domingo, 11 de maio de 2008

Globos, bubas e tugas

Ainda me custa a acreditar, mas hoje assisti a pelo menos meia hora dos Globos de Ouro da Sic. Fui ver o Sporting x Boavista a casa dos meus avós – não tenho SportTv no meu barraco – e acabei por ficar lá a jantar (ou cear). Nada disto interessa, o que é de facto relevante é ser uma gala tipicamente tuga, à imagem do resto da programação televisiva, nomeadamente da Sic... medíocre! A apresentadora é jeitosa (Barbara Guimarães) mas não chega aos calcanhares do Billy Cristal ou do Jon Stewart e passa o tempo entre a leitura do ponto e a tentativa pouco profícua de fazer piadolas que acabam sem arrancar do público grandes risadas; os sketches são ridículos a roçar o insuportável e o resultado das votações não têm grande interesse porque são levadas a cabo pelo público, que não tem o mínimo de tacto para escolher quem de facto é bom. No pouco que vi, e entre tanto lixo televisivo, uma coisa se destacou, não necessariamente pela posivita: já vi muitas vezes o Jorge Palma em cima de um palco e quase sempre completamente desgraçado e a cair de bêbado, mas nunca o tinha visto literalmente a arrastar-se. Que espectáculo lamentável! Já agora, e para finalizar, gostaria de dizer publicamente que detesto o La Féria e o Zé Castelo Branco. Tenho dito!

11 comentários:

Anonymous disse...

O que é que o La Féria fez que mereça que o detestes, em vez de simplesmente não gostares do seu trabalho?

Tudo o que faz é um sucesso, dados os êxitos de bilheteira (sempre é melhor que aquela máxima que tanto gosta(va)s de apregoar, "80% of sucess is showing up).

Ele não impõe, não chateia, está lá para quem quer. E há muita gente que quer.

É o único homem do teatro com guito suficiente para recuperar edifícios, sem nunca ter tido ajuda do estado, ao contrário de muitos pseudo-intelectuais nojentos que se arrastam por aí a sugar na teta de todos nós.

Qualquer tipo que edifica algo como ele e sobretudo sem ter que recorrer ao Estado merece o meu respeito, ainda que o meu gosto pessoal não me leve a contribuir para encher as suas plateias.

E agora pasma-te. Pessoalmente não aprecio. Mesmo nada. Mas reconheço-lhe o mérito e tiro-lhe o chapéu.

Tomara que o cinema em Portugal tivesse tido este postura.
Hoje seguramente haveria m€io$ para criar bom cinema de qualidade, tanto de autor como comercial.

Detestas o homem?
Posições muito vincadas e algo efémeras, normalmente resultam em incoerência, se a nossa memória não nos falhar e ainda estivermos por cá, como temos estado.

;)

Gandim disse...

é difícil responder a comentários anónimos de quem, pelos vistos, nos conhece bem...

o gajo, tal como o Andrew Lloyd Weber, é uma foleiro da música pop e além disso tende uma bequinha para o fascismo (não é invenção minha, baseio-me em coisas que disse e escreveu). Tb sei por fonte segura que se enche de dinheiro e paga mal aos seus funcionários.
Evito, sempre que posso, afastar-me do mainstream.
Música kitsch, não por favor!

Anonymous disse...

O La Féria é encenador. Pega nas peças dos autores e monta-as.
Às vezes faz letras.

O Lloyd Webber compõe apenas a música, e tem o guito para as produzir. . Muito esporadicamente ajuda os letristas.

Não conheço o trabalho a fundo do La Féria para poder caraterizar.

Música Pop.. o Lloyd Webber?
Longe disso. Foleiro? Sim, também acho que às vezes é foleiro, próprio de quem tem um grande espólio de repertório.

Mas lembra-te, quer se goste quer não, ele praticamente inventou um género só dele (e não é o pop) que milhões por esse mundo idolatram.

Quando um dia no futuro diminuires algum desse preconceito poderás aí apreciar alguma coisa que hoje, te é auto-vedada (guilty pleasures não incluídos), como por exemplo (e em jeito de "cheirinho"):

- Moulin Rouge: um filme brilhante (e até à data único);

- Jesus Christ Superstar, um dos melhores álbuns de sempre. Algo que a malta do hard rock e do metal se tivessem estudos, poderiam aspirar a ter feito.
Socialmente marcou uma época. Poucos álbuns puseram a vibrar as tanto as correntes folk como as mais pesadas. Além do que a Igreja detestou, o que normalmente é bom sinal.

Um dia, Pedro Pinto, um dia...

Gandim disse...

...digamos que eu não rejeito nada, apenas não fui ver o Moulin Rouge ao cinema nem alugo em dvd porque, PELA MINHA EXPERIÊNCIA, nunca gostei de nenhum filme musical. Se mo emprestarem ou vierem ver cmg, cá estarei para o visionar e, claro está, criticar.

Não sou, normalmente, de críticas destrutivas, mas acontece que há quem me irrite solenemente (rubs me the wrong way). Tanto o LaFéria como o Andrew Lloyd Weber, assim como o André Rieu, os Abba, o Boy George, os pimbas tugas, os Ala dos Namorados (tirando o facto de serem bons músicos e do vocalista ter um vozeirão do caraças), praticamente todas as boys e girls bands sejam de que nacionalidade forem (ui, tantos!) e isto só na música, são indicadores do que é o mainstream. Não vou catalogar por géneros musicais, mas posso tentar dizer que andam entre o kitsch e o merdoso, vá!

A música é um universo enorme que vai dos meros executantes, passando pelos artistas e acabando nos virtuosos, dos mais mercenários aos mais otários, dos timidamente interessantes aos completamente despojados de classe. Digamos que temos por exemplo o Jorge Palma, génio e virtuoso na escrita, composição e execução, e depois temos o Andrew Lloyd Weber... hum! como criticar construtivamente sem o reduzir completamente a um pedaço de esterco musical!? Tough thing to do... digamos que faz coisas interessantes no estílo foleiró-kitschó-compulsivamente manhoso que imprime na sua obra. Bastou-me ver e ouvir 2 ou 3 coisas para perceber do que se tratava. Dispenso qq coisa que faça hoje e no futuro, mmas não me corto, apenas não procuro.

O LaFéria estará para a música como o Alberto João Jardim está para a Política e o Valentim Loureiro para a sociedade civil.

Para terminar... é assim como o Titanic. Belos efeitos especiais, tremendos efeitos visuais, banda sonora que fica no ouvido e nos deixa a pensar quando saimos do cinema... mas é isso mesmo, só funciona no cinema, depois, quando é visto em casa percebe-se o embuste que é! Há certas coisas na vida que são tão bem feitas que quando se está embrenhado nelas nem vimos bem o que são e como nos afectam nesse preciso momento, deixando-nos ir na ignorância dos sentimentos momentâneos. A qualidade vem com o tempo e a maturidade dos clássicos. O Andrew Llyoid Weber bem pode encher os santuários de Fátima deste mundo fora mas nunca, NUNCA!, terá um clássico digno de ser apreciado por outros músicos que se prezem como tal.

Andrew Lloyd Weber sucks big time!
stick to Queem! ;)

Gandim disse...

Já agora, e talvez ajude a perceber o que tentei dizer com o comentário anterior, e também nunca esquecendo que o que a maioria gosta nem sempre é o que é melhor, gostava de referir que havia muita coisa que eu não percebia nos brasileiros até ter ido ao Brasil...
Em Portugal, gostando do que gosto, a Axé Music parece-me foleira e pimbona, mas estando lá em tempo de festa, ver aquela gente toda aos saltos curtindo a mulambada porreta da Ivete Sangalo, do Netinho e outros, digo-vos que me fartei de curtir aquele som! No entanto, não é música boa, certo!? Bons músicos, sem dúvida, boas vozes, espectáculos grandiosos cheios de energia e vibração... mas... não é música de qualidade!
Cada coisa no seu lugar e os clássicos são os únicos que passam a fronteira do tempo e do espaço. Nem tudo o que luz é ouro e nem tudo o que soa bem e nos faz sentir bem é bom!
Por exemplo: gosto de filmes bons, boas séries, coisas maduras e com conteúdo mas também me divirto a ver puro entertenimento tipo American Pie's. Quando chego a casa de rastos até sou capaz de papar uma novela da TVI. Será que interessa dizer que tem bons actores, que os textos estão mais bem adaptados à realidade (nomeadamente no que as crianças e jovens dizem nos diálogos, que era escandalosamente ridículo!), que a produção está até, muitas vezes, melhor e mais cuidada do que as brasileiras? Talvez! Mas nada do que se possa dizer fará com que uma telenovela seja comparável a um bom filme do Kubrik, do Fincher ou de qualquer outro clássico da realização. Por falar em cinema e realizadores, tudo o que disse do Andrew Lloyd Weber também se aplica ao Steven Spielberg! ;)

Anonymous disse...

no curto prazo, defendes (e ainda bem) o que acreditas como se de um ideal pelo qual vale a pena morrer se tratasse.

se contarmos o longo prazo, o teu principal erro de raciocínio é efectivamente a incoerência.

para quem tem boa memória, é tão giro ver-te mudar de opinião ao longo dos anos... e acredita, tu mudas (e na maior parte das vezes, admites, e isso é uma virtude).

Quando saiu o álbum dos Delfins "Saber a Mar", achaste uma obra-prima. Querias que os TTAVCT seguissem por aí, com letras do Palha e músicas tuas;

Quando viste o Armaggedon, saiste do cinema com lágrimas nos olhos a dizer que era dos melhores filmes de sempre e fazia-te querer ser uma pessoa melhor...

Citando o teu post de há pouco, "O LaFéria estará para a música como o Alberto João Jardim está para a Política e o Valentim Loureiro para a sociedade civil.", assim como tu estarás para a coerência ao longo dos tempos.

It's funny 'cause it's true. :)

PS: basicamente o que quero dizer é que menos preconceito no presente implica menos incoerÊncia no futuro... ;)

cheers.

Rafi disse...

não resisto a este trocadilho:

"...por exemplo o Jorge Palma, génio e virtuoso na escrita, composição e execução..."

buahahahahahahahahahahahahaha!!!!

Q: Qual o nome da música?
R: DEIXA-ME RIR!

zep disse...

"É o único homem do teatro com guito suficiente para recuperar edifícios, sem nunca ter tido ajuda do estado [...]".
Só a brincar!
Praticamente, o homem não era ninguém antes da década cavaquista. Nesses tempos chegou a ser o único beneficiário dos subsídios disponíveis para essa área da produção cultural (?) nacional. Lembram-se de "Passa por mim no Rossio" ? A memória é curta!...

Anonymous disse...

Porque é que tudo tem de acabar sempre na politica? As coisas são demasiado simples se forem respeitadas, eu por exemplo gosto de ouvir música, e oiço de tudo um pouco, não consigo não ouvir isto porque é kitsch, ou ouvir aquilo porque é cantado por um gajo drogado e que é incapaz de se manter sóbrio para os concertos...Eu gosto porque tenho que gostar, porque no fundo a música me toca cá dentro, e vocês que se dizem MÚSICOS, deveriam saber melhor que ninguém que a música é intemporal, seja ela pimba, fado, rock, metal e todas esses generos que eu desconheço e nem quero saber...Para mim a música tem duas divisões a Portuguesa e a Estrangeira, não me venham com cantigas...
Quanto ao resto do topico sobre o Lá Féria, não tenho grande opinião formada, não o conheço o suficiente para o criticar pela negativa, nem pela positiva, acho que tem feito algo que muita gente não teve a devida coragem de fazer, sorte ou não ele continua cá...
Agora para finalizar, apenas quero dizer duas coisas à malta que escreveu essas linhas acima, a música move montanhas, não reduzam a música...a um ou dois clichés!!!

Anonymous disse...

vou-te "enfiar" o Moulin Rouge pela goela abaixo, meu "romântico"!

:)))))))))))))))

Anonymous disse...

Em tom de brincadeira, vou deixar aqui um comentário para desanuviar... Espero não ser cruxificado...
Tu dizes:
"Os Doors não são conhecidos pelas bebedeiras do Jim Morrison, nem a Janis Joplin ou o Hendrix pelos seus devaneios." - claro que não, são conhecidos pela Droga (LOL)

"O Paul McCartney não é conhecido só pelos Beatles... " - Pois claro, ele ficou conhecido pelo divórcio milionário...(Ok, admito que ando a tentar deixar de ler a Revista Maria...)

"O LaFéria pode ir comer um cão cheio de pulgas!" - Isto também tem que se lhe diga, que hoje em dia os restaurantes chineses já estão mais "limpos" e os cães já nao podem conter pulgas ou carraças... ;)

E agora a grande revelação da noite...DASSE eu gosto de ouvir ANJOS e depois? sou pior ou melhor que alguém? já passei por muitas fazes de música...pronto tb já desabafei...uffffff vcs dão cabo de mim...

POD