quinta-feira, 12 de abril de 2012

Amizade, música e dúvidas existenciais

Eu, que estou completamente à vontade com a minha orientação sexual, posso fazer este post de carinho - assim em jeito de miminho - dedicado a dois amigos músicos que me acompanham e com quem tenho o maior prazer e orgulho em partilhar ideias, devaneios, parvoeiras (aparentemente) sem nexo e tudo o que se faz em palco e fora dele no que à música e à amizade diz respeito.
Diariamente, temos conversas por sms (com iPhones é outra coisa! o modo chat é muito interessante) quase a roçar (quase a roçar...? bem para lá d'...) a loucura e dignas de um livro, de um filme ou de um ballet menor (*) do Woody Allen.
Além de ter a companhia destes Senhores - com 's' GRANDE - em palco, partilho momentos de rara beleza - sim, porque a insanidade quando vivida intensamente e sem qualquer freio, também pode ser uma paisagem linda de se ver... à distância! - que, trazidos para aqui e descontextualizados, mesmo que mo permitissem, não fariam grande sentido para as outras pessoas. Certamente denegririam imagens solidificadas socialmente e em ambientes familiar e de trabalho ao longo de décadas e consolidariam irreversivelmente o preconceito centenário de que os artistas serão, para além de visionários (ao seu jeito), uns grandessíssimos malucos.
Recentemente, depois de uma troca de emails sobre o alinhamento dos temas a figurar no primeiro álbum de originais que um deles anda a gravar por estes dias, e depois de cirurgicamente ter desfeito o esboço que ele colocou à minha avaliação, elaborei um alinhamento com base na minha intuição e feeling musical, com algumas notas a acompanhar... de certo intragáveis para outra pessoa, mas que, mesmo sabendo que arriscava ao ser demasiado objectivo, o meu amigo recebeu com estima e respeito.
Momentos depois recebi este email dele... 

"...vou precisar de tempo para digerir tanta informação preciosa!
Como já te disse na mensagem, és o rei dos reis!! Obrigado amigo!
Ainda bem que és exactamente o que és!!"

Não sei bem o que sou, tenho uma ténue noção do que ando a fazer e não faço puto de ideia de onde vou parar com tudo isto, mas quem tem amigos assim, não precisa de muito mais e vai certamente bem acompanhado!


(*) esta é só para quem conhece o W.A.

1 comentário:

Anónimo disse...

GRANDE Pedro, a tua ultima frase reflecte de uma forma simples mas certeira, a fugaz passagem por esta vida, de muitos de nós.
Realmente nada faz sentido se não forem os AMIGOS, e quando o digo, refiro-me aos VERDADEIROS AMIGOS.
Na verdade tudo o resto são pequenas coisas que nos poderão deixar mais ou menos realizados e satisfeitos, dentro deste universo de amizade.

Um amigo

JS