terça-feira, 5 de agosto de 2008

Prendas foleiras, música pimba e uma viagem de loucos

Sempre tive a noção de que as piores prendas que alguém me poderia dar seriam roupa, tipo peúgos, soquetes ou trouces, ou algum tipo de desodorizante, sabonete ou sais de banho. Várias vezes recebi esse tipo de ofertas e assim aconteceu neste último Natal. Recebi um pack com desodorizante e água-de-colónia do Banderas e fiquei duplamente ofendido: pareceu-me uma prenda inútil e calculei que andasse a cheirar mal e fosse essa a forma mais "simpática" que teriam arranjado para me transmitir tal noção de realidade. Acontece que a água-de-colónia do António Banderas tem feito um tremendo sucesso, o cheiro e eu que o trago na pele, dando todo um novo significado ao tema popularizado pelo Toy. E por falar em Música Pimba, ou popular, muito embora o Toy se enquadre mais na horda de cantores românticos do que na corja de intérpretes pimba, há um tema que me foi dado a conhecer numa das últimas incursões que fizemos com os Kazoo, desta feita à Guarda. Fizemos a viajem de ida e volta no mesmo dia e no regresso, para que ninguém dormisse, evitando assim qualquer possibilidade de termos um acidente por despiste, viemos o caminho todo a cantar temas dos Monty Python, Irmãos Catita, Ena Pá 2000, Mercuriocromos, Fúria do Açúcar e, depois de gasto o repertório de standards da maluqueira, passámos às versões de temas de desenhos animados e músicas natalícias com letras adulteradas, entendam-se “palavrões que ferve”! A meio da viagem já tínhamos gasto todo o repertório aceitável e entrámos sorrateiramente pelos meandros da Música Pimba, que em qualquer outro momento seria totalmente inadmissível, mas completamente tolerável no instante que se adivinhava, já com toda a gente a cair na sonolência e quase total apatia. Foi quando o meu irmão se lembrou de uma música que ouviu no carro de uns amigos que o tinham ido buscar a casa para sair uns dias antes. Era o tema “Vais Partir” do Clemente e ele caracterizou-a de algo diferente e altamente potente e energizante. Como ninguém sabia a letra toda, ficámo-nos pelo refrão cantado quase até à exaustão. Funcionou! A música tem um poder demoníaco só comparável a um ou outro tema dos Metallica ou Iron Maiden. Ao chegar a casa, perto das 4h da madrugada, ainda fui espreitar no YouTube e confesso que me rendi ao poderio daquela introdução de orquestra e da entrada tão impetuosa quanto arrebatadora da voz assim em jeitos de contra-tempo. Só tenho uma palavra para descrever: brutal!!

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