quinta-feira, 10 de julho de 2008

Desculpas, loucuras e filmes manhosos

Não há ninguém perfeito e é normalíssimo termos características de personalidade menos cómodas e até por vezes inconvenientes. Todos temos, por uma razão ou por outra, motivos até de sobra para nos desculparmos por algo que fizemos, directa ou indirectamente, e isso até nem significa necessariamente que tenhamos algo de que nos devemos ou podemos arrepender, apenas mostra que somo humanos, erramos e que convém sermos justos e pedir desculpa quando pomos a pata na poça à força toda. Há quem tenha de pedir desculpas pelas mais variadas razões, como ter votado no Cavaco para 1º ministro e/ou para presidente da república, ter deixado acabar o papel higiénico sem referir esse facto e deixar alguém pendurado numa situação complicada, ter comido a última bolacha da taça quando já tinha mamado quase todas as outras e isto aconteceu sem ninguém ver, não ter feito pisca para sair da rotunda e ouvir aquela monumental buzinadela e nem sequer olhar pelo espelho retrovisor com um olhar inocente que fosse, toda a gente perguntar quem terá pisado merda porque cheira mal no carro e tu nunca te descoseste sabendo que tinhas sido tu e até fingiste olhar para as solas dos teus sapatos e tiveste a lata de dizer que não, teres ficado com aquela caixa de diskettes com jogos do Amstrad compradas a meias e o teu amigo já te ter perguntado onde estava mas tu não deste parte fraca porque não te apetece ires enfiar-te no sótão à procura, um amigo teu ter feito as figuras mais insanas pelas ruas de Setúbal durante a viagem de finalistas do secundário porque alguém lhe enfiou quatro aspirinas na Coca-Cola e tu não deste o braço a torcer admitindo que tinhas sido tu, ou da outra vez que deram a comer bolo de chocolate surpresa naquela passagem de ano a um desgraçado que não se dedicava ao consumo corrente daquela coisa que faz rir e andou a alucinar a noite toda com as suas funções corporais até se ter literalmente passado dos carretos durante aquele jogo de matraquilhos com uma mesa que tinha o fundo iluminado e ninguém se desculpou, ou o filme alugado para uma noitada deixando os teus amigos passar a maior seca da vida deles a malhar aquela manhosice até ao fim durante duas preciosas horas das suas vidas que podiam ter sido passadas a ver um documentário ou uma comédia romântica... quem te mandou alugar o filme The Mist só porque o trailer parecia fixe!?
Na maior parte das vezes as desculpas não se pedem, evitam-se, mas há um razoável e considerável número de situações que requerem as nossas mais sinceras justificações e apologias em defesa de uma amizade ou do respeito que nutrimos por outra pessoa que nos é próxima. De tanta coisa descrita, umas que vi acontecer, outras que fizias’zeu e ainda outras que terão porventura feito a mim, só me lembro de ter de pedir desculpa pelo filme alugado na terça-feira, mas também me apraz relembrar que havia várias escolhas e foi a maioria que optou pelo thriller. Só não digo “é bem feito” porque também o gramei até ao fim!

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