Um amigo meu perguntava-me numa resposta a um mail meu: “Diz-me lá uma coisa. Estas mulheres são tão belas e já te passaram tantas pelos olhos (a mim tb mas de certeza em menor escala :) ) como é que vives com o real? Um dia destes, se pudermos, haveremos de discutir este assunto. Acho que estas fotos, como tantas outras, de mulheres fotograficamente belas, acabam por ser fonte de frustração”… ele há-de me perdoar a citação e a consequente exposição, mas talvez tenha vontade de responder em forma de comentário. Eis a minha resposta:
“Vivo bem com as mulheres bonitas e fantásticas que vejo nas fotos porque tenho a noção de que não existem. É tudo uma construção com base nas fantasias de alguém. Gosto de mulheres reais, do dia-a-dia, e prefiro-as sem perfume, sem maquilhagem, e com pouca roupa! Adoro ter acesso à verdadeira e real mulher, de pijama, a fazer o pequeno almoço antes de sair, ter acesso ao seu cheiro, à sua essência, saber o que adora e o que odeia, os seus medos e receios, o que a torna um ser humano mais forte. Adoro saber que posso fazer parte da vida dela ao ponto de me dizer que existe para me amar e é quem é porque eu faço parte da sua vida, que tudo o que está para trás do momento em que me conheceu já não faz muito sentido agora, que adora ser como é... e porque eu também sou o mesmo e sinto da mesma forma! Não há NADA que bata isto! Não há mulher bonita, momento sensual ou prazer carnal que transcenda o gozo/prazer/fruição/gosto de amar alguém. Depois disso, e usando uma metáfora de jogos de cartas, o resto é palha. Há mulheres, prazeres e momentos do "2" ao "10", mas será sempre e só... palha!”
Continuando a alegoria das cartas, uma trunfo assim permite-nos aceder a todas as outras que dão pontos. Só conseguimos ser realmente felizes quando nos sentimos bem connosco, mostrando-nos como realmente somos, e com alguém que também se sente bem consigo, ao nosso lado. E é tão mais fácil de se atingir isto quanto mais as pessoas se abrirem e se deixarem de merdas e atrofios, fechados e cada um no seu "caminho" não vamos a lado nenhum, é como andar a correr numa máquina de ginásio... conseguem-se grandes records, de sprints ou endurances, mas não há paisagem!
Agora que reli o mail, acho que ele não estava à espera duma resposta destas… ou estavas!? ;)
O blog que vai bem com meia dose de migas de espargos, uma caneca de Mokambo e um rebuçadinho de mentol.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2006
Mulheres bonitas...
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2 comentários:
Eu quero ver a paisagem!!!
Deixas-me sempre sem palavras... mas no bom sentido!
Voltarei!
Bessos
Uma mulher que ficou mais bonita depois de te conhecer! ;)
Pois eu também fico sem palavras... e será que estou a adivinhar bem quem te fez tal pergunta?
Acho que todos temos muita dificuldade em aceitar e compreender aquilo que descreves neste texto, mesmo aqueles que se esforçam por isso...
É uma grande passo na direcção da maturidade..
Mas à parte disso, a tomada de consciência só por si não resolve nada, ficas à mesma num impasse até encontrares a pessoa que te leva a esse estado! ou na insegurança de teres ou não encontrado...
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