O blog que vai bem com meia dose de migas de espargos, uma caneca de Mokambo e um rebuçadinho de mentol.
sábado, 13 de outubro de 2007
A puta da loiça suja
É oficial! Juntei tanta loiça durante meia dúzia de dias em jantares a solo e jantaradas com amigos que já levo dois dias a lavá-la e ainda tenho os talheres e os tupperwares para acabar. É certo que não passei as quatro ou cinco horas úteis que tenho para estar em casa por dia, de roda do lava-loiças nesta árdua tarefa, mas dediquei algo mais acima de dez minutos por dia para dar a volta à imundice em que se transformou a minha cozinha. Mais não seria possível, uma vez que tenho de reservar algum tempo para o piano, o blog, a consola e também para o convívio com o sexo oposto, não necessariamente por esta ordem ou com a mesma importância. Estou a ponderar seriamente arranjar loiça descartável e cingir-me ao canivete, tipicamente alentejano, para consumar as minhas refeições caseiras e sempre que puder levar-me a comer fora, uma vez que na minha cozinha não há onde conectar uma máquina de lavar a loiça que por acaso até tenho possibilidades de comprar. Paciência! Mas esta história da quantidade de loiça que se acumula na casa de um homem solteiro tem muito que se lhe diga. É um verdadeiro e categórico teste à resistência masculina face às necessidades inerentes à vida em sociedade. Já lá vai o tempo em que se era obrigado a caçar para sobreviver, quando um homem não sabia o que era um napron ou um descascador de alhos e a nouvelle cuisine ainda estava bem longe de ser inventada. Nessa altura bastava um pau comprido para atirar aos bichos e dois paus curtos para acender uma fogueira. Não havia banho-maria ou refogados com caldos knorr e a comida não era confeccionada, apenas pendurada ao lume durante o tempo que fosse preciso. As labaredas, em jeito de lume brando ou alto, dependiam apenas da quantidade de lenha que havia para queimar. Não que faça a apologia desses inauditos tempos, embora a minha mente esteja povoada de boas memórias de acampamentos e pic-nics no campo, mas recordo tudo isto com alguma nostalgia.
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1 comentário:
Experimenta forrar o prato de "película aderente" e deitas fora só o plástico e o prato nunca se suja! Claro que os ambientalistas estão neste momento de cabelos em pé! Mas... será que o detergente que se usa para lavar a loiça não vai parar ao mar!? Será que todos nós lavamos loiça com sabão azul e branco? duvido!
Viver no "singular" tem aspectos muito curiosos: um deles é "aparecer" tanta loiça suja!
Primo Desaparecido
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