quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Saramago e as religiões

Desde o meu 10º ano, altura em que fui apresentado formalmente à Filosofia e ao fantástico mundo novo da reflexão, que leio tudo quanto posso e vejo todos os documentários e filmes sobre religiões. Durante todo este tempo mantive a mesma noção mas, ao contrário do Saramago, à medida que vou crescendo e envelhecendo vou ficando mais soft em relação ao tema. Acho que o sentimento religioso é algo intrínseco ao ser humano, dada a sua constante necessidade de encontrar paz de espírito quer no mundo real, quer no mundo da imaginação, mas que tem sido explorado bem para lá do limite da razoabilidade por gente sem escrúpulos que se alimenta do poder pelo poder e que concebeu esta receita genial para controlar as massas.
A Bíblia, que já li - obviamente apenas na diagonal e também em momentos diferentes - é apenas um interessante conjunto de escritos ficcionados ou de alguma forma exagerados, que nos ensinam coisas que só a experiência e vivência de outras pessoas nos poderiam transmitir. Considero-a como uma espécie de cardápio de histórias alegóricas, mitos metafóricos e fábulas curiosas e não de algo que sucedeu ou que poderá vir a suceder. Aliás, como ateu que sou, não acredito em qualquer tipo de divindade sobrenatural e também nunca corri o risco estúpido de idolatrar algo ou alguém para meu benefício, ou de outros. Se por ventura escrevesse que acho que a Religião se alimenta da cobardia individual e da estupidificação geral dos crentes, estaria a chocar muita gente e a ser indelicado com os que sofrem nesse processo, física e/ou psicologicamente, e muitas vezes se deixam cair em tentação, tendo fé em algo que lhes é apresentado por gente, esses sim, verdadeiros cobardes no sentido mais lato do termo, capaz de manipular pessoas pontual ou totalmente indefesas.
Sinceramente, não é preciso perder muito tempo a ler 30 livros, ver 15 documentários ou a assistir a 40 filmes sobre religião, bastando apenas visionar com toda a atenção o documentário Zeitgeist, pois está lá tudo o que interessa e é apresentado de forma extremamente concisa e prática, não custando nada a ver e o primeiro capítulo, que é o que interessa no que à Religião diz respeito, demora à volta de 30 minutos.
A religião cristã, reunindo as várias Igrejas que a compõem, é um plágio ridículo de 5 ou 6 outras religiões, movimentos religiosos e seitas pagãs, feito como forma de compilar uma série de ideias base, perpetrado por gente muito esperta e capaz que percebeu onde outros falharam, conseguindo conceber uma super religião de sucesso com um mínimo razoável de falhas, capaz de resistir e subsistir no tempo... e assim foi, já lá vão dois mil e tal anos! Já tiveram as cruzadas (mataram mais que o Hitler), já tiveram a Inquisição (torturaram mais que o Estaline), já tiveram a Companhia de Deus/Jesuítas (lavaram mais cérebros que a televisão nos sécs. XX e XXI), já tiveram o dízimo (roubaram mais que a IURD) e muito mais. As outras religiões, ui, são tão "más" como a Cristã mas andam, de certa forma, mais escondidas do mundo ocidental e os seus ideólogos ou não puseram a fasquia tão alto ou não foram capaz de organizar tão bem a coisa em termos logísticos. Vejam o documentário que é fantástico e grátis!

1 comentário:

Cristal disse...

Muito bem Gandim! Aqui ficou ainda mais bonito, mais completo! :)