sábado, 19 de abril de 2008

Amigos, bola e jolas

Uma verdadeira prova de amizade dá-se quando um amigo teu que é benfiquista ferrenho vem ver o jogo Sporting x Benfica a tua casa, traz por engano cervejas sem álcool, o Benfica acaba por perder justamente, mas por uma margem daquelas que dói, e no final do jogo ainda tem a capacidade de te dar os parabéns pelo resultado e pedir desculpa pelo engano das cervejas. Nem num jogo de cartas a dinheiro ou em ambientes de casas de strip um amigo teu pode ser tão simpático e generoso.
Numa relação de amizade entre homens, que no fundo tem sempre algo de competitivo por natureza (qualquer coisa de positivo que as mulheres nunca vão saber o que é e talvez tenha sido com base nisto que os gregos inventaram o desporto e as olimpíadas), saber perder é algo que se constrói de forma esforçada e consciente, assim como saber ganhar. Nesta vida não há nada que, sendo espontaneamente adquirida, se possa manter com a mesma facilidade e comodidade. Na óptica do “só se dá valor ao que se tem quando se perde”, que é uma colossal e enigmática verdade, deve-se trabalhar ao máximo para se manter uma relação que se quer madura e inalterável. Pode parecer contraditório, mas na amizade como no amor, temos sempre que dar o nosso melhor (e pior) para manter uma relação, caso contrário, facilitando ou vacilando, as relações definham ou transformam-se em monstros instáveis e caprichosos. Esta será, talvez, uma das mais duras verdades a que temos de nos habituar e interiorizar quando chegamos à fase adulta. Tudo é um desafio, até o que julgamos ser garantido! As amizades, não só as que guardamos desde a adolescência, mas também as que vamos criando pela vida fora, são trunfos que devemos amontoar e empregar orgulhosamente, e como troféus que também são, devem ser polidos e protegidos constantemente.
Grande Marius, porque vais estando por aí, tanto na vida real como cibernética, este post é para ti!
Abraço

1 comentário:

Marius disse...

Epá Pinto, fico tocado com esta!

Também acho que as amizades são importantes e sempre em primeiro lugar do que qualquer clube de futebol, religião ou cor política. Essas coisas podem interferir - no meu caso interferem se a pessoa for extremista com as suas visões sobre qualquer um dos temas, mas eu não sou amigo de extremistas, portanto volto ao início e essas coisas não se interpõem entre amigos.

Mais que tudo, aqui fica a lição que me ajuda a "perder"... cada stress são 5 minutos a menos no fim da vida, e como eu ainda por cima fumo, não me posso dar ao luxo de me aborrecer com coisas que bem vistas as coisas não o merecem. Se jogar é bonito, perder faz parte, e até se aprende mais a perder do que a ganhar.
e meu... jolas sem álcool são imperdoáveis! Quem é que trás isso para um clássico?

ABCs, ABS, EPS, e sobretudo muito TDI! mas sem stress :)