terça-feira, 19 de maio de 2009

O poder do vasculho e da fardula

O vasculho e a fardula são ex-libris por excelência do povo português. O verdadeiro tuga ostenta orgulhosamente o seu real vasculho e a condizente fardula do peito com veemência e determinação. Não interessa o contexto social em que se encontre, o que importa é ter a peitaça ao relento e uma bigodaça majestosa e cheia de brio. Se pensarmos bem, chegamos à conclusão que em qualquer lado do mundo, ter bigode, por exemplo, significa que se está numa posição de poder ou então que se é um total desgraçado ou pária. Senão vejamos: ou se é ditador, controlando todo o material bélico de um país, ou polícia e isso significa ter a lei e a força do seu lado, sendo que ninguém consegue gozar senão à distância, ou talhante, envergando um cutelo e um avental coberto de sangue, o que também não deixa grande espaço para chacota ou um simples sorriso de brincadeira, mendigo ou então actor porno desempregado que nunca mais conseguiu entrar em filmes desde os anos 70 e 80. Há até alguns países onde envergar um bigode farto e opulento apenas é permitido durante o Carnaval ou o Halloween. Em Portugal não há cá esse tipo de formalidades e preocupações. Até as mulheres têm buço – felizmente só algumas – e toda a gente acha normal o uso de pelos faciais de forma localizada apenas sobre a boca, por vezes até a tapá-la completamente, ou a fardula exposta de forma quase indecente e perversa. Independentemente das tendências da moda, da constante globalização e do fenómeno de aculturação geral, os vasculhos e as fardulas andem’naí e vieram para ficar!

1 comentário:

Anonymous disse...

Hahaha essa da "fardula" não conhecia eu! Mas olha que se um gajo lhe passa o aparador em cima ainda se sujeita a ouvi-las...
Preso por ter fardula, preso por ter gillete...

Abraço verde