quinta-feira, 8 de junho de 2006

“Português Suave”

A propósito da questão “Professores vs Ministra da Educação”…
Sem estar muito por dentro da questão, o que eu posso dizer é que acho sinceramente que os professores, assim como os médicos, sempre foram muito poupados a mudanças e reformas no sistema, e digo também que os sectores que funcionam de forma mais deficiente e limitada na sociedade portuguesa, são exactamente os da educação e da saúde. Por outro lado, e também é preciso dizê-lo, o cancro da economia portuguesa, e por conseguinte da sociedade portuguesa também, é o sector bancário e imobiliário (bancos, seguros e construção civil), mas ao contrário dos dois primeiros, este funciona até bem demais. O nosso país está mergulhado nesta instabilidade, caminhando a passos largos e decisivos para a miséria generalizada, enfrentado tempos de real adversidade, porque somos um povo de brandos costumes, viciados no típico laissez faire, laissez passer, e esta merda algum dia terá de acabar! Abaixo o chico-espertismo e os patos bravos!! Mas antes deveremos educar as nossas mentes, deixando de ser ingénuos e obtusos, passando a ver o que verdadeiramente se passa à nossa volta, no mundo real, não no mundo das revistas cor-de-rosa e dos programas de televisão (tipo Big Brother ou Êxtase). Temos de deixar de ser comidos por parvos, mostrar a nossa vontade e os nossos desejos, votar em consciência, para que novos e melhores políticos possam fazer o que lhes compete, no entender da prossecução do objectivo comum com que lhes foram confiados os seus mandatos e funções, porque somos nós que os pomos lá para que façam por todos, não por eles ou pelos seus primos e afilhados. Abaixo o nepotismo e o compadrio!! Venham as reformas fiscais, da educação, da saúde e da administração pública, mas primeiramente temos de fazer a revolução das nossas mentes, é em nós que está a resposta! Eu estou com o Roger Waters e os Pink Floyd! Muito cuidado com quem nos educa, os professores e os pais podem ser excelentes ou terríveis influências, muitíssimo cuidado! Mais do que nos educar, precisamos de aprender. Entendam, aqui, “educação” como algo mais formal, pomposo, distante, e por outro lado “aprendizagem” como um progresso individual mas não necessariamente solitário. Não me refiro a uma aprendizagem de rua (street wise), real causa do chico-espertismo, mas sim uma aprendizagem global, merecedora do empenho e da motivação de todos e cada um de nós. Temos de pôr os velhos a ensinar os novos, os professores a aprender com os alunos, o povo a moldar os políticos, e o nosso coração e sentidos a regenerar a razão. Toda a mudança requer coragem e lucidez, e estamos sempre a tempo de galgar e subir a qualquer coisa (uma secretária, por exemplo), e com os pés juntos e bem firmes nessa nova perspectiva, mudar o nosso conceito de realidade, as nossas ideias, a nossa opinião, a nossa vontade. O livre arbítrio é uma particularidade natural e típica do ser humano, só temos de lhe dar uso e torná-lo o motor do nosso espírito crítico. Comecem por comentar estas linhas e depois… o futuro é o horizonte!

2 comentários:

The Joker disse...

Gostavar de perceber como é que um banco ao gerar milhões de euros de lucro, e pagando os respectivos impostos contribuindo assim para os cofres do Estado, ao empregar milhares de pessoas, contribuindo assim para baixar o desemprego, consegue ainda assim ser um "cancro da economia portuguesa"...

Gandim disse...

os bancos pagam muito poucos impostos para os lucros que fazem, e não é uma questão de perseguição das empresas que se safam e conseguem vencer o status quo, é uma questão de justiça. Tem de se acabar com o offshore da Madeira e investigar muito bem as ligações entre a banca, as seguradoras, o sector imobiliário e o da construção civil. Em termos de fuga aos impostos, caso se verifique, aí sim, é uma questão de perseguição!