domingo, 22 de junho de 2008

Gastronomia, política e diarreia

Gosto muito de arroz e massas, particularmente de cous-cous, mas não dando assim tanto trabalho a fazer, os cous-cous são muito chatos de comer. Qualquer garfada provoca uma avalanche e quando não escorregam para fora do prato, caiem do garfo no percurso que os leva até à boca. Mas há mais coisas más de comer e beber. Os calamares podem ser terrivelmente perigosos quando fica aquele fiozinho que prende o pedaço engolido que devia ir directamente para o estômago "sem passar na partida" e fica ali pendurado a medir-se de razões com a glote; ingerir uma bebida com gás quando esta se engana no caminho e nos sobe ao nariz também pode ser agonizante; ir um bocado de picante para o gôto; ou queimarmo-nos a provar a tomatada enquanto está ao lume e ficarmos com a língua e céu-da-boca num tal estado que depois nem conseguimos comer com gosto a lasanha porque não lhe sentimos o sabor. Comer e beber têm muito que se lhe diga. Tudo tem as suas idiossincrasias e susceptibilidades, até uma coisa mundana e simples como a gastronomia pode ter os seus perigos. Aliás, não é preciso ir muito longe, basta pensar numa má disposição por má digestão ou a consequente diarreia. Não há nada pior do que ficar a cagar fininho… só talvez ouvir um discurso do Cavaco no 25 de Abril ou do Sócrates no 10 de Junho. A política, essa, é quase sempre indigesta.

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