sexta-feira, 7 de abril de 2006

Pirataria informática

Tenho estado atento a esta questão, que parece ter vindo para ficar, mas tudo indica que é mais fogo de vista. Eu digo isto porque tenho lido muito sobre este tópico e concordo que será impossível passar do nível dos exemplos para uma prática contínua. Em primeiro lugar parece-me óbvio a necessária distinção entre quem faz downloads ilegais para consumo caseiro, ainda que grave em cd para ouvir no carro ou em festas com os amigos, e quem corre a net de uma ponta à outra para satisfazer o seu público alvo numa feira perto de si, esses sim, são os verdadeiros piratas informáticos: filmes, álbuns, jogos, etc. Posso não ser grande exemplo, mas nunca deixei de comprar dvd’s ou cd’s porque os arranjava de outra forma. Vou ao cinema, alugo filmes, peço cd’s emprestados e já tenho sacado muita coisa da net. Tenho a discografia completa das bandas que mais gosto, vou reunindo todos os filmes que aprecio, e a maioria dos cd’s e dvd’s são originais (tenho mais de 300 álbuns em cd e 170 filmes em dvd… tudo original!), aliás, serão todos originais num futuro próximo, é essa a minha meta. Eu até tenho muitos vinis e continuo a comprá-los. É neste ponto que acho que assenta o busílis da questão: quem perde mais, ou perde mesmo, com a pirataria informática são as editoras e não os autores, por isso me parece bizarro estarem a mascarar a questão desta forma. Sou músico, e embora apenas tenha músicas incluídas em colectâneas ou edições de autor, mas tudo registado na S.P.A., não me importo nada de passar as minhas músicas em formato de mp3 pela net ou em cd’s gravados por mim. Seria até um orgulho muito grande se me apercebesse que houvesse quem fizesse partilha das músicas das minhas bandas através dum meio tão grande e de tão largo alcance como a internet. A internet será o motor da cultura e do entretenimento deste século, não será a televisão de certeza. E até hoje não vi ninguém queixar-se de gravarmos filmes, documentários ou novelas em VHS!? E toda a gente o fazia e faz! Então porquê a dualidade de critérios? A internet chega a toda a gente? Talvez menos pessoas tenham net do que vídeos em casa. Para quem está no meio, vou confessar-vos um pormenor muito importante: os músicos ganham com os concertos e com os royalties. Recebem quando tocam ao vivo, quando aparecem na rádio e na televisão, o que conseguem com as vendas dos cd’s e dvd’s, embora dependa do estatuto músico e do seu contrato com o seu label (editora), é uma ninharia comparado com o que as editoras discográficas arrecadam com cada cd que se vende por 12€ ou 15€. E o escândalo ainda é maior quando nos apercebemos que nós temos um IVA de 21% para tudo o que é cultura e a maior parte do entretenimento, enquanto que a grande maioria dos outros países comunitários têm IVA’s de 5% e 3%... ah!, já perceberam onde quero chegar!? Ok, ainda vos deixo outra: os bilhetes de jogos de futebol têm um IVA baixíssimo, tipo 5% e são àquele preço que toda a gente conhece… onde é que quero realmente chegar!?? É tudo uma questão de negócio e interesses! E sendo assim, e porque há cada vez mais bandas e músicos (ou escritores!) a publicar os seus trabalhos na internet, quer seja de forma paga ou completamente gratuita, quero deixar uma palavra de ordem a estes senhores que são “donos” da cultura e das empresas que sustentam a cultura em Portugal, quer eles sejam também artistas ou não: PUTA QUE OS PARIU SEUS FASCIZÓIDES CINZENTÕES!!! E quanto aos tribunais e às autoridades competentes, vão mas é atrás de quem assalta velhinhas, prostitui criancinhas e leva empresas nacionais à falência e gera desemprego que são às centenas e se misturam com as pessoas “normais”. Pronto, já desabafei!

1 comentário:

PuccaPink disse...

Assino em baixo!!!
MUNTO BÊ!!!
Clap, clap, clap!!!

;))