terça-feira, 22 de maio de 2012

Easy to love, easy to ride, easy to end

Sobre o último episódio da série 'House', o 22º segundo da 8ª temporada, com o título "Everybody Dies" e sobre a série em geral...

Dá para rir, chorar, adorar, detestar, aprender, perspectivar, reflectir e sobretudo para nos revermos em situações pouco comuns mas com características idênticas àquelas que vivemos um pouco a cada dia que passa.
A personagem Gregory House representa o gozo de provocar, a satisfação de ganhar, a dificuldade de engolir aquando de uma derrota ou falhanço, a sensação de experimentar, a emoção de desejar, o encanto de controlar, o receio de admitir que se está mal quando já nos habituámos a ser quem somos, mesmo quando em colisão connosco próprios, na aparentemente eterna tangência da felicidade e na relutância em crescer e admitir que se quer mais e melhor só porque nos habituámos à cadência sôfrega da monotonia como um lugar comum e do sofrimento que isso acarreta. House somos todos um pouco, por mais ou menos brilhantes que sejamos nas nossas funções e funcionalidades laborais, por mais ou menos egoístas ou capazes em ambientes sociais e humanos. Todos temos a capacidade de nos destruir, reconstruir ou deixar evoluir no percurso de nos metamorfosearmos na pessoa que desejamos ser, quando, por vezes, e até estranhamente, há muito o somos aos olhos dos que nos aceitam e nos querem bem tal como somos. Em bom alentejano: não se muda, vai-se mudando; e é como tudo, primeiro estranha-se, depois entranha-se e finalmente faz-se luz dentro de nós e mudamos ou aceitamos a mudança entretanto interiorizada.
Everybody Lies é a premissa que passa por todos os 177 episódios e aquilo que fica no fim, é a ideia de que não devemos mentir a nós próprios e que somos, de facto, capazes de nos aceitar e de mudar seja no que for, desde que esteja ao nosso alcance. Toda a gente morre mas nem toda a gente vive, realmente!! Carpe Diem, numa breve referência a um filme de culto, é proferida neste episódio e são tantas as dicas e inuendos que saltam à vista... Ok, é uma série, mas não é uma série qualquer e terminou tal e qual como esperava. E quando isso acontece, além de um óbvio e raro entendimento entre quem assiste e quem cria, é um gozo brutal!
Para mim, é a melhor série de televisão de sempre e vai deixar marcas e saudades, como tudo o que vale a pena nesta vida.



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