quarta-feira, 2 de setembro de 2020

BLM, violência e mudança

Tenho andado sem saber bem o que pensar - quanto mais o que dizer - sobre o movimento #BLM...

Em primeiro lugar, porque me irritam modas, tendências e manias que resultem em siglas para obter preponderância que se traduza em mera busca de validação pessoal;

em segundo, porque me incomodam movimentos sociais desorganizados que redundam em violência, tornando-se contraproducentes e obviamente perigosos;

em terceiro, e visto bem as coisas, sendo branco, homem e a viver numa cidade pacata em Portugal, país conhecido pelos seus "brandos costumes", consigo apenas atingir uma ténue e pálida percepção do que será ser preto a viver nos EUA nesta década, principalmente com este presidente actual.

Por mais filmes, séries e documentários que veja, por mais biografias que leia, por mais que esteja atento às notícias, não conseguia chegar ao âmago da questão por me sentir fora do terreno de jogo ou da equação... até que dei com este discurso e fiquei esclarecido:

A Kimberly Jones tem razão quando diz "o contrato social foi quebrado" e claro que "as vidas pretas contam"... TODAS as vidas contam, em particular a dos oprimidos!

Nesta altura é completamente justificado que haja inadequação na comunidade, rejeição do status quo e das regras de jogo viciadas e revolta social. É perfeitamente legítimo e relevante que haja agressividade na reacção e até violência, é um mais do que aceitável "JÁ CHEGA!!!".


"Real change is always violent, but it may hurt a lot less than what's in place before the violence occurs.

- John Edgar Wideman

Sem comentários: