segunda-feira, 9 de abril de 2007

Páscoa, essa desgraceira infernal!

A Páscoa, de entre as épocas festivas, será talvez a piorzinha de todas. É, pelo menos, pior que o Natal. São três dias praticamente de caixão à cova. Como que nem um animal em cada refeição, arrastando-me sem dó até ao sofá e quedo-me horas a fio a abobrar como se não houvesse nada mais simpático para fazer… e não há! Onde não se passa nada interessante é na televisão, porque o best of do Cecil B. de Mille já enjoa, mas assim que consigo mexer mais do que os dedos da mão que controla o comando da televisão lá como mais qualquer coisa. Desaperto o cinto e o botão de cima das calças, e passados uns vinte minutos chamo-me todos os nomes porque devia ter antecipado o facto daquela última amêndoa poder estar estragada, e a magana deixou-me mal disposto. É engraçado que normalmente é sempre aquele último copito ou aquela terceira dose de sobremesa que nos deixam ko. Depois dos três dias típicos de improbidade para com o corpinho, para os alentejanos vem um quarto dia em tudo semelhante aos primeiros três, mas desta vez o cenário é outro, literalmente! Trata-se de ir comer o borrego ao campo. E o que este dia tem de fantástico é que torna uma cidade como a de Évora exactamente igual aos outros dias da semana: há muito menos carros na estrada, porque as famelgas levam as carrinhas e monovolumes atulhados de gente e comida para o campo, mas andam todos a vinte à hora e demoramos o mesmo tempo nas deslocações do que num dia normal durante a hora de ponta. Mas é engraçadíssimo ir a uma barragem alentejana e ver aquilo pejado de gente, em grande estamine, a gozarem à grande e à portuguesa, claro está. No resto do país é um dia normal, mas no Alentejo é feriado. É caso para dizer: “que bem que se está no campo, Adelaide!”.

2 comentários:

paulo disse...

que saudades da pascoa no alentejo e da segunda feira de campo. isto aqui não é bem assim. um abraço

The Joker disse...

Sem querer ofender soa quase a esperteza saloia. É que sexta-feira Santa é feriado Nacional... menos no Alentejo. "É ver tudo pejado de gente" mas a trabalhar.