quarta-feira, 28 de abril de 2010

Formula1, campinho e necessidades fisiológicas

Sou um homem de hábitos - de certa forma todos o somos, não homens, mas de hábitos - e uma das coisas que me caracteriza, uma vez que ando muito de carro e faço muitos kms percorrendo normalmente as mesmas estradas, é fazer a minha necessidade nº 1 praticamente sempre nos mesmos locais. Quando circulo por zonas novas onde nunca "marquei território" ou a vontade surge longe dos spots habituais, lá vou eu a conduzir sem conseguir decidir sobre qual o sítio onde parar. Parece simples, especialmente quando se mija de pé - característica que nos distingue tanto das mulheres mas que eu até trocava por os múltiplos - e há tanto campo e sítio para parar o carro mas é mais complicado do que parece. Por exemplo: se chove, se está frio, se há árvores e arbustos por perto, se a paisagem é interessante, se há água em quantidade suficiente para tornar a coisa mais conducente e agradável, se há passarada (depois do filme do Hitchcock tornei-me desconfiado), cães, vacas ou touros por perto, se há algum pastor solitário à espreita, se alguns kms antes ultrapassámos ou não algum carro com crianças à janela, se a zona de parqueamento permite a paragem de outros carros que nos poderão surpreender, que tipo de fecho têm as minhas calças e se os boxers têm botões, se vou nesse momento a falar ao telefone com alguém, se tenho de deixar o carro com os piscas ligados, normalmente os do lado em que se encosta e se vale a pena ir procurar um local apropriado do outro lado da estrada ou se corro o risco de pintar aquele cenário típico de filme de terror em que aparece a imagem, meio às escuras - se for de noite - de um tipo com as calças meio arreadas, no meio do mato, quase totalmente de costas e a cara de perfila intermitentemente iluminada de laranja e um esgar assustado, com um ar extremamente suspeito e de arma na mão... as possibilidades da coisa dar para o torto são mais que muitas! No fundo, a mijadela no campinho está para mim como a pitstop está para um piloto de Formula1: tem de ser calculada ao milésimo de segundo e feita sob as maiores condições de segurança e, porque não, de conforto!

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