sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Recordações, revivalismo e música pop do demo

Sei que posso ferir algumas susceptibilidades e até enfurecer a populaça em geral mas estou farto de ABBA, já não os posso ouvir! Estavam tão bem só a passar um tema deles de forma aleatória lá de quando em vez numa Rádio Renascença ou numa playlist de alguém sobejamente conhecido lá no seu bairro naquele programa da hora do almoço da TSF, ou na banda sonora de um qualquer filme piroso feito nos anos oitenta que passava quase despercebido às 3h da madrugada num dia de semana na SIC... porque é que foram ressuscitá-los com um filme novo a estrear nas salas de cinema desse mundo fora!? É alguma coisa contra mim, assim em jeito de vendetta pessoal!? Agora é só “Waterloo” na Rádio Comercial, “Fernando” na RFM e no RCP, trailers do filme em cinema, teasers do filme para aluguer, anúncios do dvd para venda, passatempos na Antena 3 com a voz do Nuno Markl, reportagens nos programas da vipalhada sobre o musical na Broadway, making of’s do filme no AXN e na FOX… onde é que isto vai parar, pergunto eu inofensivamente!? Vou no carro em viagem e vem-me um refrão à cabeça, estou para no trânsito e aparece-me um riff assim do nada, passo no corredor das bebidas do supermercado e lembro-me de um pedaço do “Dancing Queen” com uma letra alterada que eu e um amigo, numa banda que tínhamos aqui há uns anos, queríamos ter gravado para gozar com o teclista dessa banda que tinha um Datsun 120Y e pensámos em chamar à nova versão “Datsun Queen”. Não me sinto seguro em lado nenhum! A qualquer momento pode surgir-me um ataque de pânico causado por um tema aparentemente inofensivo dos ABBA.

Estou farto desta insegurança no meu dia-a-dia, quero voltar a ser a pessoa que era antes, feliz desconhecedor da discografia da maquiavélica banda nórdica, tendo-me esquivado eficazmente e com sucesso do seu repertório endemoninhado durante a década de 80. Como se já não bastasse ainda me lembrar de um ou outro refrão do Avô Cantigas e do José Barata Moura de vez em quando, e todo um revivalismo bizarro e ambíguo à volta dos piores temas da fase mais estranha do José Cid, agora ainda me fazem isto!? Tal como já pedi noutros momentos pela Amália, por favor deixem os ABBA morrer!!!

Sem comentários: