sábado, 9 de março de 2013

Música, oferecer o que se tem e perder a vergonha de pedir

Esta ideia de que a música deve ser de graça, assim como toda a cultura, uma vez que serve precisamente para juntar as pessoas, não numa massa cinzenta de seguidores, mas numa amalgama de sonhadores, pensadores e, porque não, artistas, é algo com que me tenho vindo a debater, como músico mas também como parte do público, há já alguns anos e finalmente percebi o porquê da minha inquietação. Percebi, vendo este vídeo e esta intervenção sincera, genuína e fantástica da Amanda Palmer, que acabei de conhecer, o porquê da minha irritação com a indústria discográfica, as editoras e alguns artistas como os Metallica, U2, etc. e mais importante ainda, precisamente qual a solução para o problema! Vejam porque vale a pena...

"For much of human history, musicians/artists have been part of the comunity, as connectors, openers, not untouchable stars. Celebrity is about a lot of people loving you from a distance but the internet and the content that we're freely abble to share in it are taking us back. It's about a few people loving you upclose and about those few people beeing enough. (...) I think when we really see each other, we want to help each other. People have been obceced with the wrong question: how do we make people pay for music? ...what if we started asking: how do we let people pay for music?"

Amanda Palmer

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bom. Completa a reflexão sobre o assunto. Embora essa sustentabilidade num País como o nosso (nesta situação) seja complicada é esse o caminho. Estou convicto disso já há algum tempo. Toda esta dialética acerca dos direitos de autor, poder contratual das editoras sobre o próprio artista e objeto criativo e sobre o controlo de difusão deve ter esta abordagem.
Sabes que houve nos Leões uma conferência sobre propriedade intelectual e descobri que a própria lei está muito bem feita. O código sobre o direito de autor nasce automaticamente com a criação e aplica-se a regra geral A NÃO SER que seja determinado outra coisa por CONTRATO. Aí é que entram os abutres em jogo e é um fenómeno muito recente. (esperemos que passageiro) - como diz a Amanda ["For much of human history, musicians/artists have been part of the comunity, ... ] Não digo que não deva haver profissionais honestos a fazer da representação, divulgação, etc um negócio. São apoios essenciais aos criadores.

Ainda sobre a propriedade intelectual destaco:

.) O Direito Moral sobre a obra é INALIENÁVEL, IMPRESCRITÍVEL. Nunca se pode vender!
.) Uma obra que sai do conjunto de outras obras é uma NOVA OBRA. Protegida como tal.

Esperemos estar a caminhar para um ''regresso às origens'' do humanismo das artes, e das sociedades em geral.

Obrigado pela partilha.

Abraço companheiro,
JB