sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Caras simpáticas e pernas jeitosas!

Voltando ao tema da publicidade, acho que uma das coisas ridículas que aparecem na televisão e que não enganam ninguém é o facto de aparecerem sempre caras e pernas sem pelos nos anúncios de lâminas, espumas, géis, cremes, ceras e bandas depilatórias. Alguém acha que por debaixo daquela espuma quase apetecível, assim ao género de chantilly de lata, seja numa cara simpática ou numas pernas jeitosas, haverá pelos grossos de quem tem uma barba de dois dias ou não faz a depilação há três semanas? Nada disso! Aqueles tipos não enganam ninguém. É até fácil de perceber logo nos primeiros frames do filme publicitário, e são sempre tipos charmosos com queixadas à George Clooney e gajas belíssimas com valentes trancas tipo Marisa Orth. A publicidade está cheia de falsas expectativas e dá cabo do nosso imaginário. É os reclames de bebidas, de automóveis, dos operadores de telecomunicações, dos champôs… até dos detergentes para a máquina de lavar! São uns piores que os outros. Uns mais imaginativos, outros mais radicais, mas todos nos deixam a desejar e por vezes coisas que nem precisávamos antes de assistirmos àqueles trinta segundos de pura treta com boas cores, boa luminosidade, gente boa, mas nem sempre bons produtos. Ah valentes!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Tourada Caras

Ontem vi numa rotunda um painel publicitário que dizia “VII Grandiosa Tourada Caras”… ora bem, escusado será dizer que comecei logo a imaginar um magote de VIP’s na arena, todos bem vestidos e maquiados, sim, os homens também, a digladiarem-se como nunca o teriam feito antes. Eles eram chapadas com as costas da mão, escarradelas, puxões de cabelos, rasgar de roupa, encontrões, e todo o tipo de luta sem precedentes, pois seria tudo gente pouco acostumada a fazer fosse o que fosse pela frente, mas nessa arena não eram permitidas facas, o que invalidava as habituais facadinhas nas costas… foram uns bons dez segundos de pura loucura imaginada pela minha mente perversa. Depois, lá me apercebi que as bestas estariam nas bancadas e seriam 6 touros 6 da ganadaria lá de trás do sol posto na arena, dois toureiros com nomes de meninas e roupas ainda mais efeminadas, e um grupo de forcados – ou jogadores de rugby – de sabe-se lá onde. Epá, perdoem-me a frontalidade, e até pode parecer preconceito e maldade da minha parte, mas é uma coisa que em todos os aspectos e sentidos me mete algum nojo!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Óculos de sol, compras e uma profunda falta de tacto

Entrar em casa num dia de verão com os óculos escuros na cara e com as mãos cheias de compras, já não basta as fezes – frase tipicamente alentejana – de tentar tirar as chaves do bolso e conseguir abrir a porta sem deixar cair os ovos de um dos oito sacos de compras que temos nas mãos, para ainda entramos em casa e não enxergamos nada porque fica demasiado escuro pela diferença de luminosidade e por não nos termos lembrado de deixar os raybantes no tabelier do bólide. Não conseguimos enxergar onde está o interruptor e também não conseguimos tirar os óculos, e ali ficamos durante uns segundos a tentar acender a luz, tateando parede fora à procura do botão. Outra coisa que irrita, sendo muito deste género, é quando temos de desligar um cabo eléctrico com uma ponta das grossas, de uma extensão tripla com os grampos de terra que está debaixo de um sofá ou detrás de um armário. Esticamos o braço todo, a mão, os dedos e nada; já quase em desequilíbrio e com as pernas num desatino lá nos arrastamos a esbracejar, sem conseguir retirar o cabo da extensão porque aquela porcaria está mesmo presa e não cede nem um milímetro... se ao menos conseguíssemos levantar o sofá ou aparecesse alguém com força para mover o armário neste preciso momento... bastavam dois míseros centímetros... bah!! É do demo!

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

automático é sempre pior que manual

Todos nós temos automatismos nas nossas vidas. As máquinas de lavar roupa e loiça, os comandos de infra-vermelhos para tudo quanto é aparelho electrónico, a gravação de voz na caixa de mensagens do telemóvel, o cruise control nos automóveis, as bombas de limpeza da água das piscinas, a televisão ou a aparelhagem que se desligam quando queremos para adormecermos sem que fiquem ligadas a noite toda, os aparelhos que ligam e desligam as luzes em casa aleatóriamente ou de forma fixa para podermos ir de férias deixando a noção aos outros de que há gente em casa, o sistema de rega que liga e desliga sozinho, entre muitas outras coisas que nos facilitam e proporcionam tempo de qualidade numa sociedade que nos exige cada vez mais e nos preenche todo o tempo que temos sem que sobre algum para dedicarmos ao que mais gostamo. Um exemplo que eu deixei para agora, é o da assinatura nos e-mails. Isto é um automatismo que nos pode trazer mais inconvenientes e dissabores do que propriamente vantagens. Acho, e aqui também lanço uma dura crítica à minha pessoa, que é mesmo coisa de preguiçoso. Deixo-vos um exemplo que recebi por mail e que me deu tanto gozo como me fez arrepiar:


Mail para a VODAFONE a pedir cancelamento do contrato:

Cancelamento de contrato- telefone 91*******
Exmos. Senhores,
por falecimento da V. cliente (...), no passado dia 28 de Novembro, queiram por favor proceder ao cancelamento do respectivo contrato, a partir do corrente mês de Dezembro inclusive.
A mesma informação será enviada por correio, conforme carta anexa.
Sem outro assunto,
...



Resposta da Vodafone:

Muito boa tarde, como está?
Para podermos efectuar a desactivação definitiva é necessário que nos envie uma cópia da certidão de óbito do titular.
Deverá confirmar o nº de contribuinte ou nº de conta Vodafone.
Boas festas. Viva o momento, Now!
Paula Santos
apoiocliente@vodafone.pt
Nota: Caso necessite contactar-nos novamente sobre o mesmo assunto agradecemos que faça reply deste e-mail.
PS: Para dúvidas relacionadas com o serviço yorn o mail de apoio ao cliente é
Heeellp@Yorn.net


Contra-resposta:

Re: Cancelamento de contrato- telefone 91*******
Boa tarde. estou bem, muito obrigada. A minha mãe faleceu, por isso estou óptima e vivo o momento, now!
Agradecia que me indicasse a morada para onde deve ser enviada a certidão de óbito.
Boas festas também para si.



Ah, valente!!!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Onda rosa

Hoje fui comprar uns ténis a uma loja de desporto e por brincadeira perguntei ao tipo que me atendeu se pelo facto de não ver os novos equipamentos do Benfica expostos isso significaria que o dono da loja teria bom gosto, ao que ele se prontificou a responder:
- "aqui não interessa de que clube se é, vendem-se equipamentos dos três principais, mas o novo cor de rosa do Benfica esgotou no país inteiro, nem no Estádio da Luz se consegue arranjar!"
Fiquei estarrecido e nem consegui esboçar um esgar que fosse. Já vi este filme em qualquer lado! Hoje em dia anda tudo a virar rosa. São os telemóveis da Motorola, os equipamentos do Benfica, até o Blanka Vanish com aquela frase parva do anúncio televisivo: “confie no rosa, esqueça as nódoas”… é caso para dizer “tenha medo, tenha muito medo”!

sábado, 4 de agosto de 2007

Soposts

O mundo em que nós vivemos nem sempre é aquilo que queremos, desejamos e sonhamos. Custa saber da fome que grassa em certos locais, da pobreza que assola certas pessoas, da falta de cultura geral, do mal que todos andamos a fazer ao planeta, o desemprego, a saúde, entre tantas outras desgraças trágicas e sobejamente nefastas. Tudo isto me consome aos pouquinhos, mas uma situação que me deixa quase fora de mim é a constatação dos nomes de certas empresas que existem em Portugal. Não me interessa se fogem ao Fisco e à Segurança Social, se dão lucros brutais, ou se tratam bem os seus trabalhadores, apenas que não merecem estar abertas apenas e só à conta do nome que envergam nos placards, cartões de visita e papel timbrado. Chega a ser ridículo… Sogiene, Sotalhos, Soferragens, Socarros… será falta de imaginação? Não é algo de tão grave que me tire o sono, mas leva-me o sossego! É triste verificar que há pessoas tão poucochinhas que nem um nome decente conseguem idealizar para a sua empresa. Mostra o quão deprimidos estamos como país, social e economicamente, e a forma como não se vislumbra uma luz, tímida que fosse, no fundo do poço – escolhi poço de propósito, porque metemos água e não vejo grande esperança para este país. Que noção farão os outros de nós a julgar por pormenores como este? Somapeteceéganir!