentido disto tudo?, entre outras mais degradantes. Sim, porque é nestas alturas que nos revelamos mais egocêntricos e indecentes. Nestas alturas pomo-nos à parte de tudo. Somos nós contra o mundo. Nós e a nossa vontade nesta demanda última de saciar o mais antigo dos instintos: a curiosidade.
O que me atormenta verdadeiramente é o facto de a vida ser tão imprevisível, irónica, mesmo. Um dia estamos apaixonados, por nós, ou mesmo por outra pessoa, e de repente acontece algo que transforma e desfigura completamente a nossa percepção da realidade. Tornamo-nos taciturnos e melancólicos, mais reflexivos, e por vezes até nos insuflamos de raiva e vontade de estragar o pouco que se mantém de pé. E é aqui que somos capazes de tudo, em potência até de nos extinguirmos. Em última instância somos apenas pó…
Há uma frase dos Monty Python que sempre achei genial: Do nada vimos e para o nada caminhamos. O que é que temos a perder entretanto!? …NADA!
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