segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Dinamarca (registada)

Em primeiro lugar gostaria de esclarecer que nada se passa de errado no Reino da Dinamarca, mas lá que é estranho, isso é! Imaginem só que aquilo é tudo gente civilizada, certinha e respeitadora de tudo quanto é regra. No trânsito, pura e simplesmente não atravessam as ruas fora das passadeiras e tão pouco o fazem com o sinal no vermelho para os peões. É engraçado brincar com eles e atravessar a passadeira antes de sair o verde... não reparam e vêm todos atrás, confiando! Copenhaga é a capital do design, do bom gosto, da comida gourmet - assim a atirar para a Nouvelle Couisine, mas com mais sustânca - e das bicicletas modernaças (lá está, o design). São todos loirinhos e branquinhos, gente bonita e vistosa. Vestem-se como se tivessem saído da passerelle (até me questiono como é que dará jeito elas andarem de bicicleta e saltos-altos!?) e uma coisa é certa, é só rabinhos, coxas e pernas bem tonificadas! Nunca tinha visto tanta mulher com pernas bonitas e bem feitas como lá!! Parecem modelos mas com as medidas certas, não são escanzeladas, e os homens têm todos bom aspecto. A cidade de Copenhaga não é grande mas é super espaçosa. As ruas são largas e os edifícios não são muito altos. Na zona de Nyhavn (novo porto), junto aos canais, podem apreciar-se os prédios coloridos, as esplanadas, os barezinhos e os restaurantes. Por falar em restaurantes, Copenhaga tem mais de 2000! E não dei por haver tascas, estamos a falar de restaurantes todos pipís. É normal, é tudo caríssimo! Uma sandocha (típica open sandwich dinamarquesa) custa em média 10€. Há museus por todo o lado, galerias de arte, lojas de roupa e de peças de design. Os dinamarqueses são conhecidos pelas peças de design em metal: faqueiros, chaleiras, etc. É um país com pouco mais de quatro milhões de pessoas, achatado (o monte mais alto tem 147m de altura), descendentes dos Vikings e são os maiores produtores de carne suína do mundo, mas garanto que não há porcaria nem cheira mal em lado nenhum. Pelo que pude indagar, e indaguei bastante, em média desconta-se cerca de 50% de impostos do ordenado individual, mas os quadros superiores das empresas chegam a descontar 60%. O ordenado mínimo ronda os 400 contos, não há desemprego, não há praticamente crime e é tudo de graça no que à saúde e segurança social diz respeito. É de facto um país de gente civilizada, madura. Lá por ser uma Monarquia não deixa de ser uma democracia, que funciona. O que mais me surpreendeu foi a postura deles no trabalho. Lá trabalha-se com gosto, motivação e proactividade. Nas fábricas e empresas não há escritórios, é tudo openspace, e abundam as cores e a ergonomia. Na sede da minha empresa perto de Copenhaga, o edifício é todo modernaço e há pormenores tão fantásticos como um ginásio, uma sala de massagens, uma sala de jogos (snooker e matraquilhos, são doidos por matraquilhos), uma sala de leitura com todas as revistas que se vendem no país, entre outros pormenores interessantes como a cantina que tem comida belíssima, tipo restaurante buffet, para a qual todos os trabalhadores descontam do seu ordenado, tudo o resto é gratuito. Os dinamarqueses são muito diferentes dos suecos, filandeses e noruegueses. Não se suicidam nem se desgraçam com drogas e álcool. Trabalham a sério e sabem divertir-se com tacto. É um mundo diferente, um admirável mundo novo! O frio e as poucas horas de luz não me fazem deixar de pensar que gostaria de ir para lá viver. Tirando o Alentejo, que também tem o seu ritmo próprio, e até ver, só mesmo em Copenhaga.

1 comentário:

Miguel disse...

Talvez, talvez; mas eu ainda continuo a insistir na América do Sul ou então descobrir um paraíso onde se juntem o civismo de uns e a 'timpratura' de outros.