Começo este post por congratular a RTP pelo verdadeiro e esforçado serviço público eu prestou hoje com o programa “Prós e Contras”, como já vem sendo um bom hábito. Pode falar-se da questão do Segredo de Justiça, da interferência da imprensa livre e autónoma na construção do senso comum que a sustenta (duplamente), da forma mais ou menos avançada com que uma Polícia, que se quer científica, objectiva e imparcial, digna de um Estado de Direito moderno, elabora e realiza uma investigação criminal, e de muitas outras questões paralelas mas sempre pertinentes, mas certo é ser típico do ser social – não utilizei ser humano propositadamente – o interesse pelos assuntos que lhes são supostamente alheios. Não vou apreciar a imprensa ou as revistas cor-de-rosa, a televisão ou os opinion makers. Apenas me critico a mim, deixando a dica para os demais que me poderão ler neste blog. Não sendo, de facto, uma pessoa curiosa, dou muitas vezes por mim a ler, ouvir e ver tudo o que possa, para tentar perceber mais e melhor o que poderá ter-se passado neste caso tão enigmático, como no caso Casa Pia, no Apito Dourado ou seja lá qual for… mas curioso porquê? Enigmático porquê? E tentar saber tudo porquê? Bem, depois de hoje e tentando não me esquecer desta resolução fantástica, vou aprender a dar tempo ao tempo e deixar que as coisas aconteçam no seu espaço e tempo certo. Tudo importa saber, mas com a devida contextualização, para que depois se possa opinar, ajuizar e criticar, sempre de forma fundamentada. Não interessa em nada decidir afastar-me da informação por mera teimosia bacoca, pois o resultado poderia ser ainda pior (vivo constantemente com o receio de estarmos cada vez mais próximos de um novo estado totalitário mais ou menos invisível), mas não vou alimentar a besta que nós próprios criamos quando abrimos a nossa mente colectiva à fome e necessidade de informação, tão característicos da nossa condição social e humana. Interesse e curiosidade sim, bisbilhotice e intriga, certamente que não! Nos dias de hoje há forças tão poderosas que fogem ao controle das Instituições, de um Estado, de uma Lei. Não podemos ingenuamente alimentar um monstro que se sustenta do próprio lixo que produz, qual máquina perfeita auto-sustentável de DaVinci. Há que haver regras, que as há, bom senso, que nem sempre aparece, rigor, que nem sempre impera, mas sobretudo uma determinação racional e corajosa pela formulação, administração e manutenção de uma autocrítica constante, capaz de conter, educar e manietar, se assim for necessário, o monstro que todos nós ajudamos a criar. Como é costume dizer-se, “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”. É tudo uma questão de equilíbrio dinâmico de forças, internas e externas: livre-arbítrio e raciocínio lógico a um nível íntimo ou individual; senso comum e consciência colectiva a um nível global ou civilizacional. Seja como for gosto pouco de circos, sobretudo se for eu o palhaço!
Além de palhaço também não gosto de ser urso. Admito que dei o nome da menina ao post para testar cientificamente a visibilidade do meu blog nos próximos dias. Não os espero vencer, sozinho pelo menos, mas também não me quero juntar a eles, acreditem! É apenas um exercício de avaliação usando a mais pura metodologia científica. Não quero mesmo que este blog se desproporcione para além do meu controle, mas também não sou ingénuo ao ponto de não pensar que não estou já inserido no logaritmo que sustenta o motor de busca do Google, o mais usado no mundo inteiro para fazer buscas na internet. A ver vamos…
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