segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Guerra dos Sexos: a condução nos homens e nas mulheres… e a sogra atrás!

A sensação de segurança quando nos deslocamos num automóvel é, de certo modo, uma ilusão, mas nós fazemos de tudo para nos distanciarmos desse tipo de pensamentos de forma a termos a noção de que está tudo bem. Cada pessoa tem o seu ritual e as suas manias, mas como tantas outras coisas, a condução também pode ser generalizada em termos de sexo. Os homens guiam com o banco todo chegado atrás, o mais baixo possível para parecer um formula 1 (até parece que o carro fica mais colado à estrada assim), com os braços esticados quando seguem sozinhos, e eventualmente com uma das mãos na manete das mudanças ou na perna da menina que vai ao lado, caso sigam acompanhados, e vão sempre a olhar para tudo e todos, não vá aparecer algum totó num Volvo, um burgesso num Mercedes, ou um velho de 88 anos num Corsa de 1988 com rabo; possivelmente até poderá encotrar um radar escondido por entre caixotes de lixo ou no meio de arbustros e arvoredo, altura em que ele faz todo um espectáculo por ter topado o esquema da bófia, mas se esquece completamente de desacelerar e acaba por receber aquela carta umas semanitas mais tarde. Por sua vez, as mulheres guiam com o banco completamente chegado à frente, todo subido, quase a comer o volante, não conseguindo ver o tablier e sem qualquer tipo de ângulo de visão para observar a estrada pelos espelhos retrovisores exteriores porque estes não foram desenhados para alguém que segue com a cabeça tão à frente e tão encostada ao tejadilho (mas chegam facilmente ao espelho retrovisor), com os braços completamente flectidos, com as palas em baixo (mais espelhos!) que disponibilizam uma visão periférica estranhíssima e um ângulo de visão altamente reduzido pois estão completamente deslocadas da posição natural, concebida para conduzir, e nunca mas nunca olham para o lado – até podem pôr a mãozinha de fora com o dedo do meio esticado, mas nem querem saber quem é que está a buzinar e a chamar nomes. Já para as sogras, que seguem no banco de trás, a concepção de se deslocarem em segurança num bólide conduzido pelo genro ou nora, é a de levarem o vidrinho aberto, com o braço todo de fora e a mão a segurar o tejadilho. Só não percebo porque é que os construtores de automóveis nunca se lembraram de pôr aquelas pegas ridículas no tejadilho, mas do lado de fora!

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