O blog que vai bem com meia dose de migas de espargos, uma caneca de Mokambo e um rebuçadinho de mentol.
terça-feira, 4 de março de 2008
A unhaca, a tecnologia e a polícia do bem
Os tugas são conhecidos pelos seus mais caricatos e bizarros vícios e manhas. Quer seja a escarreta no passeio, o afagar das jóias da família em plena rua, a buzinadela na passadeira quando vêm uma menina, ou os piropos provenientes dos andaimes, é fácil apanhar alguém numa situação grotesca deste género. Quanto a mim, um dos que mais me assusta é a unhaca do dedo mindinho. Seja para limpar o cotão ou a cera do pavilhão e canal auditivo, para a manutenção da narina no eterno combate contra o macacão, ou mesmo para coçar o tomatito por cima das calças sem ter de abrir a braguilha, é uma característica assim tipo… como direi… a atirar para o nojento! Por outro lado, com a velocidade cavalgante a que a tecnologia vai evoluindo hoje em dia e os telemóveis a apresentarem teclados cada vez mais pequenos e com teclas minúsculas, qualquer dia todos nós precisaremos de deixar crescer a unha do dedo mindinho para conseguir escrever sms, por exemplo. Porque será que os tipos da ASAE não implicam com estes hábitos tipicamente portugueses!? Este sim, seria o alvo preferencial de uma verdadeira polícia do consumidor. Imagino uma sociedade modernaça e civilizada em que à ASAE apenas coubesse a função de orientar os cidadãos para o bom gosto e as boas maneiras: multar o excesso de decibéis no que à música pimba diz respeito – poderiam sempre ouvir o que quisessem mas no recato do lar, nunca em altos berros de carro a passear e a intimidar outros cidadãos – andarem munidos de tesouras, canivetes capa-grilos, corta-unhas ou rebarbadoras que fossem, por forma a manter toda a gente de unhas bem aparadas e decentes – há sempre o perigo de se vazar uma vista a alguém sem querer – obrigar as pessoas a puxarem o autoclismo depois de usarem o órinol (lindo vocábulo!) ou a sanita e lavarem as mãos depois de usar qualquer um deles, aventar umas vergastadas a quem cuspisse para o chão ou fosse apanhado a mijar numa esquina, dar uns tabefes ou uma bem assente com a costa da mão a quem deitasse alguma coisa para o chão quando houvesse a possibilidade de a colocar num balde do lixo, especialmente se fosse o invólucro de plástico dos maços de tabaco. Se é para haver polícia que oprima e coaja, ao menos que fosse por uma boa causa!
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