terça-feira, 14 de junho de 2011

Catarata, temperatura infernal e a besta furiosa

Se há situações caricatas e grotescas que se dão no nosso metier comum, no nosso domínio, na nossa casa, a cena da água quente é uma delas… passo a explicar! Entra-se na banheira, já com a água a jorrar, quase quente, fazemos os devidos preparativos com a cortina para não inundar a casa de banho e posicionamos o chuveiro no suporte da parede; regulamos a água para uma temperatura óptima e dedicamo-nos ao acto de banhar propriamente dito. Mesmo sem que alguém nos esteja a pregar uma partida na cozinha, sem haver ninguém para puxar o autoclismo e sem termos deixado uma máquina a lavar, o chuveiro teima em gozar connosco e, quase sem pensar, deixamos que a água aqueça enquanto nos ensaboamos no fundo da banheira como se não houvesse amanhã, com a água a dar-nos pelas pernas, quase só nos pés, e damos conta de estar a ficar quente demais... está a ficar quentinha, pois está… está mesmo quente, porra, e agora!? Quem é que passa esta catarata de esguichos contínuos, teimosamente esquentados para chegar à torneira e voltar a temperar este repuxo endemoninhado!? Tenta-se com o braço, queima as costas! Tenta-se com os pés mas não há destreza suficiente para tal manobra. Tenta-se todo o tipo de movimentações circenses mas sempre sem sucesso e pensa-se “tu queres ver que vou ter de sair da puta da banheira e dar a volta por fora da cortina para dar conta desta besta furiosa!?” e nisto, a besta furiosa és tu!!

1 comentário:

E. Rosado disse...

Lol...infelizmente o meu chuveiro também é um bocadinho caprichoso!