terça-feira, 31 de julho de 2007

Copos d’água com fartura

Não sei a quantos de vocês isto sucede, mas a mim é com farta e atulhada frequência. Digamos que sete em cada dez copos de água que bebo são sete copos a mais de água com os quais eu me engasgo. Parece caricato e grotescamente ridículo mas é verdade, e desde pequeno que isto sucede. Já tentei perceber o porquê desta situação infernal mas não consigo chegar a grande conclusão. Reuni dados suficientes que me dessem a perceber que isto só ocorre quando bebo de pé e fora das refeições, sempre com água e nunca com sumos, chás, infusões, leite ou bebidas alcoólicas (excepção feita a uma única vez em que me engasguei com Coca-Cola e além de chegar ao goto até me saiu pelas narinas… episódio para esquecer mas que parece não dar descanso à minha mente viciada em recordações divertidas). Não importa se a água está gelada, fria, natural, tépida ou quente. Se é mineral, natural, salobra ou salgada – também já se deu o caso de me engasgar com água do mar, piscina, rio e barragem, mas aí o propósito e a condição norteadora eram outros e opto conscientemente por deixar de fora desta pequena dissertação. Já tentei beber devagar e mais depressa, pausadamente e sem inspirar ou expirar durante o processo de ingestão. Já teorizei e reflecti quase até à exaustão mas sempre longe de alcançar um desfecho que me aprouvesse. Não me parece ser um problema com fundamentos sobrenaturais, mas também não se resolve com análises empíricas ou intuitivas. Não consigo perceber porquê, irrita-me mais do que os 45ºC que estiveram ontem durante o dia, e canso-me de tossir a gastar, durante os aparentemente eternos três ou quatro minutos que se sucedem após cada incidente destes e que se dão na ordem das cinco ou seis vezes por semana.

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