sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Escritórios, desesperos e muita animação

Final do mês, anda tudo aflito para conseguir terminar o que tem a fazer, principalmente a papelada de modo a deixar as coisas resolvidas a tempo de enviar pelo correio e é nestes momentos que algumas coisas começam a falhar. O toner da fotocopiadora no fim e aquele apito irritante da máquina não te deixa sossegar, as folhas encravam a impressora, não há agrafes naquela gaveta onde deveriam estar, a rapariga mais recente na empresa deu cabo de uma unha na guilhotina e berra a plenos pulmões lá da sala do fundo, o elástico parte-se quando não tens braço para alcançar outro e estás preso a uma resma de papeis que se a soltares certamente se irão espalhar pela secretária de alto a baixo, o anti-virus bloqueou o computador por causa de um zip manhoso que vinha num email de um amigo, a esferográfica rebenta e deixa tudo cheio de tinta, estás a conseguir partir mais minas com a lapizeira do que noutro momento qualquer e isso quase te deixa à beira de um ataque de fúria, o chefe grita da sala dele a perguntar pelo relatório final, há um colega a assobiar o "aperta, aperta com elas" três cubículos mais à frente e uma colega logo ao lado a cantar alto e a remexer-se na cadeira como se tivesse espasmos incontroláveis pensando que faz a mesma figura da Shakira, há um outro colega a enfardar ovos da Páscoa de chocolate como se não houvesse amanhã e tá-se cagando de alto e de repuxo para ajudar seja quem for, os cinco cafés que já bebeste desde as 8h começam a fazer-se notar e o último cigarro no maço que está à tua frente em cima da secretária já tem mofo porque tinhas jurado a ti mesmo deixar de fumar e agora é que vinha mesmo a calhar e sabia tão bem... pensa positivo... depois do fim deste mês vem logo o princípio de outro igual! Força aí!!!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Saco de Plástico, essa instituição!

Acho que a maioria das pessoas negligenciam o poder do saco de plástico comum, das lojas e supermercados. Além do óbvio, dá para todo o tipo de usos, inclusivamente para pôr na cabeça. Noutro dia vi uma velhota à porta do hospital, à chuva, com um saco de plástico no alto da cabeça, até às orelhas e protegendo convenientemente a nuca e pescoço, provavelmente à espera da sua boleia. Ecológico ou não, o saco de plástico é uma instituição, principalmente nos meios rurais e mais pobres. Senão, porque outra razão investiriam tanto os partidos em sacos de plástico durante as campanhas eleitorais?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Bófia, radares e ideias parvas

Tenho esperanças que um dia que a brigada de trânsito me apanhe a alta velocidade e na operação stop alguns kms mais à frente me venham dizer:
- “o quê!?!? Você seguia a 195km/h… com este carrinho!? Não pode ser!! Não goze comigo… vá-se lá embora!”
Mais à frente serei apanhado outra vez e nessa altura eu direi:
- “o quê!?!? 195 km/h… com este carro!? Você acha mesmo que esta caixinha de fósforos se move a essa velocidade!? Não é possível! Recuso-me a pagar isso!"

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Histórias de um audioprotesista #2

Continuando com a saga, lembrei-me de outro episódio engraçado, desta feita aconteceu mesmo comigo. Quando se trabalha muitas horas por dia, se tem de dizer vezes sem conta a mesma coisa, e acrescentando a isso umas boas centenas de kms, é normal que se chegue ao final do dia cansado e ao final de uma semana com cansaço acumulado. Sinceramente não me lembro o dia da semana em que isto aconteceu mas foi ao final do dia, por volta da hora do jantar.
O audioprotesista preparava-se para dar início à consulta em casa de um paciente e precisava de ligar o equipamento electrónico à corrente eléctrica:
técnico: "Desculpe, não tem uma picha tripla?"
paciente: "...como!?"
técnico: apercebendo-se da gaffe e sem se deixar rir - "...uma ficha ou uma extensão onde possa ligar o equipamento!!"

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Felicidade, capas de edredons e tarefas impossíveis

No dia em que conseguir alinhar o edredon com os quatro cantos da capa de edredons sem ter de me enfiar lá dentro – estou a ser literal nesta expressão, não há aqui qualquer tentativa de criar uma metáfora – será o dia em que eu vou ser feliz! (*) Já ouvi todas as dicas e truques mas é impossível alinhar os cantos do edredon com os da capa quando se trata de uma cama tamanho de casal, pelo menos quando é só uma pessoa a tentar fazê-lo. Já tentei alinhar os cantos da zona da cabeceira e depois pôr-me em cima da cama aos saltos, a esbracejar como se não houvesse amanhã – e neste caso particular, durando algum tempo, há amanhã e também há dores de braços como se tivesse feito pesos e halteres – e deixar a natureza e as leis da gravidade seguirem o seu curso, mas não seguem, as maganas! É humanamente impossível conseguir fazer isso sozinho. Tento sempre uma e outra vez mas acabo por me descalçar, despir e enfiar –me pela abertura da capa indo lá dentro alinhar tudo, cantos e rebordos, até ficar jeitoso. É uma tarefa verdadeiramente herculiana.

(*) longe de mim querer fazer publicidade a um banco (bando) de metecaptos que se julgam donos da economia portuguesa, mas a frase fica bem assim!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Histórias de um audioprotesista #1

Uma consulta de rastreio auditivo consiste num breve questionário clínico, otoscopia, timpanometria, audiometria e consequente aconselhamento do paciente. Isto não aconteceu comigo, mas com uma ex-colega e amiga.

Durante o questionário clínico, o audioprotesista pergunta ao paciente:
técnico: tem desequilíbrios?
paciente: ...emocionais?
técnico: sem saber bem o que dizer – “…não...”
paciente: ...mentais!?
técnico: logo para acabar com a conversa – “…não, tonturas!!”

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Ecologia ou parvoíce!?

Hoje vi um cartaz publicitário de uma empresa de lavagens automáticas que dizia o seguinte:
“O Elefante Azul é Ecológico”

Pergunto-me se cagará poias azuis e azotadas!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Coçar a micose

Se há razão óbvia para não gostar de andar de camisa é o facto de em determinados momentos querer coçar-me, porque apareceu uma teimosa comichão, e não conseguir fazê-lo nas devidas condições. Passo a explicar! Quando temos uma t-shirt e uma ou mais blusas vestidas, facilmente nos conseguimos coçar se aparecer algum tipo de comichão, enquanto que se for uma camisa a estar vestida por debaixo de uma blusa de malha, por exemplo, já não é tão fácil. Para nos coçarmos com uma camisa vestida, só mesmo agarrando nas várias peças de roupa e usando os próprios tecidos para esfregar contra a pele. Se for só com um dedo não dá porque o tecido da camisa não deixa. Experimentem, vão ver que é verdade. A usar camisa, que seja de fato, porque aí só temos mesmo a camisa vestida, ou com uma t-shirt ou camisola interior de algodão, que anula o efeito da camisa, e já nos dá um acesso facilitado para nos coçarmos. A não ser que estejamos com um colete ou o casaco do fato por cima, e isso sim, é um pesadelo, mas com certeza dura pouco tempo porque são fáceis de despir e num instante estamos a dar azo a uma esfrega desenfreada. Esfreg'aí!!!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Holocausto, internet e o Coelho da Páscoa

Está mais do que visto que a internet é uma fonte de informação, mas temos de nos cingir aos sites, porque se pensarmos nos emails, bem, aí a conversa é outra. Eu recebo todo o tipo de emails falsos, falsificados ou fora de prazo que me fazem passar a maiores vergonhas virtuais. Ele é cães para dar que já foram todos entregues ou abatidos, sangue para um adolescente que teve um acidente de mota e está no hospital mas que na realidade já tem 35 anos e três filhos, um rim para um velhote que já reencarnou numa abelha lá para os lados de Madagáscar faz mais de quatro anos, os esquemas para nos clonarem os cartões de MB, os eternos avisos (mais ultimatos) de bom karma que te dizem que deves reencaminhar o email para dez pessoas ou vais ter azar para sempre, já para não falar dos powerpoints com ursinhos, muita fotografia e música foleira que os brasileiros teimam em inventar e distribuir. Cada email é mais ridículo, bizarro ou macabro que o anterior. Até parece que há gente especializada em fazer e manter estes emails a circular... e há, todos nós! A última esparrela em que caí foi um email sobre a suposta retirada do "Holocausto" dos livros escolares do Reino Unido. Não podia ser mais falso, como seria de esperar. Ao que parece, eu é que ainda acredito no Coelho da Páscoa. Parece também que devo uma desculpa a todos que receberam o reencaminhamento do tal email que enviei. Não tenho tempo para confirmar algumas coisas e acabo por dar asas a estas parvoeiras. E por falar em Páscoa, quando é que começam a vender amêndoas de chocolate nos supermercados??

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Dinamarca (registada)

Em primeiro lugar gostaria de esclarecer que nada se passa de errado no Reino da Dinamarca, mas lá que é estranho, isso é! Imaginem só que aquilo é tudo gente civilizada, certinha e respeitadora de tudo quanto é regra. No trânsito, pura e simplesmente não atravessam as ruas fora das passadeiras e tão pouco o fazem com o sinal no vermelho para os peões. É engraçado brincar com eles e atravessar a passadeira antes de sair o verde... não reparam e vêm todos atrás, confiando! Copenhaga é a capital do design, do bom gosto, da comida gourmet - assim a atirar para a Nouvelle Couisine, mas com mais sustânca - e das bicicletas modernaças (lá está, o design). São todos loirinhos e branquinhos, gente bonita e vistosa. Vestem-se como se tivessem saído da passerelle (até me questiono como é que dará jeito elas andarem de bicicleta e saltos-altos!?) e uma coisa é certa, é só rabinhos, coxas e pernas bem tonificadas! Nunca tinha visto tanta mulher com pernas bonitas e bem feitas como lá!! Parecem modelos mas com as medidas certas, não são escanzeladas, e os homens têm todos bom aspecto. A cidade de Copenhaga não é grande mas é super espaçosa. As ruas são largas e os edifícios não são muito altos. Na zona de Nyhavn (novo porto), junto aos canais, podem apreciar-se os prédios coloridos, as esplanadas, os barezinhos e os restaurantes. Por falar em restaurantes, Copenhaga tem mais de 2000! E não dei por haver tascas, estamos a falar de restaurantes todos pipís. É normal, é tudo caríssimo! Uma sandocha (típica open sandwich dinamarquesa) custa em média 10€. Há museus por todo o lado, galerias de arte, lojas de roupa e de peças de design. Os dinamarqueses são conhecidos pelas peças de design em metal: faqueiros, chaleiras, etc. É um país com pouco mais de quatro milhões de pessoas, achatado (o monte mais alto tem 147m de altura), descendentes dos Vikings e são os maiores produtores de carne suína do mundo, mas garanto que não há porcaria nem cheira mal em lado nenhum. Pelo que pude indagar, e indaguei bastante, em média desconta-se cerca de 50% de impostos do ordenado individual, mas os quadros superiores das empresas chegam a descontar 60%. O ordenado mínimo ronda os 400 contos, não há desemprego, não há praticamente crime e é tudo de graça no que à saúde e segurança social diz respeito. É de facto um país de gente civilizada, madura. Lá por ser uma Monarquia não deixa de ser uma democracia, que funciona. O que mais me surpreendeu foi a postura deles no trabalho. Lá trabalha-se com gosto, motivação e proactividade. Nas fábricas e empresas não há escritórios, é tudo openspace, e abundam as cores e a ergonomia. Na sede da minha empresa perto de Copenhaga, o edifício é todo modernaço e há pormenores tão fantásticos como um ginásio, uma sala de massagens, uma sala de jogos (snooker e matraquilhos, são doidos por matraquilhos), uma sala de leitura com todas as revistas que se vendem no país, entre outros pormenores interessantes como a cantina que tem comida belíssima, tipo restaurante buffet, para a qual todos os trabalhadores descontam do seu ordenado, tudo o resto é gratuito. Os dinamarqueses são muito diferentes dos suecos, filandeses e noruegueses. Não se suicidam nem se desgraçam com drogas e álcool. Trabalham a sério e sabem divertir-se com tacto. É um mundo diferente, um admirável mundo novo! O frio e as poucas horas de luz não me fazem deixar de pensar que gostaria de ir para lá viver. Tirando o Alentejo, que também tem o seu ritmo próprio, e até ver, só mesmo em Copenhaga.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Gays, roupa e armários

A questão da homossexualidade é um tema que, já não sendo (tão) tabu, carece de alguma delicadeza a ser lidado, pois pode ferir susceptibilidades. Sem querer brincar com o assunto, de forma gratuita pelo menos, lembrei-me de uma coisa engraçada. Parece-me que só não há mais homossexuais homens a saírem do armário porque de facto eles gostam muito de roupa!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

À saúde da nossa Saúde!

Sei perfeitamente que ler coisas mais sérias para além das verborreias que eu regurgito de forma cómica neste blog que têm exactamente o intuito de alertar mas também de entretet e que parecem interessar algumas pessoas de forma recorrente e quase militante, o qual vos agradeço mais uma vez de forma sentida, pode não ser tão motivador, mas de vez em quando gosto de partilhar convosco alguns textos de outras pessoas. Este é daqueles que a mim me inspira e dá coragem para entender e tentar lutar contra o Status Quo e o Estado de Sítio em que se encontra este país. Andei recentemente pelo estrangeiro, visitando duas realidades completamente díspares, mas também muito diferentes da nossa, e posso dizer-vos que pressinto que estamos a caminhar para o abismo em termos sociais e humanos. Resta saber se damos o tal "passo em frente" ou se mudamos radicalmente de ideias e voltamos as costas a essa realidade de forma proactiva, inteligente e civilizada, no sentido de mudar, transformar e crescer como povo. Já vai sendo tempo de o fazer e a vários níveis. No que à Saúde diz respeito, este país está de facto a saque. Há que se perceber o porquê!
Depois deste pedacinho de tempo, dediquem apenas mais três minutos a ler o que vos deixo em baixo e retirem as vossas conclusões. Se quiserem falar sobre isso, comentem ou falem mesmo!

 
Boaventura Sousa Santos, Opinião
É a saúde, estúpido!
«Is the economy, stupid», afirmou Bill Clinton, em 1992, para explicar aos republicanos as razões da sua vitória eleitoral. Com isso queria dizer que as preocupações principais dos norte-americanos tinham a ver com o estado da economia e o modo como este se traduzia no seu bem-estar. E por isso uma das suas promessas eleitorais prioritárias era a criação de um sistema de saúde universal que acabasse com o escândalo de, no país mais rico do mundo, cerca de 30 milhões de cidadãos não terem qualquer protecção na doença. As grandes empresas da indústria da saúde (das hospitalares às seguradoras e à indústria farmacêutica) moveram uma das guerras mediáticas mais agressivas de que há memória contra a «medicina socialista» de Clinton e a proposta caiu. Hoje são 49 milhões os norte-americanos sem qualquer protecção na doença.
É trágico que em Portugal se esteja a tentar destruir aquilo a que o povo norte--americano tanto aspira. Mais trágico ainda é que, neste domínio, haja, desde 2002, uma continuidade entre as políticas do PSD e do PS. Descartada a retórica, os objectivos dos ministros da Saúde Luís Filipe Pereira e Correia de Campos (ou dos governos a que pertenceram) foram os mesmos: privatizar o bem público da Saúde, transformando-o num lucrativo sector de investimentos de capital (afirmação de um quadro de uma grande empresa de saúde: «Mais lucrativo que o negócio da saúde, só o negócio das armas»); transformar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) num sistema residual, tecnológica e humanamente descapitalizado, proporcionando serviços de baixa qualidade às populações pobres; definir a eficiência em termos de custos e não em termos de resultados clínicos (levado ao paroxismo pela decisão de limitar o aumento da produção cirúrgica nos hospitais, para não aumentar a despesa); impor rápida e drasticamente três palavras de ordem: privatizar, fechar, concentrar; promover parcerias público/privado em que todos os riscos são assumidos pelo Estado e as derrapagens financeiras não contam como desperdício ou ineficiência (já que um e outra são um exclusivo do sector público).
A Correia de Campos apenas devemos reconhecer a coerência. Desde que passou pelo Banco Mundial assumiu-se como coveiro do Estado Social, na Saúde e na segurança social. Na Comissão do Livro Branco da Reforma da Segurança Social, a que pertenci, verifiquei com espanto que os seus aliados na comissão não eram os socialistas, eram precisamente Luís Filipe Pereira (que pouco depois quis privatizar a Saúde) e Bagão Félix (que, desde sempre quis privatizar a Segurança Social). Portanto, de duas uma: ou o PS abandonou os seus princípios ou Correia de Campos está no partido errado. A sua recente demissão parece apontar para a segunda opção. Veremos. O SNS é um dos principais pilares da democracia portuguesa, e a ele se devem os enormes ganhos de desenvolvimento humano nos últimos 30 anos; qualquer retrocesso neste domínio é um ataque à democracia.
O SNS é um factor decisivo da gestão territorial do país. Os critérios de eficiência incluem a eficiência na vida dos doentes, cujo atendimento pontual é fundamental para que não se perca uma manhã num acto médico que dura 20 minutos. É urgente modernizar o SNS para o aproximar dos cidadãos, permitindo a participação destes e das associações de doentes na concretização do direito à saúde. Promover a todo o custo o regime de exclusividade e terminar com a escandalosa promiscuidade entre a medicina pública e privada. Promover a estabilidade e as carreiras, apostar na inovação técnica e científica e democratizar o acesso às faculdades de Medicina. E, sobretudo, tornar claro o carácter complementar do sector privado, antes que os grupos económicos da saúde (Grupo Mello, BES, BPN/GPS, CGD/HPP, etc.) tenham suficiente poder para serem eles próprios a definir as políticas públicas de saúde. Quando tal acontecer serão eles a dizer: «É a saúde, estúpido!», a saúde dos seus negócios, não a dos cidadãos estúpidos.
in VISÃO, 14/02/2008

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Dia de Sº Valentim, Ferraris e diarreias

Mesmo porque eu quero, não vou tocar neste assunto chato que só serve de entretenga ao consumismo desenfreado!
Hoje, ao fazer compras num supermercado que se dissesse que era o Pingo Doce estaria a fazer publicidade desnecessária e com a qual não ganho nada a não ser mais um nanocentímetro de calo nas pontas dos dedos por teclar uma frase tão grande e essa sim perfeitamente desnecessária mas com ligeiro interesse do ponto de vista cómico, reparei numa publicidade da Activia onde se podia ler o seguinte: “Aceite o desafio Activia, regule o seu trânsito intestinal em 2 semanas e habilite-se a ganhar 100€”.
Ok, agora vamos colocar o Capacete da Verdade do Capitão Legendas (referência da sitcom Coupling) e traduzir o texto:
aceite = compre lá isto, vá! é que não podemos obrigar ninguém porque por enquanto ainda vai sendo ilegal fazê-lo
desafio = para colocarem as coisas nestes termos, e estranho a franqueza, é porque os iogurtes são mauzinhos
regule o seu trânsito intestinal = ok, eu nem quero pensar nos transeuntes que se passeiam pelos meus intestinos enquanto ingiro alguma coisa, se bem que depois de ter visto o Planet Terror do Rodriguez já pouca coisa me mete nojo
2 semanas = mesmo que não dê resultado, já está a dar lucro à Danone
habilite-se = sempre me parece melhor que com os tipos da Readers Digest (“você já poderá ter ganho”)
100€ = quem é que ganha estes prémios? com tanta coisa que oferecem por aí não seria de esperar que eu conhecesse pelo menos uma pessoa que tivesse ganho um elástico de cabelo da Ragazza, uma merda de um pareo da Máxima (que nem sei o que isso é nem quero saber), um faqueiro todo pipi da Caras, uma colecção de vídeos VHS do Poirot na TV Guia, um jogo de damas com as caras dos 4 violinos e outros heróis daquela época coladas nas peças, do Record ou da Bola, ou um daqueles 33 Mercedes do Jumbo?? Isto está tudo viciado, calha sempre aos primos e aos cunhados dos tipos que regulam esses concursos
Voltando à conversa séria (salvo seja) e ao texto corrido, que isto por tópicos quando é demais também enjoa (e por falar em enjoar) – sim, os parêntesis não enjoam! – parece-me estranho as pessoas que são entrevistadas nos reclames deles não dizerem que nos três primeiros dias em que beberam ou comeram o tal iogurte andavam de soltura – como dizem os velhos (e órinar também é giro e fica bem em qualquer parte de qualquer texto, por mais literário e sério que seja) – como se não houvesse amanhã. Epá, não dá jeito nenhum uma executiva – coloco a questão no feminino pela direcção mais que óbvia que dão a este tipo de publicidade, mas eu já experimentei os Actimel, que não sendo para regular o trânsito intestinal, também nos põem a cagar fininho nas primeiras doses – numa manhã em que vai fazer uma apresentação na empresa em que trabalha, ter de ir quatro vezes à casa de banho por entre os quinze slides que tinha pensado apresentar, ou o Goucha aceitar o desafio e dar cabo do directo porque passa mais tempo fora das câmaras do que no plateu e fica aquela loira estridente, que nada tem a ver com um Ferrari, a conduzir o programa e dar cabo do juízo às velhotas. Isto, que é bom e é verdade, ninguém tem coragem de dizer… pois tenho eu! Deviam dar Actimeis e Activias aos deputados da mui nobre Assembleia da República mas deixá-los só comer/beber dois dias de cada vez, intercalando com três dias de pacotinhos de Milo (ou Nesquick, pronto, senti saudades!). Assim andavam sempre e literalmente a cagar-se para a gente.

Post Scriptum (com cuidadinho, porque hoje em dia é lixado ser-se confundido com um socialista, passam logo a olhar-nos de soslaio): aquela cena do Ferrari é percebida apenas por quem prefere Porsches ou Lamborghinis, pois costuma dizer-se que um Ferrari não é mais do que uma loira histérica numa festa cheia de desportistas adolescentes.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Sandochas, mitetes e condução perigosa

Quando por vezes vamos a comer uma sandocha ou uma tosta mística enquanto conduzimos e abocanhamos um pedaço de pão, que não sendo grande de mais para caber na sua totalidade na nossa boca, é manifestamente grande demais para passar os lábios e podermos manobrá-lo apenas com os maxilares e língua. Nesse preciso instante não conseguimos tirar as mãos do voltante e manete das mudanças e ali ficamos durante uns segundos a fazer a figura mais rídicula que é possível fazer-se enquanto se conduz (ou não!). Além dos exagerados mitetes faciais e de toda uma linguagem corporal digna de uma aula de protecção pessoal vista à distância por uma janela, ainda são acrescidos uma série de grunhidos, apenas audíveis pelas viaturas que seguem exactamente ao nosso lado no trânsito. Nunca a frase "ter mais olhos que barriga" acentou tão bem em alguém!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Batata-(dá cá aquela)-palha e uma possível dor de barriga

Hoje, ao preparar um belo de um prato de Bacalhau à Braz, reparei que a data de validade patente no pacote de batata-palha que comprei no Lidl sabe-se lá quando, tinha escrito “consumir de preferência antes de 10-02-2007”... ok! Não dizia “obrigatoriamente” pois não? Era mesmo preferencialmente!? Então não há-de haver grande crise, pois eu preferi, com poucas hipóteses de escolha, lá está, ou comia ou deitava fora e uma vez que já tinha juntado os ovos, optar por comer. Soube-me a pato! Entretanto já se passaram umas horitas e mantenho-me estou de pé! Diria mesmo mais, “firme e hirto que nem uma barra de ferro”. Ainda estou para saber que raio de ciência é esta a que determina o prazo de validade para os alimentos, medicamentos e outros que tal. Como e em que é que se baseiam para definir isso? Seja como for, e aqui deixo uma dica para quem vive (e cozinha) sozinho, dá sempre jeito ter uma caneta de acetato à mão para escrever a data em que se abre uma lata, frasco ou pacote. Desta forma nunca deixo passar muito tempo e sei sempre desde quanto aquele frasco de pickles ou de maionese está no frigorífico e evito ter de fazer demasiadas contas de cabeça, que mais provável seria não me darem qualquer tipo de resposta concreta em tempo útil. Agora um suponha-mos – sempre quis dizer isto: se no frasco que eu abri hoje, aparece uma data de validade de “Jun/2008”, sei que não dura até lá no frigorífico. Essa data é para indicar o tempo que dura dentro do frasco antes deste ser encetado. Picuinhíce? Talvez não! Seja como for, tenho sempre um frasquinho de Eno na dispensa bem a jeito… só não sei quando foi que o abri! Ahhhhhhhhhh!!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

I'm back!! (parte dois)

Heis-me de volta do reino da Dinamarca sem ter trocado meu reino por um cavalo nem tão pouco um cavalo por aquele ou outro reino qualquer. Também não conheci o Hamlet mas fartei-me de ver coisas interessantes, as quais vou escrever e sintetizar num breve texto que aparecerá aqui muito brevemente, passo a redundância...

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Filmaças de culto

Hoje deixo-vos uma listagem simpática de filmaças de culto, mesmo a propósito do fim de semana, uma vez que na televisão só dá merda e com este frio só apetece ficar em casa na borralheira.

Grindhouse (2007), Quentin Tarantino + Robert Rodriguez (Death Proof + Planet Terror)
Ocean's 13 (2007), Steven Soderbergh
Crank (2006), Mark Neveldine + Brian Taylor
300 (2006), Zack Snyder
V For Vendetta (2005), James McTeigue
Sin City (2005), Robert Rodriguez + Frank Miller + Quentin Tarantino
Star Wars: Episode III - Revenge Of The Sith (2005), George Lucas
Ocean's 12 (2004), Steven Soderbergh
The Village (2004), M. Night Shyamalan
Un Long Dimanche de Fiançailles (2004), Jean-Pierre Jeunet
Kill Bill: Vol.2 (2004), Quentin Tarantino
Kill Bill: Vol.1 (2003), Quentin Tarantino
The Italian Job (remake 2003), F. Gary Gray
X2 (2003), Bryan Singer
Star Wars: Episode II - Attack Of The Clones (2002), George Lucas
Vanilla Sky (2001), Cameron Crowe
Ocean's 11 (remake 2001), Steven Soderbergh
Le fabuleux Destin d'Amélie Poulain (2001), Jean-Pierre Jeunet
X-Men (2000), Bryan Singer
Snatch (2000), Guy Ritchie
The Sixth Sense (1999), M. Night Shyamalan
Stir Of Echoes (1999), David Koepp
Fight Club (1999), David Fincher
Star Wars: Episode I - The Phantom Menace (1999), George Lucas
Matrix (1999), Andy Wachowski + Larry Wachowski
Magnolia (1999), Paul Thomas Anderson
American Beauty (1999), Sam Mendes
Ronin (1998), John Frankenheimer
Dark City (1998), Alex Proyas
Gato Preto, Gato Branco (1998), Emir Kusturica
Lock, Stock And Two Smoking Barrels (1998), Guy Ritchie
The Big Lebowski (1998), Joel Coen
The Game (1997), David Fincher
Jackie Brown (1997), Quentin Tarantino
Boogie Nights (1997), Paul Thomas Anderson
Deconstructing Harry (1997), Woody Allen
Bound (1996), Andy Wachowski + Larry Wachowski
From Dusk Till Dawn (1996), Robert Rodriguez
Four Rooms (1995), Allison Anders + Alexandre Rockwell + Robert Rodriguez + Quentin Tarantino
The Usual Suspects (1995), Bryan Singer
Revolver (1995), Guy Ritchie
Desperado (1995), Robert Rodriguez
Se7en (1995), David Fincher
Dracula: Dead and Loving It (1995), Mel Brooks
Pulp Fiction (1994), Quentin Tarantino
Robin Hood: Men in Tights (1993), Mel Brooks
Reservoir Dogs (1992), Quentin Tarantino
Delicatessen (1991), Jean-Pierre Jeunet + Marc Caro
Spaceballs (1987), Mel Brooks
2010: The Year We Make Contact (1984), Peter Hyams
Monty Python's Meaning Of Life (1983), Terry Jones + Terry Gilliam
Star Wars: Episode VI - Return Of The Jedi (1983), George Lucas
History of the World: Part I (1981), Mel Brooks
Airplane (1980), Jim Abrahams + David Zucker
Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back (1980), George Lucas
The Shining (1980), Stanley Kubrick
Monty Python's Life Of Brian (1979), Terry Jones
Star Wars: Episode IV - A New Hope (1977), George Lucas
High Anxiety (1977), Mel Brooks
Monthy Python's Quest For The Holly Grail (1975), Terry Jones + Terry Gilliam
Blazing Saddles (1974), Mel Brooks
A Clockwork Orange (1971), Stanley Kubrick
2001: A Space Odyssey (1968), Stanley Kubrick
Bullitt (1968), Peter Yates

É óbvio que me esqueci de um porradão de filmes e também que estou a ser tendencioso, mas este blog é meu e opiniões, cada um tem a sua! Bom resto de fds...

Notas:
clicar nos títulos e nomes para mais info ( www.imdb.com )
lista de filmes de culto (http://www.filmsite.org/)