quarta-feira, 12 de abril de 2006

Muito chocolate!

A Páscoa é uma época festiva que me desgraça, quase como o Natal. Mais valia darem-me uma injecção de chocolate na jugular, fazerem um compacto especial com os 10 Mandamentos, a Paixão de Cristo e o Sozinho em Casa e pronto, no outro dia lá iríamos trabalhar sem ter aturado tias-avós que nos lambuzam a cara, avôs caquécticos que se engasgam com folar, a pensar que poderão não estar cá na a próxima primavera, e gaiatagem espalhada pela casa toda aos berros a perguntar onde está a Playstation ou um computador com o Messenger ligado à net. Chamam a isto família??? Uma cambada de grifos que mais parece uma praga de gafanhotos que devora tudo por onde passa e não deixa nada direito? É que nem o tampo da sanita ou o isqueiro do fogão resiste a esta gente!! Não haverá, num futuro próximo, subsídios a fundo perdido ou linhas especiais de crédito para ajudar ao financiamento destes “imprevistos”? Talvez seja uma oportunidade de ouro que os bancos estarão a deixar passar em claro: depois do crédito automóvel e imobiliário, das férias, computadores, máquinas digitais e leitores de mp3… o crédito bonificado de apoio às reuniões de família e épocas festivas. E o símbolo da Páscoa? Não era já tempo de trocarem o coelhinho felpudo e ternurento por uma playmate meiguinha, enrolada em fitas de Carnaval e confetti? Porque é que a Playboy não passa a perna ao Vaticano e muda o look desta época festiva? O Natal também não perdeu a simbologia característica quando a Coca-Cola mudou a cor ao Pai Natal! Venham daí mulheres e homens que se encharcam em chocolate, quer seja líquido (em chávenas ou SPA’s), em tabletes ou amêndoas, e mantém a mesma figura ano após ano. Nesta sociedade que dá tanta importância à “beleza”, criando meterossexuais a cada dia que passa, não me espanta nada se trocarem o Coelhinho da Páscoa pelo Zé Castelo Branco de tanga, orelhas de coelho e pompom, e ainda uma daquelas cigarrilhas tão femininas, tipo Jessica Rabbit ou Marlene Dietrich… ischhhh!!! Agora retirar-me-ei, ouvirei cânticos de corais negros e música de Ravi Shankar, acenderei velas e incenso por toda a parte, de forma a limpar toda a conspurcação nefasta que me vai na mente… voltarei com pensamentos mais dignos e puros!

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